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A condição se manifesta de formas distintas, desde a vermelhidão persistente até o comprometimento ocular. Saiba diferenciá-las.

Você se olha no espelho e nota uma vermelhidão no centro do rosto que simplesmente não desaparece. Às vezes, ela se intensifica após um café quente ou um dia estressante, deixando a pele quente e sensível. Essa cena, comum para milhões de pessoas, pode ser o primeiro sinal da rosácea, uma condição dermatológica que vai muito além de um simples rubor.
Compreender que a rosácea não é uma doença única, mas um espectro com diferentes manifestações, é o primeiro passo para um controle eficaz. Identificar os sinais corretamente direciona a busca por ajuda e o plano de cuidados.
A rosácea é uma doença inflamatória crônica que afeta principalmente a pele do rosto. Sua origem é multifatorial, envolvendo predisposição genética, alterações no sistema imunológico e vascular, e a presença de microrganismos na pele, como o ácaro Demodex folliculorum.
A condição se manifesta em subtipos distintos porque os mecanismos inflamatórios podem afetar diferentes estruturas da pele. Em alguns casos, a inflamação dilata os vasos sanguíneos; em outros, afeta os folículos pilosos, gerando lesões; ou ainda pode levar ao espessamento do tecido cutâneo.
Dermatologistas podem acompanhar o tratamento de rosácea de acordo com o tipo. A Rede Américas possui especialistas renomados atendendo em vários hospitais brasileiros.
A classificação tradicional, estabelecida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e outras entidades internacionais, divide a rosácea em quatro subtipos principais.
A rosácea é clinicamente classificada em quatro subtipos que variam em localização e gravidade: a eritemato-telangiectásica, caracterizada por vermelhidão persistente e vasos sanguíneos visíveis; a pápulo-pustulosa, com lesões inflamatórias semelhantes à acne; a fimatosa, que provoca espessamento da pele, especialmente no nariz; e a ocular, que afeta os olhos e as pálpebras.
É importante notar que um paciente pode apresentar características de mais de um tipo simultaneamente.
A seguir, detalhamos cada um deles:
Este é o tipo mais comum. Sua principal característica é a vermelhidão persistente (eritema) na porção central da face, como bochechas, nariz, testa e queixo. Pequenos vasos sanguíneos finos e visíveis, chamados de telangiectasias, também são frequentes.
Pessoas com este subtipo costumam relatar episódios de flushing, que são ondas de rubor intenso e calor, geralmente desencadeadas por gatilhos como bebidas quentes, álcool, alimentos picantes, estresse ou exposição ao sol.
Frequentemente confundida com a acne, esta forma de rosácea se manifesta com o surgimento de pápulas (pequenas elevações vermelhas e sólidas) e pústulas (lesões com pus). A grande diferença para a acne comum é a ausência de cravos (comedões).
A vermelhidão de base também está presente, e a pele pode se tornar bastante sensível e oleosa nas áreas afetadas. As lesões costumam aparecer em surtos, com períodos de melhora e piora.
Este subtipo é mais raro e afeta predominantemente homens. Ele é caracterizado pelo espessamento da pele, que se torna irregular, com poros dilatados e uma aparência bulbosa. A área mais comumente afetada é o nariz, condição conhecida como rinofima.
A rosácea fimatosa, um dos subtipos principais da rosácea, também se caracteriza pelo aumento das glândulas sebáceas, geralmente na região do nariz, contribuindo para o espessamento e aumento da pele, conhecido como rinofima. Com o tempo, a inflamação crônica leva a um aumento gradual e desfiguração do tecido nasal. Em estágios iniciais, o tratamento pode ajudar a controlar a progressão.
Muitas vezes subdiagnosticada, a rosácea ocular afeta os olhos e as pálpebras. Os sintomas podem preceder as manifestações cutâneas e incluem:
Esta forma da doença pode afetar os olhos com sintomas como ardência e irritação. A falta de diagnóstico e tratamento adequados pode levar a complicações sérias, como danos à córnea. Portanto, a avaliação conjunta entre dermatologista e oftalmologista é crucial.
O diagnóstico da rosácea é clínico, baseado na análise dos sinais e sintomas pelo médico dermatologista. Não existem exames de sangue ou de imagem específicos para confirmar a condição.
Atualmente, muitos especialistas adotam uma abordagem mais moderna, baseada em fenótipos. Em vez de encaixar o paciente em um único subtipo, o médico identifica as características presentes (fenótipos), como eritema persistente, pápulas, pústulas ou telangiectasias, e monta um plano de tratamento personalizado para tratar cada um desses sinais.
Isso permite um cuidado mais preciso, já que um paciente pode ter, por exemplo, vermelhidão persistente (típica do subtipo 1) e algumas pústulas (típicas do subtipo 2).
Identificar e evitar gatilhos individuais é uma parte essencial do controle da rosácea. Embora variem de pessoa para pessoa, os fatores mais comuns que podem desencadear ou agravar uma crise incluem:
Sim, o tratamento é totalmente individualizado e direcionado aos sinais e sintomas predominantes de cada paciente. Um plano terapêutico eficaz começa com a orientação sobre cuidados diários com a pele, como o uso de sabonetes suaves, hidratantes calmantes e, fundamentalmente, protetor solar de amplo espectro todos os dias.
Dependendo do caso, o dermatologista pode prescrever medicamentos de uso tópico (cremes, géis e loções) ou de uso oral. Além disso, procedimentos em consultório, como a luz intensa pulsada (LIP) e laser, são altamente eficazes para tratar a vermelhidão e os vasos sanguíneos visíveis.
É fundamental ressaltar que a rosácea não tem cura, mas tem controle. Com o acompanhamento médico adequado, é possível minimizar os sintomas, prevenir a progressão e manter a qualidade de vida.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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