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Entender a diferença entre um lapso comum e um sintoma preocupante é o primeiro passo para cuidar da saúde do cérebro.
Você entra na sala e, de repente, não sabe mais o que foi buscar. Ou talvez o nome daquele ator famoso escape da ponta da língua durante uma conversa. Esses pequenos "brancos" são familiares para muitas pessoas e, na maioria das vezes, não representam um problema sério.
Contudo, quando a frequência ou a intensidade desses esquecimentos aumenta, a preocupação se instala.
A perda de memória, ou amnésia em termos técnicos, é a dificuldade anormal em recordar eventos ou armazenar novas informações. Ela não é uma doença em si, mas um sintoma que pode estar associado a dezenas de condições, desde deficiências nutricionais até doenças neurodegenerativas.
Em casos mais graves, a amnésia é causada por lesões cerebrais que danificam circuitos neurais específicos, incluindo o hipocampo. Essa dificuldade em reter novas informações e esquecê-las rapidamente pode estar diretamente ligada à atrofia dessa área essencial do cérebro.
É importante diferenciar o esquecimento normal, que pode ocorrer por distração ou sobrecarga de informações, da perda de memória patológica. A primeira é esporádica e não interfere nas atividades diárias. Já a segunda é persistente, progressiva e impacta a capacidade de uma pessoa realizar tarefas cotidianas.
Para entender melhor o quadro, especialistas classificam a perda de memória com base em diferentes critérios, como a duração do esquecimento e o período de tempo que ele afeta. Conhecer essas categorias ajuda a direcionar a investigação diagnóstica.
A forma mais simples de categorizar a memória é pelo tempo que o esquecimento dura. Essa distinção é um dos primeiros pontos avaliados por um médico.
A amnésia global transitória (AGT) é um episódio súbito de perda de memória que dura menos de 24 horas.
Durante a AGT, a pessoa pode ter dificuldade em criar novas lembranças e, em menor grau, recordar eventos passados, mas a condição é benigna e geralmente se resolve espontaneamente.
Outra forma de análise se baseia na relação do esquecimento com um evento específico, como um acidente ou o início de uma doença. Aqui, a perda de memória é dividida em dois tipos principais de amnésia.
A memória é uma função cerebral complexa e vulnerável a diversas influências. As causas por trás de sua perda são variadas, indo de fatores reversíveis a condições crônicas e progressivas.
São doenças que causam a morte progressiva de células nervosas. A perda de memória é um sintoma central.
A saúde mental tem um impacto direto na capacidade cognitiva. O cérebro emocional e o racional estão intimamente ligados.
É importante notar que a perda de memória para eventos traumáticos nem sempre é um processo de repressão. Pode ser resultado de um esquecimento comum, de uma falha no registro original da memória ou simplesmente de não querer pensar no ocorrido.
Muitas outras situações podem interferir na memória. A boa notícia é que várias delas são tratáveis.
Além de deficiências nutricionais e problemas de tireoide, a amnésia pode ser influenciada por diversos fatores de risco. O tabagismo, a idade avançada e um nível educacional mais baixo são algumas dessas condições. Eventos como derrame, epilepsia e traumatismos na cabeça também podem contribuir para a perda de memória.
Esquecer o nome de um conhecido que não se vê há anos é diferente de esquecer o nome de um familiar próximo. O contexto e o impacto na vida diária são os principais termômetros.
Procure um médico se os esquecimentos:
A avaliação médica é fundamental para identificar a causa da perda de memória. O processo geralmente envolve uma entrevista detalhada com o paciente e familiares, exames físicos e neurológicos, e testes cognitivos para avaliar a extensão do problema.
Além disso, o médico pode solicitar exames de sangue para verificar deficiências vitamínicas ou problemas hormonais. Em alguns casos, exames de imagem como tomografia computadorizada ou ressonância magnética do cérebro podem ser necessários para descartar causas estruturais, como tumores ou sequelas de AVC.
Com um diagnóstico preciso, é possível iniciar o tratamento mais adequado. Para muitas causas, como depressão ou problemas de tireoide, o tratamento da condição de base pode reverter a perda de memória.
Em casos de demência, embora não haja cura, existem estratégias e terapias para gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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