Ícone
InícioSaúdeDoenças

Resuma este artigo com IA:

Ícone

Tipos de hepatite: veja as diferenças, prevenção e os tratamentos disponíveis

Conheça as características das hepatites A, B, C, D e E, como cada uma é transmitida e as principais formas de se proteger.

tipos de hepatite1.jpg

Um cansaço que não passa, a pele e os olhos levemente amarelados ou uma urina mais escura que o normal. Esses sinais, muitas vezes vagos, podem indicar uma inflamação no fígado conhecida como hepatite. Embora o nome seja comum, a doença se manifesta de formas diferentes, causadas por vírus distintos e com consequências variadas para a saúde.

Compreender as diferenças entre os tipos de hepatite é o primeiro passo para a prevenção e o diagnóstico precoce, medidas essenciais para evitar a progressão da doença e garantir a qualidade de vida.

O que é hepatite?

A hepatite é toda e qualquer inflamação que acomete o fígado, um órgão vital responsável por mais de 500 funções no corpo, incluindo a filtragem de toxinas, a produção de bile para a digestão e o armazenamento de energia. Quando o fígado está inflamado, sua capacidade de funcionar adequadamente fica comprometida.

Essa inflamação pode ser causada por diversos fatores, como o uso excessivo de álcool, o uso de certos medicamentos, doenças autoimunes ou, mais comumente, por infecções virais. As hepatites virais são classificadas por letras, de A a E, cada uma causada por um vírus específico.

Hepatologistas podem acompanhar os resultados bem como sugerir o melhor tratamento para o seu quadro. A Rede Américas conta com inúmeros especialistas renomados atendendo em vários hospitais do Brasil.

Hospital

Endereço

Agendamento

Hospital Leforte Liberdade

Rua Barão de Iguape, 209

Encontre um hepatologista em São Paulo.

Encontre um dermatologista próximo de você!

Quais são os principais tipos de hepatites virais?

No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Conhecer as particularidades de cada uma é fundamental para a prevenção e o controle da doença, conforme dados do Ministério da Saúde.

Hepatite A (VHA)

A hepatite A, conhecida como HAV, é uma infecção aguda causada pelo vírus A (VHA) e é uma das formas mais comuns de hepatite viral aguda em todo o mundo.

Sua transmissão ocorre principalmente pela via fecal-oral. Isso significa que o contágio se dá pelo contato direto com pessoas infectadas, ou pela ingestão de água e alimentos que foram contaminados com fezes do vírus. A falta de saneamento básico e de higiene pessoal são fatores que facilitam sua disseminação.

Mesmo em locais com acesso à vacina, a hepatite A pode se espalhar de pessoa para pessoa e causar surtos. Ao contrário de outros tipos, esta forma da doença não evolui para uma condição crônica do fígado, e o próprio organismo geralmente consegue eliminar o vírus.

A vacina, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças, é a forma mais eficaz de prevenção.

Hepatite B (VHB)

Causada pelo vírus B (VHB), a hepatite B é transmitida pelo contato com sangue, sêmen ou outros fluidos corporais de uma pessoa infectada. Isso pode ocorrer por meio de relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de agulhas e seringas ou de mãe para filho durante o parto.

A infecção pode ser aguda ou crônica. Quando se torna crônica, aumenta significativamente o risco de desenvolver doenças graves como cirrose e câncer de fígado. A vacina contra a hepatite B também está disponível no SUS para todas as faixas etárias.

Hepatite C (VHC)

A hepatite C é causada pelo vírus C (VHC) e sua principal forma de transmissão é o contato com sangue contaminado. O compartilhamento de materiais para uso de drogas, de higiene pessoal (lâminas, alicates) e a realização de tatuagens ou piercings com material não esterilizado são as principais vias.

É conhecida como uma epidemia silenciosa, pois a maioria dos infectados não apresenta sintomas por décadas. A hepatite C é a principal causa de transplantes de fígado, e sua forma crônica é um fator de risco importante para o câncer. Ainda não existe vacina para a hepatite C, mas há tratamento com altas taxas de cura.

Hepatite D (VHD ou Delta)

A hepatite D, causada pelo vírus D (VHD), é um tipo mais raro e grave da doença. Sua particularidade é que ela só ocorre em pessoas que já estão infectadas com o vírus da hepatite B. A infecção simultânea dos dois vírus (coinfecção) ou a infecção pelo VHD em quem já tem hepatite B crônica (superinfecção) aumenta o risco de danos severos ao fígado.

A prevenção da hepatite D está diretamente ligada à prevenção da hepatite B. Assim, a vacinação contra o VHB também protege contra a hepatite D. No Brasil, sua prevalência é maior na região amazônica.

Hepatite E (VHE)

Semelhante à hepatite A, a hepatite E também é causada por um vírus (VHE) de transmissão fecal-oral. É mais comum em regiões com saneamento básico precário na Ásia e na África. No Brasil, os casos são esporádicos.

A infecção geralmente causa uma doença aguda e autolimitada. No entanto, pode se tornar grave em gestantes, apresentando alto risco de mortalidade. Não há vacina específica disponível no Brasil.

Como as hepatites virais são transmitidas?

Entender a via de transmissão de cada vírus é o pilar da prevenção. Uma forma simples de visualizar as diferenças é organizá-las em uma tabela.

Tipo de Hepatite

Principal Via de Transmissão

 

Hepatite A

Fecal-oral (água e alimentos contaminados, falta de higiene)

Hepatite B

Sangue e fluidos corporais (relação sexual, compartilhamento de objetos, parto)

Hepatite C

Sangue (compartilhamento de agulhas, material de manicure ou tatuagem não esterilizado)

Hepatite D

Sangue e fluidos corporais (ocorre apenas em quem tem hepatite B)

Hepatite E

Fecal-oral (semelhante à hepatite A, comum em áreas com saneamento precário)

Existem outros tipos de hepatite?

Além das virais, a inflamação no fígado pode ser desencadeada por outros fatores. 

As mais comuns são:

  • Hepatite alcoólica: causada pelo consumo excessivo e prolongado de bebidas alcoólicas, que sobrecarrega e danifica as células do fígado.
  • Hepatite medicamentosa: ocorre como uma reação adversa a certos medicamentos, suplementos ou até mesmo chás, que podem ser tóxicos para o fígado em algumas pessoas.
  • Hepatite autoimune: uma condição em que o sistema imunológico do próprio corpo ataca as células do fígado, causando inflamação crônica.

Nesses casos, a abordagem diagnóstica e o tratamento são completamente diferentes das hepatites virais e exigem acompanhamento médico especializado.

Como é feito o diagnóstico e qual a importância da prevenção?

O diagnóstico das hepatites virais é feito, na maioria das vezes, por meio de exames de sangue que detectam a presença de anticorpos contra os vírus ou do próprio material genético viral. Como muitas vezes a infecção é assintomática, a testagem é fundamental, especialmente para os tipos B e C.

A prevenção combina medidas de higiene, cuidados individuais e, principalmente, a vacinação. As principais recomendações incluem:

  • Vacinação: manter o cartão de vacinas em dia para hepatite A e B.
  • Higiene: lavar as mãos com frequência, especialmente antes de comer e após usar o banheiro.
  • Água e alimentos: consumir apenas água tratada ou fervida e cozinhar bem os alimentos.
  • Sexo seguro: usar preservativo em todas as relações sexuais.
  • Não compartilhar objetos: evitar o compartilhamento de agulhas, seringas, lâminas de barbear, escovas de dente e materiais de manicure.

Quando devo procurar um médico?

A avaliação médica é indispensável ao notar qualquer sinal ou sintoma que possa sugerir uma inflamação no fígado. 

Procure um especialista se apresentar:

  • Cansaço, tontura, enjoo ou vômitos frequentes;
  • Febre e dor abdominal;
  • Pele e olhos amarelados (icterícia);
  • Urina escura e fezes claras.

A testagem regular também é indicada para pessoas que se expuseram a situações de risco. O diagnóstico precoce pode mudar o curso da doença, permitindo o tratamento adequado e evitando complicações graves.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

CAO, G. et al. The global trends and regional differences in incidence and mortality of hepatitis A from 1990 to 2019 and implications for its prevention. Hepatology International, [s.l.], 03 ago. 2021. Disponível: https://link.springer.com/article/10.1007/s12072-021-10232-4. Acesso em: 04 dez. 2025.

HERZOG, C.; VAN HERCK, K.; VAN DAMME, P. Hepatitis A vaccination and its immunological and epidemiological long-term effects – a review of the evidence. Human Vaccines & Immunotherapeutics, 2020. Disponível: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/21645515.2020.1819742. Acesso em: 04 dez. 2025.

HOFMEISTER, M. G. et al. Factors Associated With Hepatitis A Mortality During Person-to-Person Outbreaks: A Matched Case–Control Study—United States, 2016-2019. Hepatology (Baltimore, Md.), 19 abr. 2021. Disponível: https://journals.lww.com/hep/abstract/2021/07000/factors_associated_with_hepatitis_a_mortality.6.aspx. Acesso em: 04 dez. 2025.

MIGUERES, M.; LHOMME, S.; IZOPET, J. Hepatitis A: epidemiology, high-risk groups, prevention and research on antiviral treatment. Viruses, [S. l.], v. 13, n. 10, art. 1900, set. 2021. Disponível: https://www.mdpi.com/1999-4915/13/10/1900. Acesso em: 04 dez. 2025.

NELSON, N. P. et al. Prevention of hepatitis A virus infection in the United States: recommendations of the Advisory Committee on Immunization Practices, 2020. MMWR Recommendations and Reports, [S.l.], jul. 2020. Disponível: https://www.cdc.gov/mmwr/volumes/69/rr/rr6905a1.htm. Acesso em: 04 dez. 2025.

Ícone do WhatsAppÍcone do Facebook
Ícone do WhatsAppÍcone médicoAgende sua consulta