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Sintomas de recidiva do câncer de mama: o que observar após o tratamento?

Conhecer os sinais que podem indicar o retorno da doença é fundamental para um diagnóstico precoce e manejo eficaz.

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A rotina após o fim do tratamento do câncer de mama traz um misto de alívio e vigilância. Cada nova dor ou sensação diferente no corpo pode acender um alerta e a dúvida: será que a doença voltou? Esse receio é comum e compreensível.

Entender o que é a recidiva e quais sinais seu corpo pode emitir é uma forma de retomar o controle e agir de forma consciente. A informação clara e o diálogo aberto com sua equipe de saúde são seus maiores aliados nessa jornada de acompanhamento.

O que é a recidiva do câncer de mama?

A recidiva, ou recorrência, acontece quando algumas células cancerígenas sobrevivem ao tratamento inicial e voltam a se multiplicar. Isso não significa que o tratamento falhou, mas que a doença encontrou uma forma de retornar. O câncer pode reaparecer no mesmo local, perto dele ou em outras partes do corpo.

Estudos indicam que a recorrência pode ocorrer porque pequenas células-tronco cancerosas conseguem resistir a terapias convencionais. Essas células têm a capacidade de repovoar o tumor, resultando em recidivas que podem ser mais agressivas e exigem vigilância constante.

Os médicos classificam a recidiva em três tipos principais:

  • Recidiva local: o câncer volta na mesma mama ou na parede torácica onde a cirurgia foi realizada.
  • Recidiva regional: a doença reaparece nos gânglios linfáticos próximos, como os da axila ou da região da clavícula.
  • Recidiva à distância (metastática): as células cancerígenas se espalham para órgãos distantes, como ossos, pulmões, fígado ou cérebro.

Quais são os principais sinais de uma recidiva local ou regional?

Quando a doença retorna na área da mama ou nos linfonodos próximos, os sintomas podem ser semelhantes aos do tumor original, mas também podem apresentar novas características. É fundamental estar atenta a qualquer alteração na região tratada.

Os sinais mais comuns incluem:

  • aparecimento de um novo nódulo ou caroço na mama, parede torácica ou axila;
  • alterações na pele da mama, como vermelhidão, inchaço, espessamento ou retração (aparência de casca de laranja);
  • mudanças no mamilo, como inversão (quando ele se volta para dentro) ou secreção de líquido;
  • dor persistente na área da mama que não está relacionada ao ciclo menstrual.

É importante lembrar que muitas dessas alterações podem ser causadas por condições benignas, como cicatrizes da cirurgia ou radioterapia. Contudo, apenas um médico pode fazer essa diferenciação com segurança.

E quando a recidiva ocorre à distância (metástase)?

A recidiva metastática apresenta sintomas que dependem do órgão afetado. Muitas vezes, são sinais sistêmicos e menos específicos, o que reforça a necessidade de comunicar qualquer mudança persistente ao seu oncologista.

Sinais nos ossos

Os ossos são o local mais comum de metástase do câncer de mama. O principal sintoma é uma dor nova e persistente em um osso específico, como nas costas, quadris ou costelas, que não melhora com repouso. Em estágios mais avançados, pode ocorrer fragilidade óssea, levando a fraturas.

Sinais nos pulmões

Quando o câncer atinge os pulmões, os sintomas respiratórios são predominantes. Fique atenta para falta de ar constante, tosse seca que não passa ou dor no peito. Em casos mais severos, uma tosse persistente pode levar a complicações sérias, como a quebra de costelas, um sinal atípico que pode indicar metástase pulmonar.

Sinais no fígado

A metástase hepática pode ser silenciosa no início. Com o avanço, pode causar dor ou inchaço na parte superior direita do abdômen, perda de apetite, náuseas e icterícia (pele e olhos amarelados).

Sinais no cérebro

Se a doença se espalhar para o cérebro, os sintomas podem incluir dores de cabeça intensas e persistentes, tontura, visão dupla, fraqueza em uma parte do corpo, dificuldade de fala ou convulsões.

Existem sintomas gerais que merecem atenção?

Sim. Independentemente de onde a recidiva ocorra, o corpo pode manifestar sinais sistêmicos que servem como um alerta. Muitas vezes, esses são os primeiros sintomas percebidos, mesmo antes de um sinal localizado se tornar evidente.

Fique atenta a:

  • cansaço extremo (fadiga): uma exaustão que não melhora com o descanso e interfere nas atividades diárias;
  • perda de peso inexplicada: emagrecer sem estar fazendo dieta ou praticando mais exercícios;
  • perda de apetite: sentir-se satisfeita com pouca comida ou não ter vontade de comer;
  • febre frequente: episódios de febre sem uma causa aparente, como uma infecção.

Além dos sintomas listados, um aumento nos níveis dos hormônios cortisol e cortisona no sangue durante o acompanhamento pode ser um sinal de alerta. Estudos apontam que esses hormônios podem atuar como biomarcadores de risco de recidiva do câncer de mama.

Como a recidiva do câncer de mama é confirmada?

Ao relatar qualquer sintoma suspeito, seu médico iniciará uma investigação completa. O processo geralmente começa com um exame físico detalhado da área em questão e uma análise do seu histórico de saúde. 

Para confirmar ou descartar uma recidiva, podem ser solicitados exames de imagem, como mamografia, ultrassom, tomografia computadorizada, ressonância magnética ou PET-scan. O diagnóstico definitivo, no entanto, é quase sempre feito por meio de uma biópsia, que consiste na retirada de uma pequena amostra do tecido suspeito para análise laboratorial.

O monitoramento contínuo da saúde é vital. Novas tecnologias, como a "biópsia líquida", que analisa o DNA do câncer presente no sangue, permitem a detecção precoce da recidiva. Essa detecção pode ocorrer antes mesmo que os sintomas clínicos se manifestem.

É possível reduzir o risco de o câncer de mama voltar?

Embora não exista uma fórmula para garantir que o câncer não retorne, a adoção de hábitos saudáveis pode contribuir para a saúde geral e ajudar a diminuir os riscos. Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de outras instituições de pesquisa indicam que algumas medidas são benéficas.

Manter o peso corporal dentro da faixa saudável, praticar atividade física regularmente e adotar uma alimentação balanceada, rica em frutas, vegetais e grãos integrais, são estratégias importantes. Além disso, é crucial seguir à risca as terapias adjuvantes prescritas pelo oncologista, como a hormonioterapia ou outras terapias-alvo, que são projetadas justamente para reduzir a chance de recorrência.

Qual a importância do acompanhamento médico após o tratamento?

O acompanhamento regular com a equipe oncológica, conhecido como seguimento, é a etapa mais importante para a detecção precoce de uma eventual recidiva. Nessas consultas, o médico avalia seu estado geral de saúde, discute quaisquer novos sintomas e solicita exames de rotina para monitoramento. 

Ferramentas de pontuação clínica, como o PREDICT-score e o IHC4-score, são fortes indicadores do risco de recidiva fatal em até 10 anos. Isso reforça a importância de um acompanhamento contínuo e personalizado.

Não espere pela próxima consulta agendada se notar algo diferente ou persistente. O canal de comunicação com seu médico deve estar sempre aberto. Relatar um sintoma não é um ato de alarme, mas de autocuidado e vigilância, permitindo que qualquer problema seja investigado e tratado o mais rápido possível.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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