20/08/2025
Revisado em: 27/08/2025
Os linfomas são o terceiro câncer mais comum na infância, atrás de leucemias e tumores cerebrais
Sintomas de linfoma em crianças podem parecer bem genéricos, como febre ou ganho de peso. Mas, em alguns casos, esses sinais indicam algo mais grave, o câncer do sistema linfático. Detectar esses alertas logo no início torna o diagnóstico mais rápido e aumenta a chance de cura.
Hoje, especialistas e hospitais pediátricos alertam: pais devem agir rápido ao perceber alterações persistentes - sobretudo caroços no pescoço, axilas ou virilha acompanhados de febre, suor noturno ou perda de peso repentina.
O linfoma é um tipo de câncer que começa nas células de defesa chamadas linfócitos. Essas células fazem parte do sistema linfático e órgãos como baço, timo e amígdalas. Esse sistema age como um “filtro” do corpo, ajudando a combater infecções e outras doenças.
Quando ocorre o linfoma, esses linfócitos sofrem alterações no seu DNA e passam a se multiplicar de forma descontrolada. Eles podem se acumular nos linfonodos, formando caroços, ou se espalhar para outras partes do corpo, como medula óssea, pulmões e abdômen.
Existem dois grandes tipos de linfoma que afetam crianças e adolescentes:
Mais comum na adolescência. Tende a crescer de forma mais lenta e muitas vezes começa em gânglios localizados na parte superior do corpo, como pescoço e tórax.
Pode aparecer em qualquer idade, mas é mais frequente em crianças menores. Costuma evoluir mais rapidamente.
Dentro dele, existem subtipos, como:
Apesar de serem doenças graves, ambos os tipos de linfoma em crianças têm boas taxas de cura quando diagnosticados e tratados cedo. Por isso, conhecer os sinais e procurar atendimento médico ao perceber mudanças persistentes é fundamental.
Logo no início, sintomas de linfoma em crianças surgem de forma vaga. A seguir, os sinais de alerta divididos por localização e doença:
O aumento de linfonodos, popularmente chamados de “caroços”, é o sinal mais frequente. Eles aparecem no pescoço, axilas ou virilha, normalmente sem dor.
A diferença para gânglios inchados por infecção é que, no linfoma, o inchaço persiste por semanas e não melhora com antibióticos.
A febre que dura mais de uma semana, sem causa aparente, pode indicar atividade anormal do sistema imunológico.
No linfoma, essa febre costuma ser baixa e constante. Esse aumento de grau também não responde bem a medicamentos comuns.
Crianças podem acordar com roupas e lençóis molhados de suor, mesmo em noites frias. Esse sintoma, chamado de sudorese noturna, é considerado um dos sinais de linfoma B, indicativos de atividade mais intensa da doença.
A queda significativa no peso, sem mudanças na dieta ou aumento da atividade física, deve ser investigada.
Perdas acima de 10% do peso corporal em poucos meses são especialmente preocupantes.
Cansaço excessivo, que não melhora com descanso, pode estar relacionado à ação do linfoma sobre o organismo. A fadiga vem da combinação entre inflamação crônica e, em alguns casos, anemia causada pela infiltração da medula óssea.
Alguns casos de linfoma de Hodgkin causam coceira persistente ou pequenas erupções cutâneas. Esse sintoma, embora menos comum, pode indicar liberação de substâncias inflamatórias pelo tumor.
Quando o linfoma se instala no tórax, pode comprimir vias respiratórias e vasos sanguíneos. A criança pode apresentar tosse seca, falta de ar e dor no peito. Em casos graves, há inchaço no rosto e no pescoço por obstrução da veia cava superior.
O linfoma não-Hodgkin, especialmente o tipo Burkitt, pode crescer rapidamente na região abdominal.
Esse tipo causa barriga inchada, dor, náuseas, vômitos e sensação de estômago cheio logo após pequenas refeições.
Quando as células do linfoma atingem a medula óssea, ocorre redução das células sanguíneas. Isso provoca anemia, sangramentos e infecções recorrentes. Já a infiltração no cérebro ou medula espinhal pode causar dor de cabeça, alterações visuais, fraqueza e dificuldade para andar.
Vale ressaltar que cada sintoma isolado não indica linfoma, mas a persistência de vários exige investigação médica.
De antemão, procure o pediatra ou hematologista pediátrico com urgência se notar os sinais de linfoma - especialmente caroços, febre contínua ou perda de peso. O diagnóstico precoce melhora o prognóstico.
Depois disso, não hesite em realizar o exame físico completo na criança. O médico checará gânglios, olhará sinais gerais e questionará histórico clínico.
Também terá exames complementares, como:
Depois disso, os médicos devem informar os pais sobre o tipo de linfoma, estágio, exames previstos, prazo dos resultados e próximos passos.
Sintomas de linfoma em crianças podem se confundir com doenças comuns, mas não devem ser ignorados, principalmente quando persistem ou se intensificam. Caroços indolores, febre prolongada, suor noturno, fadiga e perda de peso são sinais que exigem atenção e avaliação médica.
Receber a suspeita de linfoma não é fácil para nenhuma família. O medo e a incerteza são reações naturais, mas é importante lembrar que os avanços na medicina aumentaram muito as chances de cura. Com diagnóstico rápido, tratamento adequado e apoio emocional, muitas crianças superam a doença e seguem com uma vida plena.
O papel dos pais é fundamental: observar, agir cedo e confiar na equipe médica. Cada passo dado em busca de cuidado é um passo em direção à recuperação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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