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Aquele desconforto na "boca do estômago" pode ter origens distintas e nem sempre ligadas ao ácido. Entenda os sinais para buscar o diagnóstico correto.

Aquela queimação no estômago que surge depois de um dia particularmente estressante ou uma dor que sobe pelo peito após uma refeição mais pesada.
É importante saber que a queimação persistente no estômago, pode ser causada por fatores que não são diretamente relacionados ao refluxo ácido, como a azia funcional ou outras condições psicológicas.
Esses cenários são comuns para muitas pessoas e, frequentemente, geram uma dúvida: trata-se de gastrite nervosa ou refluxo? Embora os sintomas possam se sobrepor, são condições distintas com causas e abordagens diferentes.
Entender os sinais específicos de cada uma é o primeiro passo para buscar o alívio adequado e, mais importante, o diagnóstico correto. Ambas as condições afetam significativamente a qualidade de vida, mas com a orientação certa, é possível controlar os sintomas e recuperar o bem-estar.
Apesar do nome popular, a "gastrite nervosa" não é uma gastrite de fato, que implica uma inflamação no revestimento do estômago. O termo médico mais apropriado é dispepsia funcional. Trata-se de uma desordem na interação entre o cérebro e o sistema digestivo, conhecida como eixo cérebro-intestino.
Fatores emocionais como estresse e ansiedade alteram a motilidade e a sensibilidade do estômago. Em muitos casos, a queimação e a dor na região do estômago, frequentemente associadas à ansiedade e depressão, podem ser sentidas devido a uma maior sensibilidade do esôfago, e não necessariamente por um refluxo ácido de fato.
É uma condição funcional que mostra a forte ligação entre a mente e o sistema digestivo. Isso resulta em sintomas digestivos reais e incômodos, mesmo sem a presença de lesões ou inflamações visíveis em exames como a endoscopia.
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Os sinais da dispepsia funcional estão concentrados na parte superior do abdômen. Os mais comuns incluem:
A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) é uma condição mecânica. Ela ocorre quando o esfíncter esofágico inferior, uma válvula muscular entre o esôfago e o estômago, não se fecha corretamente. Essa falha permite que o conteúdo ácido do estômago retorne para o esôfago.
Existem diretrizes clínicas bem elaboradas para o diagnóstico e tratamento da DRGE, que é a forma mais séria de refluxo e pode causar queimação que não passa. Elas orientam os profissionais de saúde a identificar e manejar a condição de forma eficaz.
Como o revestimento do esôfago não está preparado para essa acidez, ele fica irritado e inflamado, causando os sintomas característicos da doença. Fatores como obesidade, hérnia de hiato e certos alimentos podem contribuir para o problema.
Os sintomas do refluxo são mais associados ao caminho que o ácido percorre. Veja os principais:
A confusão entre as duas condições é compreensível, mas a localização e a natureza dos sintomas são as chaves para a diferenciação. Enquanto a gastrite nervosa se manifesta "no estômago", o refluxo se manifesta "para cima", no trajeto do esôfago.
Para facilitar, preparamos uma tabela comparativa:
Apesar de muitas vezes serem manejáveis, alguns sintomas digestivos exigem atenção médica imediata, pois podem indicar condições mais graves. Procure um especialista se você apresentar:
Somente um médico, preferencialmente um gastroenterologista, pode realizar o diagnóstico correto, que pode envolver exames como a endoscopia digestiva alta para avaliar a saúde do seu estômago e esôfago.
Enquanto aguarda a consulta médica, algumas mudanças no estilo de vida podem proporcionar alívio. Para ambas as condições, gerenciar o estresse é fundamental. Técnicas de relaxamento, meditação e atividade física regular podem ajudar a regular o eixo cérebro-intestino.
É reconhecido que o estresse mental e a ansiedade não só podem agravar os sintomas do refluxo, mas também diminuir a eficácia dos medicamentos usados para o tratamento. Para o refluxo, medidas adicionais são úteis, como evitar deitar-se logo após as refeições, elevar a cabeceira da cama e reduzir o consumo de alimentos gordurosos, picantes, cafeína e álcool.
Já para a gastrite nervosa, fazer refeições menores e mais frequentes pode ajudar a diminuir a sensação de inchaço e peso. Contudo, essas são medidas de suporte. A automedicação, especialmente com antiácidos de uso contínuo, pode mascarar problemas mais sérios.
Embora medicamentos como os Inibidores da Bomba de Prótons (IBP) sejam a principal forma de tratamento para a Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE), especialistas estão reavaliando seu uso prolongado.
Há crescentes preocupações com a segurança e o uso excessivo desses remédios, reforçando a importância da orientação médica. O acompanhamento profissional é indispensável para um tratamento seguro e eficaz.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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