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Sintomas de clamídia feminina: reconheça as alterações Sintomas de clamídia feminina: reconheça as alterações genitais

A infecção por clamídia é uma das ISTs mais comuns e, por ser frequentemente assintomática, pode passar despercebida.

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Às vezes, uma mudança sutil no corpo gera uma dúvida persistente. Um leve desconforto ao urinar ou um corrimento diferente podem parecer problemas passageiros, mas também podem ser os primeiros sinais de uma condição que exige atenção, como a clamídia. A busca por um profissional especializado permite fazer o diagnóstico precoce.

O que é a clamídia e por que ela afeta as mulheres?

A clamídia é uma infecção causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, transmitida principalmente por meio de relações sexuais (vaginal, anal ou oral) sem o uso de preservativo. Nas mulheres, a infecção geralmente começa no colo do útero (cervicite). Por ser uma área com poucas terminações nervosas de dor, a infecção pode se desenvolver sem causar grandes alertas, o que explica a alta taxa de casos assintomáticos.

Sintomas de clamídia feminina

Quando os sintomas de clamídia feminina se manifestam, eles costumam aparecer de uma a três semanas após a exposição à bactéria. É fundamental estar atenta a qualquer alteração, pois os sinais podem ser leves e facilmente confundidos com outras condições.

Sinais genitais e urinários mais comuns

Os sintomas mais relatados estão associados ao sistema geniturinário. Eles podem ocorrer de forma isolada ou combinada. Fique atenta se você apresentar:

  • Corrimento vaginal anormal: geralmente amarelado ou claro, semelhante a pus, que pode ter um odor diferente do habitual.
  • Dor ou ardor ao urinar (disúria): uma sensação de queimação, principalmente no final da micção.
  • Sangramento fora do período menstrual: pode ocorrer um sangramento leve entre os ciclos ou após a relação sexual.
  • Dor durante a relação sexual (dispareunia): desconforto ou dor profunda na região pélvica durante o sexo.
  • Dor no baixo ventre: uma dor pélvica persistente, que não está necessariamente ligada ao ciclo menstrual.
  • Aumento da frequência urinária: sentir necessidade de ir ao banheiro mais vezes do que o normal.

O corrimento da clamídia tem cheiro?

O corrimento associado à clamídia não costuma ter um odor forte e característico como o observado em outras infecções, como a vaginose bacteriana. No entanto, qualquer alteração na cor, consistência ou cheiro do corrimento vaginal deve ser um motivo para buscar avaliação médica.

Sintomas em outras partes do corpo

A clamídia não se limita à região genital. A infecção pode ocorrer em outras mucosas do corpo, dependendo da prática sexual. A infecção no reto (proctite) pode causar dor, secreção e sangramento anal. Já na garganta, a clamídia é quase sempre assintomática, mas pode, raramente, causar dor.

Por que a clamídia é chamada de infecção silenciosa?

A principal característica, e também o maior perigo, é a ausência de sintomas em grande parte dos casos. Estima-se que entre 70% e 80% das mulheres infectadas não percebem qualquer sinal, diz artigo publicado na Plos Pathogens, em 2019. 

Essa natureza assintomática torna a infecção difícil de detectar, o que é um fator de risco para complicações futuras. Isso acontece porque a bactéria pode se replicar nas células do colo do útero sem desencadear uma resposta inflamatória forte o suficiente para gerar dor ou desconforto visível.

Essa natureza silenciosa permite que a infecção avance sem ser detectada, aumentando o risco de complicações e a chance de transmissão para outros parceiros.

Quais são as possíveis complicações se a clamídia não for tratada?

Ignorar a clamídia, mesmo na ausência de sintomas, pode trazer consequências graves para a saúde reprodutiva da mulher. 

Quando não tratada, a bactéria pode ascender do colo do útero para os órgãos reprodutivos superiores, resultando em complicações sérias. Essas complicações são geradas principalmente pela inflamação causada pelo próprio corpo, e não pela toxicidade direta da bactéria em si.

A principal complicação é a Doença Inflamatória Pélvica (DIP), uma inflamação que afeta o útero, as trompas e os ovários. Essa condição pode causar danos permanentes e irreversíveis, impactando severamente a saúde reprodutiva feminina. As consequências podem incluir:

  • Infertilidade, decorrente da obstrução ou cicatrização das trompas.
  • Aumento do risco de gravidez ectópica (quando o embrião se implanta fora do útero).
  • Dor pélvica crônica.

Durante a gravidez, a clamídia não tratada pode ser transmitida para o bebê durante o parto, causando conjuntivite ou pneumonia neonatal.

O que pode ser confundido com clamídia?

Os sintomas da clamídia, quando presentes, podem se assemelhar aos de outras condições ginecológicas. Por isso, o autodiagnóstico nunca é recomendado. Algumas infecções com sinais parecidos são:

  • Gonorreia: outra IST bacteriana que frequentemente coexiste com a clamídia.
  • Vaginose bacteriana: um desequilíbrio da flora vaginal que causa corrimento com odor forte.
  • Tricomoníase: IST causada por um protozoário, que gera corrimento abundante e coceira.
  • Infecção urinária: causa principalmente dor ao urinar e aumento da frequência urinária.

Quando devo procurar um médico?

A orientação é clara: não espere por sintomas graves. Procure um ginecologista para uma avaliação se você:

  • Apresentar qualquer um dos sintomas mencionados, por mais leves que sejam.
  • Teve uma relação sexual desprotegida.
  • Seu parceiro ou parceira foi diagnosticado com alguma IST.
  • Deseja fazer um check-up de rotina da sua saúde sexual.

Como é feito o diagnóstico e qual o tratamento?

O diagnóstico da clamídia é simples e indolor. Geralmente, é realizado através da análise de uma amostra de urina ou de uma coleta de secreção do colo do útero (semelhante ao Papanicolau). Os exames de biologia molecular (PCR) são os mais precisos para detectar a bactéria.

Uma vez confirmada a infecção, o tratamento é feito com o uso de antibióticos específicos. É fundamental seguir a prescrição médica rigorosamente e que o(s) parceiro(s) sexual(is) também seja(m) tratado(s) para evitar a reinfecção e a disseminação da bactéria.

Como posso me prevenir da clamídia?

A prevenção é a ferramenta mais eficaz contra a clamídia e outras ISTs. As principais medidas incluem:

  • Uso de preservativos: o uso correto e consistente de camisinhas (masculina ou feminina) em todas as relações sexuais é a forma mais efetiva de reduzir o risco.
  • Rastreamento regular: mulheres sexualmente ativas, especialmente abaixo dos 25 anos ou com múltiplos parceiros, devem conversar com seu médico sobre a realização de exames anuais.
  • Diálogo com parceiros: manter uma comunicação aberta sobre saúde sexual é um passo importante para a prevenção mútua.

Cuidar da sua saúde sexual é um ato de autocuidado. Estar informada sobre os sinais da clamídia permite uma ação rápida, protegendo sua saúde e seu futuro.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

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