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A infecção por clamídia é uma das ISTs mais comuns e, por ser frequentemente assintomática, pode passar despercebida.

Às vezes, uma mudança sutil no corpo gera uma dúvida persistente. Um leve desconforto ao urinar ou um corrimento diferente podem parecer problemas passageiros, mas também podem ser os primeiros sinais de uma condição que exige atenção, como a clamídia. A busca por um profissional especializado permite fazer o diagnóstico precoce.
A clamídia é uma infecção causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, transmitida principalmente por meio de relações sexuais (vaginal, anal ou oral) sem o uso de preservativo. Nas mulheres, a infecção geralmente começa no colo do útero (cervicite). Por ser uma área com poucas terminações nervosas de dor, a infecção pode se desenvolver sem causar grandes alertas, o que explica a alta taxa de casos assintomáticos.
Quando os sintomas de clamídia feminina se manifestam, eles costumam aparecer de uma a três semanas após a exposição à bactéria. É fundamental estar atenta a qualquer alteração, pois os sinais podem ser leves e facilmente confundidos com outras condições.
Os sintomas mais relatados estão associados ao sistema geniturinário. Eles podem ocorrer de forma isolada ou combinada. Fique atenta se você apresentar:
O corrimento associado à clamídia não costuma ter um odor forte e característico como o observado em outras infecções, como a vaginose bacteriana. No entanto, qualquer alteração na cor, consistência ou cheiro do corrimento vaginal deve ser um motivo para buscar avaliação médica.
A clamídia não se limita à região genital. A infecção pode ocorrer em outras mucosas do corpo, dependendo da prática sexual. A infecção no reto (proctite) pode causar dor, secreção e sangramento anal. Já na garganta, a clamídia é quase sempre assintomática, mas pode, raramente, causar dor.
A principal característica, e também o maior perigo, é a ausência de sintomas em grande parte dos casos. Estima-se que entre 70% e 80% das mulheres infectadas não percebem qualquer sinal, diz artigo publicado na Plos Pathogens, em 2019.
Essa natureza assintomática torna a infecção difícil de detectar, o que é um fator de risco para complicações futuras. Isso acontece porque a bactéria pode se replicar nas células do colo do útero sem desencadear uma resposta inflamatória forte o suficiente para gerar dor ou desconforto visível.
Essa natureza silenciosa permite que a infecção avance sem ser detectada, aumentando o risco de complicações e a chance de transmissão para outros parceiros.
Ignorar a clamídia, mesmo na ausência de sintomas, pode trazer consequências graves para a saúde reprodutiva da mulher.
Quando não tratada, a bactéria pode ascender do colo do útero para os órgãos reprodutivos superiores, resultando em complicações sérias. Essas complicações são geradas principalmente pela inflamação causada pelo próprio corpo, e não pela toxicidade direta da bactéria em si.
A principal complicação é a Doença Inflamatória Pélvica (DIP), uma inflamação que afeta o útero, as trompas e os ovários. Essa condição pode causar danos permanentes e irreversíveis, impactando severamente a saúde reprodutiva feminina. As consequências podem incluir:
Durante a gravidez, a clamídia não tratada pode ser transmitida para o bebê durante o parto, causando conjuntivite ou pneumonia neonatal.
Os sintomas da clamídia, quando presentes, podem se assemelhar aos de outras condições ginecológicas. Por isso, o autodiagnóstico nunca é recomendado. Algumas infecções com sinais parecidos são:
A orientação é clara: não espere por sintomas graves. Procure um ginecologista para uma avaliação se você:
O diagnóstico da clamídia é simples e indolor. Geralmente, é realizado através da análise de uma amostra de urina ou de uma coleta de secreção do colo do útero (semelhante ao Papanicolau). Os exames de biologia molecular (PCR) são os mais precisos para detectar a bactéria.
Uma vez confirmada a infecção, o tratamento é feito com o uso de antibióticos específicos. É fundamental seguir a prescrição médica rigorosamente e que o(s) parceiro(s) sexual(is) também seja(m) tratado(s) para evitar a reinfecção e a disseminação da bactéria.
A prevenção é a ferramenta mais eficaz contra a clamídia e outras ISTs. As principais medidas incluem:
Cuidar da sua saúde sexual é um ato de autocuidado. Estar informada sobre os sinais da clamídia permite uma ação rápida, protegendo sua saúde e seu futuro.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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