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Sintomas da amigdalite bacteriana: identifique sinais e entenda o tratamento

Aprenda a diferenciar os sinais clássicos, como febre alta e pus, e entenda por que a avaliação médica é indispensável.

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Aquela dor de garganta que começa de repente, mais parecendo que você engoliu cacos de vidro, pode ser mais do que um simples resfriado. Quando a dificuldade para comer ou até mesmo beber água se torna extrema e a febre sobe rapidamente, é hora de prestar atenção a outros sinais. Estes podem ser os primeiros indícios de uma amigdalite bacteriana.

O que é amigdalite bacteriana?

A amigdalite bacteriana é uma inflamação das amígdalas, duas massas de tecido linfoide localizadas no fundo da garganta, causada pela proliferação de bactérias. A principal responsável por esse quadro é a Streptococcus pyogenes, também conhecida como estreptococo do grupo A. Este microrganismo é a causa mais comum de infecções bacterianas na garganta.

Diferente da amigdalite viral, que tende a ser mais comum e autolimitada, a versão bacteriana exige um tratamento específico para combater o agente infeccioso e prevenir complicações sérias. Por isso, reconhecer seus sintomas é o primeiro passo para buscar o cuidado adequado.

Otorrinos são os especialistas que podem atendê-lo neste tipo de quadro. A Rede Américas possui especialistas renomados atendendo em vários hospitais brasileiros.

Quais são os principais sintomas da amigdalite bacteriana?

Os sinais da infecção bacteriana costumam ser mais intensos e localizados na garganta. É importante observar a combinação dos sintomas, pois raramente eles aparecem de forma isolada.

Dor de garganta súbita e intensa

A dor geralmente começa de forma abrupta e é bastante forte, dificultando a deglutição (ato de engolir). Muitas pessoas descrevem a sensação como uma queimação ou um arranhão constante, que pode irradiar para os ouvidos.

Febre alta e calafrios

Um dos sinais mais marcantes é a febre, que frequentemente ultrapassa os 38,5°C. Ela pode ser acompanhada por calafrios e uma sensação de mal-estar generalizado, indicando que o corpo está combatendo uma infecção mais robusta.

Presença de placas de pus

Ao observar a garganta com uma lanterna em frente ao espelho, é possível notar as amígdalas muito vermelhas e inchadas. Na amigdalite bacteriana, é comum o aparecimento de pontos ou placas de secreção branca ou amarelada sobre elas, um sinal claro da presença de pus.

Gânglios do pescoço inchados e doloridos

Os gânglios linfáticos, ou ínguas, localizados no pescoço e abaixo da mandíbula, podem ficar inchados e doloridos ao toque. Eles fazem parte do sistema de defesa do corpo e aumentam de tamanho ao combater uma infecção próxima.

Outros sinais associados

Além dos sintomas principais, outros sinais podem estar presentes, como:

  • Mau hálito (halitose);
  • Dor de cabeça;
  • Falta de apetite;
  • Voz anasalada ou abafada devido ao inchaço;
  • Em crianças, podem ocorrer náuseas, vômitos e dor abdominal.

Como diferenciar a amigdalite bacteriana da viral?

Distinguir os dois tipos é fundamental, pois os tratamentos são completamente diferentes. Enquanto a amigdalite viral melhora com repouso e sintomáticos, a bacteriana necessita de antibióticos. A ausência de sintomas gripais, como tosse e espirros, é uma pista importante.

A tabela abaixo ajuda a visualizar as diferenças:

Sintoma

Amigdalite Bacteriana

Amigdalite Viral

 

Início da dor

Súbito e intenso

Gradual e moderado

Febre

Alta (acima de 38,5°C)

Baixa ou ausente

Placas de pus

Comum

Raro

Tosse e coriza

Geralmente ausentes

Comum

Mal-estar

Intenso e localizado na garganta

Geral, com dores no corpo

Vale dizer que apenas uma avaliação médica pode confirmar o diagnóstico com precisão, muitas vezes com o auxílio de exames como o teste rápido para estreptococo.

A amigdalite bacteriana é contagiosa?

Sim, a infecção é contagiosa. A transmissão ocorre por meio de gotículas de saliva ou secreções nasais expelidas ao falar, tossir ou espirrar. O compartilhamento de copos, talheres e outros objetos pessoais também pode transmitir a bactéria.

Uma pessoa com amigdalite bacteriana pode transmitir a doença até receber as primeiras 24 a 48 horas de tratamento com antibiótico. Após esse período, o risco de contágio diminui drasticamente.

Quais são as possíveis complicações?

O tratamento inadequado ou a falta dele aumenta o risco de complicações. A infecção pode evoluir para um abscesso periamigdaliano (acúmulo de pus ao redor da amígdala), que causa dor extrema e dificuldade para abrir a boca. A necessidade de drenar abscessos nas amígdalas, por vezes com cirurgia, é um forte indicativo de infecção bacteriana grave.

Quando a amigdalite aguda é causada pela bactéria Streptococcus beta-hemolítico do grupo A, a progressão para complicações mais sérias, como o abscesso peritonsilar, exige obrigatoriamente o uso de antibióticos. 

Em casos mais raros, a bactéria pode se espalhar pela corrente sanguínea e causar problemas mais graves, como a febre reumática, uma condição que afeta o coração, as articulações e o sistema nervoso. Por isso, seguir a orientação médica é essencial.

Quando devo procurar um médico?

A avaliação de um especialista, como um clínico geral ou otorrinolaringologista, é sempre recomendada na presença de dor de garganta intensa. Procure atendimento médico imediato se apresentar:

  • Febre alta que não cede com antitérmicos comuns;
  • Dificuldade para respirar ou engolir a própria saliva;
  • Incapacidade de abrir a boca completamente;
  • Ausência de melhora dos sintomas após 48 horas;
  • Manchas vermelhas ou erupções na pele;
  • A combinação de febre, dificuldade extrema para engolir e pus visível nas amígdalas, que pode indicar um caso grave e a necessidade de tratamento hospitalar com antibióticos intravenosos.

Como é feito o diagnóstico e o tratamento?

O diagnóstico é baseado na avaliação clínica dos sintomas e no exame da garganta. Para determinar a necessidade de antibióticos, os médicos também utilizam escalas clínicas padronizadas, como Centor ou McIsaac. Essas ferramentas ajudam a estimar a probabilidade de a infecção ser causada por bactérias do grupo A.

O médico pode ainda solicitar um teste rápido de antígeno ou uma cultura de orofaringe para confirmar a presença da bactéria Streptococcus.

Confirmada a infecção bacteriana, o tratamento é realizado com antibióticos prescritos pelo médico. É fundamental tomar o medicamento exatamente como orientado e por todo o período recomendado, mesmo que os sintomas desapareçam antes. A interrupção prematura do tratamento pode levar à recorrência da infecção e aumentar o risco de complicações.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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