Revisado em: 26/11/2025
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O câncer de mama pode voltar mesmo após remissão. Os sinais variam conforme o tipo de recidiva

O diagnóstico e tratamento do câncer de mama representam uma jornada desafiadora e que muitas vezes resulta na remissão da doença. Mas existe uma possibilidade de haver o retorno do tumor maligno, a chamada recidiva.
Saber identificar os sinais de que o câncer de mama voltou é fundamental para a paciente buscar ajuda médica especializada. Os sinais da recorrência variam conforme o tipo, seja ele local, regional ou metastático.
A principal causa da recidiva é a falha do tratamento inicial. Ocorre a reativação de células cancerosas que estavam dormentes no organismo. Por serem microscópicas, elas são indetectáveis pelos exames convencionais realizados no momento do diagnóstico primário.
O tratamento nesses casos vai depender do tipo e do local onde a doença se instalou novamente. Além das características biológicas do novo tumor.
A recidiva do câncer de mama é caracterizada pelo reaparecimento da doença após um período de remissão. O período de remissão é quando não há mais sinais detectáveis de neoplasia, após a conclusão do tratamento.
O reaparecimento ocorre mesmo depois de tratamentos como cirurgia, quimioterapia ou radioterapia. A permanência de pequenas áreas tumorais chamadas de células dormentes no corpo pode explicar a recorrência.
Como essas células são microscópicas, acabam se tornando indetectáveis pelos exames de imagem mais modernos. Com o tempo, elas podem se multiplicar e levar ao desenvolvimento de um novo tumor.
Não existe um tempo determinado para que isso aconteça. Podem ser meses ou anos após a remissão, ou até mesmo décadas depois. O mesmo tumor reaparece em outro órgão, mas continua sendo classificado e nomeado pelo local de origem.
Isso significa dizer que continua sendo câncer de mama. Esse ressurgimento é diferente de um segundo câncer primário, caracterizado pelo aparecimento de um novo tumor em um local diferente. Ele não tem relação alguma com o câncer original.
A recidiva é classificada em três tipos: local, regional e à distância (metastática). Quando é do tipo local, ocorre na mama operada ou na parede torácica, caso tenha sido feita uma mastectomia.
Se for regional, os linfonodos próximos (axilares ou supraclaviculares) são acometidos. Já quando ocorre à distância, pode atingir órgãos como ossos, pulmões, fígado e cérebro.
Neste caso, o tumor é classificado como metástase do câncer de mama, e não como uma nova neoplasia no órgão afetado.
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Os sinais de que o câncer de mama voltou dependem do local da recidiva. É importante saber reconhecê-los para fazer o diagnóstico precoce e começar o tratamento.
Pode haver o surgimento de um novo nódulo ou inchaço na mama, na axila ou na parede torácica (na região da cicatriz cirúrgica). Também são comuns alterações na pele como espessamento, vermelhidão ou formação de covinhas com aspecto de casca de laranja.
A inversão dos mamilos, bem como o achatamento ou a liberação de secreção pelo mamilo pode ocorrer em casos de recorrência local. É possível sentir também dor crônica ou persistente na parede torácica.
Os gânglios linfáticos da axila, da região da clavícula ou acima dela podem estar aumentados ou apresentar inchaço. Pode haver também dor, inchaço ou dormência persistente em um dos braços ou ombros.
Em casos em que o paciente apresenta os linfonodos da região do pescoço aumentados, um dos sinais da recidiva regional pode ser a dificuldade para engolir.
Quando o câncer se espalha para outras partes do corpo, os sintomas são relacionados ao local afetado:
O médico deve fazer a avaliação dos sintomas para saber qual a classificação do ressurgimento do câncer de mama e determinar o tratamento mais adequado.
O retorno da neoplasia pode ocorrer em qualquer paciente, mas alguns fatores estão associados a um risco maior de recidiva. Pacientes diagnosticados com câncer em estágios mais avançados têm uma chance maior do que aqueles com diagnóstico em estágio inicial.
O tipo de câncer também influencia. Cânceres mais agressivos como o câncer de mama triplo-negativo e o inflamatório são mais difíceis de tratar e têm maior probabilidade de retornar.
Quando as células cancerígenas estão presentes em quatro ou mais gânglios linfáticos no diagnóstico original, esse fator está associado a uma chance mais alta de um novo acometimento.
A probabilidade de recorrência é maior em mulheres diagnosticadas com câncer de mama antes dos 35 anos. Também é aumentada em pacientes que receberam cirurgia conservadora sem radioterapia.
O diagnóstico da recorrência é realizado durante as consultas de acompanhamento com o mastologista ou oncologista. Além dos sinais de que o câncer de mama voltou, ele observa o resultado dos exames de imagem e da biópsia para confirmar a natureza do novo tumor.
As imagens podem ser obtidas pela mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. A tomografia computadorizada e a tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT) também podem ser utilizadas para localizar e avaliar o novo tumor.
A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda que sejam feitos exames clínicos periódicos (a cada seis meses nos primeiros dois anos, e depois exames anuais) e mamografia todo ano.
No exame clínico o médico avalia o paciente em busca de novos nódulos, inchaço ou outras alterações características da volta do tumor maligno.
O tratamento da recidiva do câncer de mama é individualizado e depende do local da recorrência, do tipo de câncer e dos tratamentos utilizados anteriormente.
A cirurgia e a radioterapia podem ser utilizadas para tratar recidivas locais e regionais. Para a doença metastática, a quimioterapia, hormonioterapia e terapia-alvo podem ser opções.
As células cancerígenas do tumor que retornou podem desenvolver resistência aos medicamentos já usados, por isso pode ser necessária uma mudança na estratégia terapêutica.
Estudo publicado no National Cancer Institute, em 2018, mostrou que a biópsia líquida está sendo estudada como uma ferramenta capaz de prever a recorrência tardia. A tecnologia se mostrou ainda mais eficaz em cânceres de mama com receptores hormonais positivos (HR+).
Ainda não existe uma forma exata de prever ou de garantir que o câncer não vá voltar. Mas um estilo de vida saudável e o acompanhamento médico periódico diminuem consideravelmente o risco de recorrência.
Seguir à risca o cronograma de exames clínicos e de imagem e as consultas com o oncologista ou mastologista é fundamental para a detecção precoce.
O excesso de peso pode aumentar o risco, por isso o ideal é manter um peso saudável para melhorar a qualidade de vida e o funcionamento do organismo.
A atividade física regular também é importante. Assim como, manter uma alimentação rica em vegetais, frutas e grãos integrais. Gorduras e açúcares refinados devem ser evitados.
A vigilância é a maior aliada na jornada pós-tratamento do câncer de mama. É bastante importante se atentar aos sinais de que o câncer de mama voltou, seja ele local, regional ou à distância. Essa atenção vai permitir que seja tomada uma ação rápida e decisiva, objetivando uma nova remissão da doença.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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