27/08/2025
Revisado em: 28/08/2025
Entenda quais alterações na secreção vaginal podem indicar o início de uma gestação e saiba como diferenciar os sinais normais daqueles que merecem uma avaliação médica.
O corpo feminino envia sinais constantes, mas nem sempre eles são fáceis de decifrar. Uma pequena alteração na secreção vaginal pode trazer uma série de dúvidas, especialmente para quem suspeita de uma gestação. A pergunta sobre que tipo de corrimento é sinal de gravidez é uma das mais comuns, e ter a informação correta é o que permite entender os sinais do corpo e agir com mais segurança.
O principal corrimento que pode ser um dos primeiros sinais de gravidez é o chamado sangramento de nidação. Para que a gestação tenha início, o embrião após ser fecundado, precisa se "aninhar" na parede interna do útero, um tecido ricamente vascularizado chamado endométrio.
Durante esse processo de fixação, alguns pequenos vasos sanguíneos podem se romper, gerando um sangramento muito discreto.
Como esse sangramento é mínimo e leva algum tempo para percorrer o caminho até o exterior, o sangue oxida, o que explica sua coloração tipicamente marrom ou rosada. É essa a razão pela qual a dúvida sobre se o corrimento marrom pode ser gravidez? é tão frequente.
Porém, é importante saber que o sangramento de nidação não acontece em todas as gestações. De acordo com o American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG), ele ocorre em apenas 15% a 25% das mulheres. Logo, sua ausência não significa que a gravidez não esteja ocorrendo.
A principal dificuldade em diferenciar o corrimento de nidação da menstruação é que os dois costumam aparecer no mesmo período do ciclo. Por isso, muitas mulheres acabam confundindo um com o outro. Mas alguns aspectos ajudam a distinguir esses eventos.
O sangramento de nidação costuma ser bem discreto, muitas vezes perceptível apenas como pequenas manchas na calcinha ou no papel higiênico, e pode durar de algumas horas até três dias, no máximo. Já a menstruação, embora também possa começar leve, tende a se intensificar com o passar das horas, apresentando um fluxo contínuo e mais volumoso que normalmente se prolonga de quatro a sete dias.
Outra diferença importante está na cor e na consistência. O corrimento de nidação tende a ter um tom mais claro, que pode variar entre rosado e marrom, lembrando um sangramento mais diluído, sem presença de coágulos. Já depois que o fluxo se estabelece, o sangue menstrual adquire um vermelho mais vivo, sendo comum apresentar coágulos devido à descamação natural do endométrio.
Os sintomas que acompanham cada situação também ajudam na distinção. Na nidação, o sangramento pode vir acompanhado apenas de sensações leves, como pequena sensibilidade nos seios ou um desconforto abdominal discreto, sem cólicas intensas.
Por outro lado, na menstruação é frequente o aparecimento de sintomas clássicos do ciclo, como cólicas mais fortes, dor lombar, inchaço e alterações de humor.
Vale lembrar que a nidação acontece porque o embrião está se fixando na parede do útero, o que ocorre entre 6 e 12 dias após a fecundação, justamente na época em que a mulher espera pela menstruação. O sangramento menstrual surge quando não houve fecundação e o organismo elimina a camada interna do útero que havia se preparado para receber um embrião.
O corrimento branco e espesso pode ser um sinal de gravidez, e essa é uma alteração bastante comum no início da gestação. Logo após a fecundação, o corpo passa por uma transformação hormonal, e o aumento dos níveis de estrogênio faz com que as glândulas vaginais produzam uma secreção mais abundante, espessa, de cor branca e com aspecto leitoso.
Essa secreção recebe o nome de leucorreia e se catacteriza como um processo totalmente natural. Sua função é criar uma espécie de barreira protetora no canal vaginal para dificultar a entrada de micro-organismos e ajudando a reduzir o risco de infecções enquanto o organismo se prepara para manter a gestação.
Uma dúvida comum é como diferenciar esse corrimento fisiológico, ligado à gravidez, de um corrimento provocado por infecção. A principal diferença está nos sintomas associados: a leucorreia gestacional não tem cheiro forte, não provoca coceira, ardência ou dor, e surge de forma contínua, acompanhando a adaptação do corpo à gravidez.
Já infecções como a candidíase,também podem causar corrimento branco e espesso, mas geralmente vêm acompanhadas de sintomas incômodos, como coceira intensa, sensação de queimação e odor desagradável.
É importante lembrar ainda que o corrimento branco e espesso não aparece de forma isolada. Ele costuma se somar a outros sinais iniciais da gravidez, como atraso menstrual, aumento da sensibilidade nas mamas e maior sonolência. Por isso, quando surge nesse contexto e não está associado a desconfortos, tende a ser apenas mais uma manifestação do corpo se adaptando às mudanças hormonais.
Uma vez confirmada a gravidez, todo corrimento que fuja do padrão branco, leitoso e sem cheiro precisa ser observado com cuidado e comunicado ao médico. Isso porque durante a gestação, alterações no equilíbrio da flora vaginal são mais comuns devido às mudanças hormonais, e algumas delas podem abrir espaço para infecções.
Por exemplo, corrimentos de cor amarelada ou esverdeada costumam estar relacionados a processos infecciosos e merecem investigação rápida. Já quando a secreção tem aspecto parecido com “nata de leite” e vem acompanhada de coceira intensa, trata-se do quadro clássico de candidíase, uma infecção fúngica bastante frequente na gestação, causada pelo crescimento excessivo do fungo Candida albicans.
Outro sinal de alerta é o corrimento com odor forte ou desagradável, que pode indicar vaginose bacteriana, uma infecção que altera o pH vaginal e aumenta o risco de complicações se não for tratada.
A presença de sangue também exige atenção, especialmente quando vem acompanhada de cólicas ou dor abdominal. Embora pequenos sangramentos possam ocorrer em situações benignas, como irritação local após relações sexuais, também podem estar associados a ameaças de aborto ou descolamento de placenta, sendo sempre necessário informar o obstetra.
De forma geral, qualquer corrimento que venha acompanhado de sintomas como ardência ao urinar, dor durante a relação sexual, coceira persistente ou mau cheiro precisa ser investigado. Além do desconforto para a gestante, infecções não tratadas podem afetar o ambiente uterino e trazer riscos para a saúde do bebê. Então, diante de qualquer alteração fora do padrão esperado, a recomendação é procurar avaliação médica sem demora.
A orientação é procurar seu ginecologista sempre que notar um corrimento com características anormais, como cor, cheiro ou a presença de outros sintomas, como coceira e dor. Se você suspeita de gravidez, a consulta após a confirmação com um teste é o primeiro passo para iniciar o pré-natal.
A jornada da descoberta de uma gravidez é cheia de novas sensações e aprender a observar seu corpo sem desespero é fundamental. A informação serve para orientar, mas a conversa com seu médico é o que traz a segurança e a tranquilidade que você precisa nesse momento.
Referências bibliográficas:
AMERICAN COLLEGE OF OBSTETRICIANS AND GYNECOLOGISTS (ACOG). Bleeding During Pregnancy. Washington, D.C.: ACOG, 2022. Disponível em: https://www.acog.org/womens-health/faqs/bleeding-during-pregnancy. Acesso em: 18 ago. 2025.
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