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Quantas sessões de quimioterapia uma pessoa pode fazer?

A duração e frequência da quimioterapia são personalizadas, dependendo de fatores como o tipo de câncer e a resposta individual ao tratamento.

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Quando se inicia um tratamento de quimioterapia, uma das primeiras perguntas que surgem é: "Quantas sessões serão necessárias?". A incerteza sobre a duração do tratamento é uma das maiores preocupações de pacientes e familiares. No entanto, é fundamental compreender que não existe um número mágico ou fixo de sessões aplicável a todos os casos.

Cada plano de tratamento é meticulosamente personalizado, levando em conta diversas variáveis. 

Isso significa que a quantidade de sessões que uma pessoa pode ou deve fazer depende de uma complexa interação de fatores clínicos, biológicos e individuais. O protocolo é definido e ajustado continuamente pelo oncologista.

Como o tipo e o estágio do câncer influenciam a quimioterapia?

O tipo específico de câncer e o estágio em que ele se encontra são determinantes cruciais para a definição do protocolo de quimioterapia. Cânceres diferentes reagem de maneiras distintas aos medicamentos quimioterápicos, exigindo abordagens variadas.

Por exemplo, um câncer em estágio inicial pode requerer um número menor de sessões com o objetivo de erradicar a doença. Por outro lado, um câncer mais avançado ou metastático pode demandar um tratamento mais prolongado ou frequente, visando controlar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Qual o objetivo do tratamento?

O propósito da quimioterapia também define sua intensidade e duração. 

Os principais objetivos do tratamento podem ser:

  • Curativo: visa eliminar completamente as células cancerosas. Pode ser administrado como tratamento principal ou em combinação com cirurgia e radioterapia.
  • Neoadjuvante: realizado antes da cirurgia para reduzir o tamanho do tumor, facilitando a remoção.
  • Adjuvante: administrado após cirurgia ou radioterapia para destruir células cancerosas remanescentes e reduzir o risco de recidiva.
  • Paliativo: busca controlar a doença, aliviar sintomas e melhorar a qualidade de vida quando a cura não é mais possível. Neste caso, o tratamento pode ser contínuo ou intermitente.

Cada um desses objetivos demanda um planejamento distinto em termos de duração e frequência das sessões. 

Para pacientes com leucemia mieloide aguda (LMA) em primeira remissão completa que realizaram transplante de células-tronco, por exemplo, o recebimento de 3 ou mais ciclos de quimioterapia de consolidação pré-transplante resultou em uma sobrevida livre de eventos significativamente maior (85,6%) em comparação com aqueles que receberam 2 ou menos ciclos (67,0%), ressaltando a importância do protocolo adequado. 

Como os medicamentos e o corpo do paciente determinam a duração?

Os regimes de quimioterapia envolvem combinações específicas de medicamentos, cada um com sua própria forma de ação e efeitos colaterais. A escolha e dosagem desses medicamentos influenciam diretamente a frequência e o número de sessões. 

A flexibilidade na administração dos medicamentos é notável; por exemplo, a capecitabina pode ser usada sozinha, substituindo outro fármaco, ou adicionada a um tratamento padrão com outras drogas, adaptando-se às necessidades do paciente.

Além disso, a resposta individual do paciente ao tratamento é um fator crucial. O organismo de cada pessoa reage de maneira única aos quimioterápicos, e a tolerância aos efeitos colaterais é monitorada de perto. 

Por exemplo, aproximadamente de 70% a 80% dos adultos em tratamento experimentam náuseas e vômitos induzidos pela quimioterapia, destacando a importância de ajustes e suporte. Se o corpo do paciente não estiver tolerando bem o tratamento, o oncologista pode ajustar o plano, reduzir doses, estender os intervalos ou até mesmo trocar de medicamento.

Como a quimioterapia é organizada em ciclos?

A quimioterapia é geralmente administrada em ciclos, e não em sessões diárias ou contínuas. Um ciclo de quimioterapia consiste em um período de tratamento (infusão do medicamento) seguido por um período de descanso. 

Este intervalo é essencial para que o corpo do paciente se recupere dos efeitos da medicação, permitindo que células saudáveis se regenerem.

Quanto tempo dura um ciclo de quimioterapia?

A duração de um ciclo varia amplamente. Existem regimes de quimioterapia que são administrados a cada 7, 14, 21 ou 28 dias. 

Em alguns casos, pode haver ciclos ainda mais longos. O número total de ciclos é o que determina a duração do tratamento completo, e não apenas o número de sessões isoladas.

Quanto tempo dura cada sessão de quimioterapia?

A duração de cada sessão individual de quimioterapia, ou seja, o tempo que o paciente permanece recebendo a infusão, também é variável. 

Algumas sessões podem durar apenas algumas horas, enquanto outras, que envolvem múltiplos medicamentos ou protocolos mais complexos, podem se estender por várias horas ou até um dia inteiro. Este tempo é específico para cada tipo de medicamento e para a via de administração.

É possível saber se o tratamento está funcionando?

Sim, é perfeitamente possível e fundamental monitorar a eficácia do tratamento de quimioterapia. Durante todo o processo, a equipe médica realiza um acompanhamento rigoroso para avaliar a resposta do câncer e a condição geral do paciente.

Isso geralmente envolve exames de imagem, como tomografias computadorizadas (TC), ressonâncias magnéticas (RM) e PET scans, que permitem visualizar o tamanho e a atividade dos tumores. Exames laboratoriais de sangue também são cruciais para monitorar marcadores tumorais e a função de órgãos. Além disso, a observação dos sintomas do paciente e seu bem-estar geral fornecem informações valiosas sobre a progressão ou regressão da doença. É crucial relatar qualquer mudança ou sintoma novo ao médico.

O tratamento pode ser ajustado ou interrompido?

Sim, alterações no plano de tratamento são comuns e esperadas na oncologia. A quimioterapia é um processo dinâmico, e o oncologista pode ajustar as doses, os intervalos entre os ciclos ou até mesmo mudar os medicamentos com base na resposta do tumor e na tolerância do paciente aos efeitos colaterais.

Em alguns casos, se os efeitos adversos forem muito severos, se o tratamento não estiver apresentando a resposta esperada ou se o paciente não estiver apto a continuar por outras razões clínicas, a quimioterapia pode ser temporariamente interrompida ou até mesmo descontinuada de forma definitiva. 

Todas essas decisões são tomadas em conjunto entre o paciente, seus familiares e a equipe médica, considerando sempre o melhor para a saúde e bem-estar do indivíduo.

Qual a importância do acompanhamento médico constante?

O tratamento do câncer exige um acompanhamento médico contínuo e especializado. O oncologista é o profissional capacitado para definir o número de sessões de quimioterapia, o tipo de medicamento e a duração do tratamento, personalizando cada etapa para as necessidades do paciente.

A comunicação aberta e transparente com a equipe de saúde é vital. Tire todas as suas dúvidas, expresse suas preocupações e relate qualquer sintoma ou efeito colateral. Essa parceria é fundamental para garantir a segurança, otimizar os resultados e adaptar o tratamento de forma mais eficaz, buscando sempre o melhor prognóstico possível.

 

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista do Ministério da Saúde.

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