20/08/2025
Revisado em: 27/08/2025
Saiba identificar os sinais da febre amarela, entender a progressão da doença e descobrir as melhores formas de prevenção.
Quando você sente um mal-estar repentino, com febre alta e dores no corpo, é natural se preocupar. No caso da febre amarela, doença viral grave transmitida por mosquitos infectados, esses sintomas podem ser os primeiros sinais. A doença tem um ciclo de manifestação que pode variar bastante, desde casos assintomáticos até quadros graves que exigem atenção médica imediata.
A nível global, a febre amarela causa cerca de 81.000 mortes anualmente, com aproximadamente 89% delas ocorrendo na África. Em 1990, foram relatados pelo menos 200.000 casos e 30.000 mortes em todo o mundo, destacando a persistência e o impacto da doença.
A infecção ocorre pela picada do mosquito e o vírus se incuba no corpo humano por um período que varia de 3 a 6 dias, podendo, em alguns casos, chegar a 15 dias.
A fase inicial da febre amarela, também conhecida como fase febril, geralmente dura de 3 a 4 dias e pode ser facilmente confundida com outras infecções comuns. É importante estar atento a um conjunto de sintomas que surgem de forma súbita.
São eles:
Após essa fase, a maioria dos pacientes apresenta melhora. Contudo, em uma pequena parcela, cerca de 12% dos pacientes infectados, a doença evolui para uma fase mais grave.
A forma grave da febre amarela é caracterizada por uma segunda fase da doença, que pode ser fatal. Após uma breve remissão dos sintomas iniciais (período em que o paciente pode se sentir melhor), há um agravamento do quadro clínico.
Os sintomas se tornam mais severos e preocupantes, e a taxa de letalidade para casos graves varia de 30% a 60%.
Nos casos graves, o vírus da febre amarela ataca múltiplos órgãos, com destaque para o fígado, os rins e o coração. O comprometimento hepático é responsável pela icterícia e pode levar à insuficiência hepática, com morte de células do fígado.
A lesão renal pode evoluir para insuficiência renal aguda, também com morte de células renais. Em alguns casos, o coração também pode ser afetado, levando a complicações cardíacas.
Sim, é possível. Algumas pessoas infectadas pelo vírus da febre amarela podem ser assintomáticas, ou seja, não manifestam nenhum sinal ou sintoma da doença. Nesses casos, a infecção pode passar despercebida, mas o indivíduo desenvolve imunidade.
É fundamental esclarecer que a febre amarela não é contagiosa, o que significa que não se transmite de pessoa para pessoa. A única forma de transmissão ocorre pela picada de mosquitos infectados com o vírus.
A doença pode ser transmitida por meio de três ciclos principais: o silvestre (entre primatas não humanos e mosquitos), o urbano (entre humanos e mosquitos) e o intermediário ou da savana (na África, entre humanos que vivem perto da selva).
Nas áreas urbanas, o principal vetor é o Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a dengue. Em áreas silvestres, a transmissão ocorre por mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes.
A fragmentação de florestas, por exemplo, pode aumentar a proximidade entre humanos e primatas não humanos, ampliando o risco de transmissão zoonótica da febre amarela.
A mobilidade humana também desempenha um papel crucial na disseminação do vírus. Em 2016, cerca de 45,2 milhões de viajantes internacionais partiram de áreas endêmicas de febre amarela.
Desse total, 11,7 milhões tinham como destino cidades não endêmicas, mas que eram adequadas para a transmissão viral. Desses viajantes, 7,7 milhões (65,7%) não precisaram apresentar comprovante de vacinação na chegada, conforme estudo publicado no Bulletin of the World Health Organization.
Isso ressalta a importância de políticas de vacinação consistentes para evitar epidemias urbanas.
Ao apresentar os sintomas iniciais da febre amarela, especialmente se você vive ou viajou para áreas de risco, procure imediatamente um serviço de saúde.
O diagnóstico precoce e o acompanhamento médico são cruciais para o manejo da doença e para prevenir o desenvolvimento de formas graves. Informe sempre ao profissional de saúde sobre viagens recentes ou a sua residência em áreas com circulação do vírus.
A prevenção é a ferramenta mais poderosa contra a febre amarela. Medidas simples e eficazes podem proteger você e sua família da doença.
Sim, a vacinação é a principal e mais eficaz forma de prevenção da febre amarela. Uma única dose da vacina oferece proteção vitalícia contra a doença, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde do Brasil para a maioria das pessoas.
A vacina confere imunidade efetiva em 80% a 100% das pessoas vacinadas em até 10 dias, e em mais de 99% em até 30 dias.
A vacina é segura e está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Verifique o calendário de vacinação e as recomendações para sua região ou antes de viajar para áreas de risco.
Essa baixa cobertura é uma preocupação de saúde pública e exige atenção dos formuladores de políticas.
Além da vacinação, outras medidas podem complementar a proteção, especialmente em áreas onde a doença é endêmica ou durante surtos:
É comum que os sintomas iniciais da febre amarela sejam confundidos com os da dengue, pois ambas as doenças podem causar febre alta, dor de cabeça, dores musculares e náuseas. No entanto, algumas distinções podem ser notadas:
Apesar das semelhanças, apenas um profissional de saúde pode realizar o diagnóstico correto por meio de exames clínicos e laboratoriais específicos. Portanto, diante de qualquer sintoma, a busca por atendimento médico é indispensável.
A febre amarela é uma doença séria, mas seus riscos podem ser minimizados com informação e prevenção.
Conhecer os sintomas iniciais e avançados permite buscar ajuda médica rapidamente, aumentando as chances de um desfecho favorável. A vacinação continua sendo a estratégia mais eficaz para a proteção individual e coletiva, especialmente para aqueles que vivem ou pretendem viajar para regiões com a presença do vírus.
Mantenha-se informado, proteja-se e, em caso de dúvida ou sintomas, procure sempre a orientação de um profissional de saúde. Sua vida é a sua maior prioridade.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
ALIAGA-SAMANEZ, A.; et al. Yellow fever surveillance suggests zoonotic and anthroponotic emergent potential. Communications Biology, v. 5, n. 1, p. 550, 2 jun. 2022. Disponível em:https://www.nature.com/articles/s42003-022-03492-9 . Acesso em: 15 ago 2025.
ALI, M. S.; MEKONEN, E. G. Yellow fever vaccine coverage and associated factors among under-five children in Kenya: Data from Kenyan Demographic and Health Survey 2022. Human Vaccines & Immunotherapeutics, [s.v.], [s.n.], [s.p.], [s.d.]. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/363196531_Yellow_fever_outbreak_in_Kenya_A_review . Acesso em: 15 ago 2025.
BRENT, S. E.; et al. International travel between global urban centres vulnerable to yellow fever transmission. Bulletin of the World Health Organization, v. 96, n. 4, p. 237–248, 11 abr. 2018. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC5985425/ . Acesso em: 15 ago 2025.
NWAIWU, A. U.; et al. The incidence and mortality of yellow fever in Africa: a systematic review and meta-analysis. BMC Infectious Diseases, v. 21, n. 1, p. 1098, 23 out. 2021. Disponível em: https://bmcinfectdis.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12879-021-06728-x. Acesso em: 15 ago 2025.
RODRIGUEZ-MORALES, A. J. Mechanisms of Yellow Fever Transmission: Gleaning the Overlooked Records of Importance and Identifying Problems, Puzzles, Serious Issues, Surprises and Research Questions. Viruses, v. 16, n. 1, p. 84, 4 jan. 2024. Disponível em:https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38257784/ . Acesso em: 15 ago 2025.
POPULARES EM SINTOMAS
Os conteúdos mais buscados sobre Sintomas
Descubra os sintomas de câncer de pulmão e saiba quando procurar ajuda médica para diagnóstico precoce e tratamento eficaz.
Leia maisTontura pode ser sinal de pressão alta, mas não é o único motivo. Saiba os principais sintomas e quando procurar um médico.
Leia maisSaiba quais são as causas mais comuns de um caroço na gengiva e aprenda a identificar os sinais de alerta que exigem uma avaliação profissional.
Leia mais