28/08/2025
Revisado em: 28/08/2025
Entenda porque a atenção ao próprio corpo é a principal estratégia para a detecção precoce do câncer de pele, o mais comum no Brasil.
A maioria das pintas e manchas na pele é inofensiva, mas a dúvida sobre o que é normal ou não é comum. Diante disso, é vital saber quais os sintomas do câncer de pele, pois reconhecer os sinais de alerta a tempo é o que possibilita um diagnóstico precoce e eleva as chances de cura.
Antes de conhecer os sintomas, é importante saber que o câncer de pele não é uma doença única. Ele é dividido em dois grandes grupos: o câncer de pele não melanoma e o melanoma. Eles têm aparências, comportamentos e níveis de gravidade diferentes, o que também influencia os sintomas e o tratamento.
O tipo não melanoma é o mais frequente. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), ele corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no Brasil. Ele se subdivide principalmente em Carcinoma Basocelular (CBC), que é o mais comum e o de menor agressividade, e o Carcinoma Espinocelular (CEC). Ambos surgem nas camadas mais superficiais da pele e têm altas chances de cura quando diagnosticados e tratados precocemente.
Já o melanoma é o tipo mais raro, porém o mais agressivo. Ele se origina nos melanócitos, as células que produzem o pigmento da pele, e por isso tem um alto potencial de se espalhar para outros órgãos (metástase).
Os sintomas do câncer de pele não melanoma costumam aparecer nas áreas do corpo mais expostas ao sol, como rosto, orelhas, pescoço, couro cabeludo e braços. É importante saber que eles podem se manifestar de formas diferentes, dependendo do tipo.
O mais comum entre eles é o Carcinoma Basocelular (CBC) e ele se manifesta como uma pequena elevação na pele, de aparência rosada, brilhante e perolada, que cresce lentamente. Muitas vezes, pode ter uma pequena depressão no centro e, com o tempo, formar uma casquinha ou sangrar com facilidade após um pequeno trauma, como o roçar de uma toalha.
Já o Carcinoma Espinocelular (CEC) pode surgir como uma ferida que não cicatriza há mais de quatro semanas, ou como uma mancha avermelhada e áspera que descama e pode sangrar com facilidade.
Ele também pode se apresentar como um nódulo ou caroço firme na pele, de crescimento mais rápido que o CBC. É fundamental estar atento a qualquer lesão que não melhora com o tempo, pois esse é o principal sinal de alerta para os tipos de câncer não melanoma.
Existe um guia mnemônico conhecido como a regra ABCDE para o melanoma, que tende a surgir a partir de uma pinta ou mancha escura já existente ou como uma nova lesão. Essa é uma ferramenta simples para ajudar a identificar as características suspeitas que merecem uma avaliação médica imediata. Cada letra aponta para uma característica a ser observada:
Na prática, isso significa que pintas benignas costumam ser simétricas e de contorno regular, enquanto o melanoma pode ter bordas que parecem "borrar" para a pele. A presença de diferentes tons de marrom, preto, cinza ou vermelho em uma mesma lesão também é um sinal de alerta, assim como o tamanho superior a 6 milímetros.
Porém, a letra E (Evolução) é talvez a mais importante de todas: qualquer mudança em uma pinta, ou o surgimento de sintomas como coceira e sangramento, é um motivo para procurar um dermatologista.
O diagnóstico do câncer de pele começa com a avaliação de um médico dermatologista. No consultório, o especialista irá realizar o exame clínico, uma inspeção visual completa de toda a pele do paciente, não apenas da lesão que motivou a consulta.
Para analisar pintas e lesões suspeitas com mais detalhes, ele utiliza um aparelho chamado dermatoscópio, que funciona como uma lente de aumento com uma luz especial, permitindo a visualização de estruturas da pele invisíveis a olho nu e a identificação de padrões suspeitos de malignidade.
Se, após o exame clínico e a dermatoscopia, o médico mantiver a suspeita de câncer de pele, o próximo passo é a biópsia. Este é o único exame capaz de fornecer um diagnóstico definitivo. O procedimento é simples, realizado no próprio consultório com anestesia local, e consiste na remoção de uma pequena amostra da lesão para análise em laboratório por um médico patologista.
Apenas essa análise microscópica, chamada de exame histopatológico, pode confirmar o diagnóstico e determinar o tipo exato de câncer de pele. Com o diagnóstico fechado, o médico poderá discutir as opções e conduzir o tratamento da forma mais adequada.
Qualquer lesão nova que apareça na sua pele ou qualquer alteração em uma pinta ou mancha já existente deve ser um motivo para procurar um dermatologista. Não espere a lesão doer, coçar ou sangrar. Muitos tipos de câncer de pele são indolores em suas fases iniciais, e o diagnóstico precoce é o fator mais importante para um tratamento bem-sucedido.
Pratique o autoexame da pele mensalmente, em frente a um espelho de corpo inteiro e com a ajuda de um espelho de mão para áreas de difícil visualização, como costas e couro cabeludo.
Familiarize-se com suas pintas e manchas para que você possa identificar qualquer mudança rapidamente. Essa atitude de vigilância é a sua melhor amiga na prevenção e no cuidado com a saúde da sua pele.
Referências bibliográficas
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Câncer de Pele Melanoma: Sintomas. Rio de Janeiro: INCA, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/pele-melanoma . Acesso em: 25 ago. 2025.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Câncer de Pele não Melanoma: Sintomas. Rio de Janeiro: INCA, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/pele-nao-melanoma. Acesso em: 25 ago. 2025.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA (SBD). Câncer da Pele. Rio de Janeiro: SBD, 2023. Disponível em: https://www.sbd.org.br/doencas/cancer-da-pele/ . Acesso em: 25 ago. 2025.
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