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Principais vacinas para idosos com comorbidades: o que muda?

Manter a caderneta de vacinação atualizada é um cuidado com a saúde e com a vida.

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Para os idosos, ter uma carteira de vacinação atualizada é crucial, mas para aqueles que vivem com uma ou mais comorbidades – condições crônicas de saúde como diabetes, doenças cardíacas, respiratórias ou autoimunes – a importância da imunização se intensifica. 

Essas condições podem enfraquecer ainda mais o sistema imunológico, tornando o idoso mais vulnerável a infecções e a complicações graves, inclusive com risco de óbito. Diante desse cenário, o calendário vacinal pode sofrer adaptações e algumas vacinas ganham um destaque ainda maior.

Por que as comorbidades alteram o esquema vacinal?

Doenças crônicas, tratamentos imunossupressores (como quimioterapia, uso prolongado de corticoides) ou condições que afetam diretamente a imunidade (como HIV) podem comprometer a resposta do organismo a infecções. 

Assim, um idoso com comorbidades não só tem um risco maior de contrair certas doenças, como também de desenvolver formas mais severas, com maior necessidade de hospitalização e maior probabilidade de sequelas ou desfechos desfavoráveis. Por isso, a vacinação deve ser ainda mais criteriosa e individualizada.

As mudanças no calendário vacinal para idosos com comorbidades geralmente envolvem:

  • Maior prioridade: Esses idosos são frequentemente incluídos em grupos prioritários para campanhas de vacinação, como a da gripe e COVID-19.
  • Esquemas diferenciados: Algumas vacinas podem ter esquemas de doses distintas ou ser indicadas com maior urgência.
  • Vacinas adicionais: Imunizantes que não são rotineiramente aplicados na população geral de idosos podem ser recomendados para quem possui certas condições.
  • Cuidados com vacinas vivas: Em casos de imunossupressão grave, vacinas de vírus vivo atenuado (como febre amarela ou tríplice viral) podem ser contraindicadas ou exigir avaliação e acompanhamento especializados.

Principais vacinas e suas recomendações para idosos com comorbidades

Pessoas idosas com comorbidades fazem parte de um grupo mais vulnerável a infecções graves e complicações de saúde. Por isso, o calendário vacinal para essa população inclui imunizantes específicos que ajudam a prevenir doenças respiratórias, bacterianas e virais. 

A seguir, veja as principais vacinas recomendadas para esse público e quando elas devem ser aplicadas, de acordo com orientações do Ministério da Saúde e sociedades médicas especializadas.

1. Vacinas Pneumocócicas (VPC13 e VPP23)

Estas vacinas são de suma importância. Idosos com doenças pulmonares crônicas (como DPOC, asma grave), doenças cardíacas, diabetes, doença renal crônica, alcoolismo, doenças hepáticas crônicas, ou condições que afetam o baço (asplenia) têm risco elevado para doenças invasivas pneumocócicas (pneumonia, meningite, sepse).

  • O que muda: Para esses grupos, a vacinação com o esquema sequencial de VPC13 (Vacina Pneumocócica Conjugada 13-valente) e VPP23 (Vacina Pneumocócica Polissacarídica 23-valente) é fortemente recomendada. A VPP23 é, inclusive, disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para idosos com 60 anos ou mais que apresentam essas condições especiais de saúde, sendo aplicada nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIEs).

2. Vacina contra a Influenza (Gripe)

A gripe pode descompensar doenças crônicas e levar a hospitalização e óbito em idosos com comorbidades.

  • O que muda: A vacinação anual é ainda mais crítica. Em clínicas particulares, idosos com comorbidades podem se beneficiar de vacinas quadrivalentes de alta dose (Efluelda), que induzem uma resposta imune mais robusta, oferecendo maior proteção.

3. Vacina contra Herpes Zóster

O risco de desenvolver herpes zóster e sua complicação mais dolorosa, a neuralgia pós-herpética, aumenta com a idade e é ainda maior em idosos imunocomprometidos ou com certas doenças crônicas.

  • O que muda: A vacinação é altamente recomendada a partir dos 50 anos, e ganha relevância especial para quem tem comorbidades, mesmo em casos de imunossupressão (com vacinas inativadas específicas).

4. Vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR)

Recentemente lançada, essa vacina é importante para idosos com condições respiratórias ou cardíacas crônicas, pois o VSR pode causar infecções respiratórias graves, como bronquiolite e pneumonia.

  • O que muda: Idosos com comorbidades respiratórias ou cardíacas têm maior indicação para esta vacina, disponível na rede particular.

5. Vacina contra Hepatite B

Para idosos com doenças hepáticas crônicas (como cirrose, hepatites C), a vacinação contra Hepatite B é essencial, caso não tenham imunidade prévia.

  • O que muda: A doença de base pode agravar o quadro de Hepatite B, tornando a prevenção ainda mais vital.

6. Vacina Tríplice Bacteriana (dTpa)

Além da proteção contra difteria e tétano, a fração contra coqueluche (dTpa) é importante para idosos com doenças respiratórias crônicas, protegendo-os e evitando a transmissão para outros grupos vulneráveis, como bebês.

  • O que muda: Maior recomendação para essa forma específica da vacina, sobretudo para quem convive com crianças.

A importância da avaliação médica

É imperativo que idosos com comorbidades conversem detalhadamente com seu médico geriatra, infectologista ou clínico geral. 

Somente o profissional de saúde poderá avaliar o estado de saúde geral, os medicamentos em uso, o grau de imunossupressão (se houver) e o histórico de vacinação para traçar um plano de imunização personalizado e seguro. 

O objetivo é maximizar a proteção e minimizar os riscos de complicações por doenças infecciosas.

 

Bibliografia

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