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Picos de pressão alta: como identificar e quando procurar o médico

Esse tipo de acontecimento é um sinal de que seu corpo precisa de ajuda

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Sentir o coração acelerar de repente, acompanhado de dor de cabeça, tontura ou uma pressão incômoda no peito, pode ser assustador. Muitas pessoas que convivem com picos de pressão alta descrevem esses momentos como uma “bomba-relógio” no próprio corpo. A sensação é de que algo grave pode acontecer a qualquer instante.

Essa preocupação não é exagero. Os picos de pressão alta, embora sejam episódios temporários, representam um sinal de alerta importante para a saúde. Identificar os sintomas corretamente e saber quando procurar ajuda médica pode fazer a diferença entre apenas um susto e uma complicação séria.

O que são picos de pressão alta?

A pressão arterial sofre pequenas variações ao longo do dia. Subir uma escada, sentir ansiedade ou até tomar café pode elevar momentaneamente os números. Porém, quando a pressão sobe de forma abrupta e atinge valores muito acima do normal, estamos diante de um pico hipertensivo.

Em resumo, é considerado pressão alta quando os valores ultrapassam 140/90 mmHg de forma constante. Nos picos de pressão alta, a situação é ainda mais intensa: a pressão pode chegar a 180/120 mmHg ou mais. Nesses casos, o risco de danos a órgãos como coração, rins, olhos e cérebro aumenta significativamente.

É importante destacar que um pico isolado não significa, necessariamente, que a pessoa seja hipertensa. Ainda assim, é um alerta que deve ser levado a sério, especialmente quando os episódios se repetem com frequência.

O que pode causar picos de pressão alta?

As causas são variadas e, muitas vezes, associadas ao estilo de vida ou ao tratamento em andamento. Entre os fatores mais comuns estão:

  • Interrupção da medicação: deixar de tomar os anti-hipertensivos, mesmo que por pouco tempo, pode resultar em elevação brusca da pressão.
  • Uso inadequado de medicamentos ou substâncias: descongestionantes nasais com pseudoefedrina, corticóides, anti-inflamatórios, álcool e drogas ilícitas como cocaína podem desencadear crises.
  • Alimentação rica em sal e ultraprocessados: o excesso de sódio aumenta a retenção de líquidos e sobrecarrega os vasos sanguíneos.
  • Estresse e ansiedade: situações de grande tensão emocional podem provocar disparos de pressão em pessoas suscetíveis.
  • Sedentarismo e obesidade: ambos são fatores de risco para oscilações na pressão.
  • Doenças secundárias: problemas renais, distúrbios hormonais ou condições como o feocromocitoma (tumor que afeta as glândulas adrenais) podem causar picos intensos.

Na prática, os picos de pressão alta costumam ser resultado de uma combinação entre fragilidade no controle da pressão e gatilhos externos.

O que fazer quando isso acontecer?

O primeiro passo é manter a calma. O nervosismo tende a agravar os sintomas e pode elevar ainda mais a pressão.

Refaça a aferição

Confirme os valores com técnica correta: sente-se, apoie o braço na altura do coração, evite falar e espere alguns minutos antes de medir novamente.

Observe os sintomas

Dor de cabeça forte, visão turva, falta de ar, palpitações e dor no peito são sinais de que o corpo não está lidando bem com a pressão elevada.

Evite automedicação

Tomar remédios de ação rápida sem orientação médica pode ser perigoso. Alguns medicamentos reduzem a pressão de forma brusca, o que também pode causar complicações.

Reveja hábitos recentes

Pergunte a si mesmo: tomou a medicação corretamente? Ingeriu álcool, sal em excesso ou algum medicamento sem receita? Essa análise ajuda a identificar gatilhos.

Aplique medidas simples

Descansar em um ambiente calmo, beber água e respirar profundamente podem ajudar a reduzir levemente os números, mas não substituem o acompanhamento profissional.

Quando procurar um médico?

Nem todo pico de pressão exige atendimento emergencial, mas alguns sinais não devem ser ignorados. 

Procure ajuda médica imediata se:

  • a pressão ultrapassar 180/120 mmHg;
  • houver sintomas como dor no peito, falta de ar, alterações na visão, confusão mental, dificuldade para falar ou fraqueza em um lado do corpo;
  • os episódios de picos se tornarem frequentes, mesmo com o uso correto da medicação;
  • o paciente tiver histórico de doenças cardiovasculares ou renais e notar agravamento dos sintomas.

Em situações de emergência, a avaliação rápida é crucial. No hospital, o médico pode utilizar medicamentos intravenosos de ação controlada e realizar exames para verificar se houve lesão em órgãos-alvo, como coração e rins.

Convivendo com os picos de pressão alta

Conviver com a pressão alta exige disciplina e acompanhamento regular. Algumas medidas ajudam a reduzir a frequência dos picos:

  • seguir corretamente a prescrição médica, sem pular doses;
  • reduzir o consumo de sal e preferir alimentos frescos;
  • praticar atividades físicas leves a moderadas, com liberação médica;
  • evitar álcool em excesso e abandonar o tabagismo;
  • investir em técnicas de controle do estresse, como meditação ou respiração profunda;
  • realizar acompanhamento médico periódico, com exames de rotina.

Essas mudanças não apenas diminuem os picos de pressão alta, como também reduzem o risco de complicações graves, como infarto.

Os picos de pressão alta indicam que o corpo está sob pressão excessiva e pode sofrer consequências sérias se não houver cuidado. Reconhecer os sinais, medir corretamente, não se automedicar e procurar ajuda médica nos momentos certos são passos fundamentais para manter a saúde em dia.

A pressão alta é algo comum, mas não deve ser banalizada. Quanto mais cedo for controlada, maiores as chances de evitar complicações que mudam vidas.

Referências bibliográficas

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Hipertensão (pressão alta). Portal Gov.br. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hipertensao?. Acesso em: 25 ago. 2025.

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WEIR, M. R.; HOWLETT, J. G. Hipertensão arterial. Manual MSD – Versão Saúde para a Família. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/hipertens%C3%A3o-arterial/hipertens%C3%A3o-arterial. Acesso em: 25 ago. 2025.