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Perda de memória repentina em jovens: o que pode ser e quando se preocupar?

Lapsos de memória e esquecimentos não são exclusivos de idosos. Entenda as causas mais comuns em jovens e os sinais de alerta.

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Você está no meio de uma conversa importante e, de repente, a palavra que você quer usar some. Ou talvez você tenha esquecido completamente um compromisso marcado há poucos dias, algo que normalmente não aconteceria. Essas situações, conhecidas como lapsos ou perda de memória repentina, estão se tornando mais relatadas entre jovens adultos.

Apesar de alarmante, na maioria das vezes, essa dificuldade não está associada a doenças degenerativas graves, como o Alzheimer. Fatores relacionados ao estilo de vida moderno e à saúde mental costumam ser os principais responsáveis. Compreender as causas é o primeiro passo para lidar com o problema.

Quais são as principais causas de lapsos de memória em jovens?

A memória é um processo complexo que envolve a codificação, o armazenamento e a recuperação de informações. Qualquer fator que interfira em uma dessas etapas pode resultar em esquecimento. Em jovens, as causas mais frequentes são funcionais e reversíveis.

Fatores ligados ao estilo de vida e saúde mental

O cérebro, como qualquer outro órgão, é afetado por nossos hábitos e estado emocional. A rotina intensa e a pressão constante da vida moderna são gatilhos importantes para a perda de memória.

  • Estresse e ansiedade: são considerados os principais vilões. Um cérebro em estado de alerta constante, típico da ansiedade, tem dificuldade em focar e registrar novas informações. O cortisol, hormônio do estresse, em excesso, pode afetar o hipocampo, área cerebral essencial para a memória.
  • Depressão: a falta de motivação, a dificuldade de concentração e a fadiga associadas à depressão prejudicam significativamente a capacidade de memorização. O cérebro deprimido processa informações de forma mais lenta e ineficiente.
  • Privação de sono e burnout: é durante o sono que o cérebro consolida as memórias do dia. Dormir pouco ou ter um sono de má qualidade impede esse processo. O esgotamento profissional, ou burnout, leva a um cansaço mental extremo que afeta todas as funções cognitivas.
  • Multitarefa e sobrecarga de informação: tentar fazer várias coisas ao mesmo tempo divide a atenção e impede que o cérebro codifique informações de maneira profunda. A exposição constante a estímulos digitais também contribui para uma atenção mais superficial.

Condições médicas que exigem atenção

Embora menos comuns, algumas condições de saúde podem se manifestar através de problemas de memória e não devem ser descartadas. A investigação médica é essencial para confirmar ou excluir essas possibilidades.

  • Deficiências nutricionais: a falta de certas vitaminas, especialmente a vitamina B12, é uma causa conhecida de sintomas neurológicos, incluindo a perda de memória. Essa deficiência é mais comum em veganos e vegetarianos que não fazem a suplementação adequada.
  • Alterações hormonais: problemas na tireoide, como o hipotireoidismo, podem deixar o metabolismo mais lento e afetar a função cerebral, causando confusão mental e esquecimento.
  • Uso de substâncias e medicamentos: o consumo excessivo de álcool e o uso de outras substâncias podem danificar neurônios. Além disso, alguns medicamentos, como ansiolíticos ou relaxantes musculares, podem ter a perda de memória como efeito colateral.
  • Traumatismo Cranioencefálico (TCE): uma pancada na cabeça, mesmo que pareça leve, pode causar concussões e afetar a memória de curto prazo.

Como diferenciar o esquecimento normal do preocupante?

Esquecer o nome de um conhecido ocasionalmente ou onde você deixou as chaves é normal e acontece com todos. O sinal de alerta acende quando os lapsos de memória se tornam frequentes e começam a interferir na sua vida diária.

Observe os seguintes pontos:

  • Frequência e padrão: os esquecimentos acontecem todos os dias e para informações importantes?
  • Impacto na rotina: você está esquecendo compromissos de trabalho, contas a pagar ou tarefas essenciais do dia a dia?
  • Mudança de comportamento: pessoas próximas notaram que você está mais repetitivo ou confuso?
  • Sintomas associados: além da perda de memória, você sente dores de cabeça, tontura, alterações na fala ou dificuldade de raciocínio?

Que hábitos podem ajudar a melhorar a memória?

Adotar um estilo de vida mais saudável tem um impacto direto na saúde do cérebro. Algumas medidas simples podem fortalecer a memória e a capacidade de concentração.

Considere incluir estas práticas na sua rotina:

  1. Priorize o sono: tente manter uma rotina de sono regular, dormindo entre 7 e 9 horas por noite em um ambiente escuro e silencioso.
  2. Gerencie o estresse: incorpore técnicas de relaxamento, como meditação, ioga ou exercícios de respiração profunda.
  3. Alimente-se bem: uma dieta rica em antioxidantes, gorduras boas (ômega-3) e vitaminas do complexo B, presentes em peixes, nozes, sementes e vegetais, nutre o cérebro.
  4. Pratique atividade física: exercícios aeróbicos regulares aumentam o fluxo sanguíneo para o cérebro e estimulam o crescimento de novas células nervosas.
  5. Desafie sua mente: aprenda algo novo, leia, jogue jogos de estratégia ou faça palavras-cruzadas para manter seu cérebro ativo.

Quando é o momento de procurar um médico?

Se a perda de memória está afetando sua qualidade de vida, trabalho ou relacionamentos, é hora de procurar ajuda profissional. Não hesite em marcar uma consulta se você apresentar qualquer um dos seguintes sinais:

  • Os esquecimentos pioram progressivamente.
  • Você tem dificuldade para realizar tarefas que antes eram simples.
  • A perda de memória vem acompanhada de dor de cabeça intensa, alterações de visão ou fraqueza em alguma parte do corpo.
  • Houve um episódio de perda de memória súbita e total, mesmo que por um curto período.

Um neurologista é o especialista mais indicado para investigar as causas da perda de memória. Através da conversa clínica e, se necessário, de exames de imagem e laboratoriais, ele poderá realizar um diagnóstico preciso e indicar o tratamento mais adequado para o seu caso.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

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