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Oxalato de cálcio na urina: o que significa e como prevenir pedras nos rins

Receber um resultado de exame com essa informação pode gerar dúvidas. Entenda o que é e os passos para cuidar da sua saúde.

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Você pega o resultado do seu exame de urina, lê a seção de "elementos anormais" e encontra a anotação: "presença de cristais de oxalato de cálcio". Essa informação, embora comum, pode gerar preocupação e muitas perguntas. Afinal, o que isso realmente significa para a sua saúde?

A presença desses cristais pode ser um achado normal e sem maiores consequências. No entanto, também pode servir como um sinal de alerta para o risco de desenvolver cálculos renais, popularmente conhecidos como pedras nos rins. Entender a origem e os fatores envolvidos é o primeiro passo para a prevenção.

O que significa ter cristais de oxalato de cálcio na urina?

Ter cristais de oxalato de cálcio na urina, condição chamada de cristalúria, significa que íons de cálcio e oxalato se uniram e solidificaram dentro do sistema urinário. Isso ocorre quando a urina está supersaturada, ou seja, contém mais dessas substâncias do que os líquidos conseguem dissolver. Em pequenas quantidades, isso pode ser normal e o corpo os elimina sem dificuldades. A presença de oxalato de cálcio na urina está ligada à supersaturação da urina com substâncias que formam cristais, e a prevenção dos cálculos renais envolve diminuir essa saturação urinária.

O problema surge quando esses cristais são numerosos ou quando o ambiente urinário favorece seu crescimento e agregação. Assim, eles podem se juntar e formar estruturas maiores e sólidas, dando origem aos cálculos renais.

Nefrologistas são os especialistas recomendados para o diagnóstico de pedra nos rins. A Rede Américas possui especialistas renomados no Brasil inteiro.

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Diferença entre cristais e cálculos renais

É fundamental distinguir os dois conceitos. Os cristais são microscópicos, como grãos de areia muito finos, e geralmente não causam sintomas. Por outro lado, os cálculos renais (ou pedras) são formados pelo acúmulo e crescimento desses cristais, resultando em estruturas macroscópicas que podem obstruir o fluxo da urina e causar dor intensa.

Portanto, ter cristais não é o mesmo que ter pedras nos rins, mas indica uma predisposição que merece atenção.

Como interpretar o resultado do exame?

Nos laudos de exame de urina (EAS ou Urina Tipo I), a quantidade de cristais costuma ser indicada por cruzes (+, ++, +++). Uma única cruz (+) pode ser considerada normal. 

Já duas ou três cruzes (++, +++) indicam uma quantidade moderada a alta, sugerindo uma maior saturação da urina e um risco elevado para a formação de cálculos. 

Essa avaliação, contudo, deve sempre ser feita por um médico, que analisará o resultado em conjunto com seu histórico de saúde.

Quais são as principais causas do oxalato de cálcio elevado?

Diversos fatores, isolados ou combinados, podem levar ao aumento da concentração de oxalato de cálcio na urina.

Fatores dietéticos

A alimentação tem um papel central. O consumo excessivo de alimentos ricos em oxalato é uma das causas mais comuns. O excesso de oxalato na urina, condição conhecida como hiperoxalúria, é um fator determinante para a formação desses cristais. Para prevenir a hiperoxalúria, é recomendado evitar alimentos ricos em oxalato e altas doses de vitamina C.

Além disso, uma dieta com muito sódio (sal) faz com que os rins eliminem mais cálcio na urina, aumentando a chance de ele se ligar ao oxalato.

Baixa hidratação

Beber pouca água é talvez o fator de risco mais significativo. Quando a ingestão de líquidos é baixa, a urina fica mais concentrada. Em uma urina com menos água, as substâncias como cálcio e oxalato têm maior probabilidade de se encontrar, cristalizar e se agrupar.

Condições metabólicas e de saúde

Algumas pessoas têm uma predisposição genética para absorver mais oxalato do intestino ou para produzir mais oxalato no fígado. Diminuir a produção de oxalato no fígado e sua excreção pela urina pode proteger os rins contra o acúmulo de cristais de oxalato de cálcio, prevenindo assim a formação de cálculos renais. 

Além disso, a modificação da microbiota intestinal, ativando uma rede bacteriana capaz de degradar o oxalato no intestino, também pode reduzir a presença de oxalato de cálcio na urina e a formação de cálculos renais. 

Problemas renais, como infecções ou inflamações, e certas doenças gastrointestinais, como a doença de Crohn, também podem alterar o metabolismo e favorecer a formação de cristais.

Quais sintomas podem estar associados?

Como mencionado, os cristais de oxalato de cálcio por si só não causam dor ou outros sintomas, pois são microscópicos. Os sinais de alerta aparecem quando eles se agregam e formam um cálculo renal. 

Nesse caso, os sintomas podem incluir:

  • Dor intensa e súbita na região lombar ou lateral do abdômen, que pode irradiar para a virilha.
  • Náuseas e vômitos.
  • Sangue na urina (hematúria).
  • Aumento da frequência para urinar e ardência.
  • Em caso de infecção associada, pode ocorrer febre.

Como prevenir a formação de cálculos de oxalato de cálcio?

A prevenção é a melhor estratégia e se baseia principalmente em mudanças no estilo de vida. A boa notícia é que medidas simples costumam ser muito eficazes.

Aumente a ingestão de líquidos

A recomendação principal é beber bastante água ao longo do dia. O objetivo é produzir ao menos 2 litros de urina clara e diluída diariamente. 

Para prevenir a formação de cálculos renais de oxalato de cálcio, é fundamental manter-se bem hidratado. 

Além da água, sucos cítricos naturais, como de limão e laranja, são benéficos. Eles contêm citrato, uma substância que inibe a formação dos cristais de oxalato de cálcio.

Ajuste sua alimentação de forma estratégica

O foco não é proibir alimentos, mas sim equilibrar o consumo. É importante moderar a ingestão de alimentos com alta concentração de oxalato. Para prevenir cálculos renais, é essencial evitar alimentos ricos em oxalato.

Reduzir o consumo de sódio também é crucial, evitando alimentos ultraprocessados, embutidos e o excesso de sal de cozinha.

Alimentos com Alto Teor de Oxalato (consumir com moderação)

 

Espinafre e outras folhas verde-escuras (acelga, couve)

Beterraba

Batata-doce

Nozes, amêndoas e outras oleaginosas

Chocolate e cacau em pó

Chá preto

Soja e derivados

O papel do cálcio na dieta: um ponto de atenção

Pode parecer contraditório, mas uma dieta com restrição severa de cálcio pode piorar o problema. Quando consumido nas refeições, o cálcio se liga ao oxalato ainda no intestino, fazendo com que ele seja eliminado pelas fezes. 

Se há pouco cálcio na dieta, mais oxalato fica livre para ser absorvido pelo corpo e eliminado pelos rins. A ingestão de cálcio de forma adequada é um dos pilares para a prevenção da formação de cálculos renais de oxalato de cálcio.

Por isso, a recomendação, segundo a National Kidney Foundation, é manter um consumo adequado de cálcio (cerca de 1.000 a 1.200 mg por dia para adultos), preferencialmente de fontes como leite e derivados, e não através de suplementos, a menos que indicado por um profissional.

Quando devo procurar um médico?

A presença de cristais de oxalato de cálcio em um exame de rotina, especialmente em grande quantidade (++/+++), justifica uma consulta médica. 

É fundamental procurar um especialista, como um nefrologista ou urologista, se você:

  • Já teve um episódio de cálculo renal no passado.
  • Apresenta algum dos sintomas de dor ou desconforto urinário.
  • Tem histórico familiar de pedras nos rins.
  • Possui alguma condição de saúde que aumente o risco.

O médico poderá solicitar exames complementares, como ultrassonografia ou tomografia, para verificar a presença de cálculos e indicar o tratamento mais adequado para seu caso.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

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