Revisado em: 30/09/2025
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A laqueadura tubária é uma cirurgia que impede a fecundação
A laqueadura tubária, assim como todos os métodos contraceptivos não é 100% eficaz para evitar a gravidez. A Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) aponta que ela tem uma taxa de falha baixíssima, de 0,41%. Para que ela seja realizada a mulher precisa passar por uma série de procedimentos ao longo de 60 dias.
Essa cirurgia impede o encontro do espermatozoide com o óvulo nas tubas uterinas (trompas de falópio). O sistema reprodutor feminino é formado por duas tubas, dois ovários, um útero e uma vagina. Para ser realizada a fecundação, a cada ciclo menstrual um ovário libera um óvulo.
Ele é lançado em direção às tubas uterinas e fica à espera de ser fecundado pelo espermatozoide, para que seja implantado no útero. Então a laqueadura tubária impede a fecundação.
Respondendo mais diretamente ‘o que é a laqueadura tubária’, pode-se dizer que é um método cirúrgico de esterilização definitiva da mulher, quando não existe mais o desejo em gestar.
Ela é indicada para mulheres a partir de 21 anos ou que tenham pelo menos dois filhos vivos, independentemente da idade mínima. Não é preciso ter a autorização do cônjuge para que ela ocorra.
É uma cirurgia que pode ser realizada fora do período gestacional. A mulher pode ser orientada durante o planejamento familiar sobre a possibilidade do procedimento ou diretamente por um profissional médico. Também é preciso manifestar a vontade por fazer a laqueadura tubária em um prazo mínimo de 60 dias antes da sua realização.
Durante esse período a mulher tem acesso a serviço de regulação da fecundidade, passando por aconselhamento multidisciplinar, para ter certeza de que vai querer realizar a cirurgia.
Depois de receber informação sobre os riscos, possíveis efeitos colaterais, dificuldades na reversão da esterilização e outras opções de métodos contraceptivos reversíveis, se a pessoa tiver plena certeza, deve apresentar documento assinado manifestando a vontade.
A laqueadura também é autorizada se a gravidez colocar em risco à saúde da mulher ou a sua vida e a do feto. O desejo pela sua realização durante o parto também precisa ser solicitado 60 dias antes do nascimento do bebê.
A laqueadura tubária é considerada um procedimento cirúrgico simples, com duração de 40 minutos a 1 hora. O objetivo da sua realização é evitar que o espermatozoide e óvulo entrem em contato nas trompas, impedindo assim a fecundação e a gestação.
A técnica mais utilizada é a laparotomia, pela qual o médico cirurgião faz um corte no abdome para ver internamente. O período de recuperação é de 30 dias.
Já a laparoscopia tem um período de recuperação mais rápido, sendo de 10 a 15 dias. Ela é uma cirurgia por vídeo pela qual são feitos 3 ou 4 cortes pequenos no abdome.
A esterilização também pode ser realizada por microlaparotomia, semelhante a uma cesárea; por cirurgia vaginal; via periumbilical logo após o parto vaginal, através de um corte ao redor do umbigo; ou ainda pós-cesárea, realizada depois do procedimento.
Desfazer a esterilização é algo possível, mas é difícil, caro e não é de fácil acesso para a maioria das mulheres.
A reversão da cirurgia pode ser feita por meio de técnicas de reprodução assistida, mas nem sempre é um procedimento bem sucedido, já que fatores como a preservação das tubas uterinas e a condição de saúde das trompas influenciam diretamente.
A mulher que opta por reverter a esterilização, aumenta o risco de ter gravidez ectópica, quando o óvulo fertilizado fica na tuba uterina ao invés de ir para o útero. Esse tipo de gestação pode causar dor abdominal, sangramento vaginal e abdômen inchado, sintomas que devem levar a gestante a buscar um médico obstetra ou especialista em medicina fetal.
Então, a mulher precisa ser bem orientada antes de se submeter à laqueadura tubária, porque a reversão da cirurgia pode não ser bem sucedida e a gestação passar a ser algo inviável caso ela mude de ideia em algum momento.
Para ter uma boa recuperação após a cirurgia é preciso ter uma série de cuidados como:
Compreender o que é a laqueadura tubária é fundamental para que a mulher tome uma decisão consciente sobre sua saúde reprodutiva. Embora seja um método altamente eficaz e definitivo de contracepção, trata-se de uma cirurgia que exige reflexão, orientação médica e acompanhamento especializado, já que sua reversão é complexa e nem sempre é possível.
Assim, a escolha pela laqueadura deve estar alinhada ao planejamento familiar, ao desejo pessoal de não gestar novamente e ao entendimento completo de seus riscos, benefícios e consequências a longo prazo. Mais do que um procedimento médico, ela representa uma decisão de vida, que deve ser tomada com informação, responsabilidade e autonomia.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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