Revisado em: 19/11/2025
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Entenda por que seus fios estão caindo em excesso e descubra que essa condição, na maioria dos casos, é temporária e reversível.

O pente ou a escova cheios de fios. O ralo do chuveiro que parece entupir com mais frequência. O travesseiro com mais cabelo do que o normal pela manhã. Essas cenas são familiares para quem enfrenta uma queda capilar acentuada e podem gerar grande ansiedade. Muitas vezes, o diagnóstico por trás desse cenário é o eflúvio telógeno.
Apesar do nome complexo, trata-se de uma das causas mais comuns de perda de cabelo. A boa notícia é que, na grande maioria dos casos, a condição é reversível e não leva à calvície permanente.
Essa queda de cabelo é uma condição que pode ser revertida com tratamento, permitindo a recuperação total dos fios em meses. O mais importante é entender o que está acontecendo com seu corpo e procurar orientação especializada.
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O eflúvio telógeno é uma alteração no ciclo de crescimento do cabelo caracterizada por uma perda difusa e acentuada dos fios. Normalmente, uma pessoa perde entre 100 e 150 fios por dia. No eflúvio telógeno, esse número pode triplicar ou até mais.
Para entender o processo, é útil conhecer o ciclo capilar, que possui três fases principais:
O que ocorre no eflúvio telógeno é que um número maior de folículos pilosos entra prematuramente na fase telógena. Cerca de dois a três meses após um evento desencadeador, esses fios começam a cair de forma sincronizada e intensa. Essa manifestação tardia é comum após estresse físico ou emocional, febre alta, cirurgias ou o pós-parto.
O sintoma mais evidente é o aumento da percepção de queda de cabelo. A pessoa nota mais fios no chão da casa, na roupa e durante a lavagem. A perda é difusa, ou seja, acontece por todo o couro cabeludo, resultando em uma diminuição do volume geral, mas sem criar falhas ou áreas calvas localizadas.
Outras características incluem:
É fundamental diferenciar o eflúvio telógeno de outras condições, como a alopecia areata, que causa falhas circulares, ou a alopecia androgenética (calvície), que tem um padrão de afinamento progressivo.
A condição é uma reação do organismo a algum tipo de estresse metabólico. O evento causador interrompe o ciclo normal do cabelo, empurrando mais fios para a fase de queda. Os gatilhos mais comuns podem ser agrupados em categorias.
Eventos estressantes são uma causa clássica. Isso inclui desde cirurgias, acidentes e hospitalizações até períodos de grande estresse psicológico, como luto, ansiedade crônica ou mudanças drásticas na rotina. O eflúvio telógeno é frequentemente provocado por estresse.
Flutuações hormonais impactam diretamente o ciclo capilar. O exemplo mais conhecido é o eflúvio pós-parto, que ocorre devido à queda abrupta dos níveis de estrogênio após o nascimento do bebê. Distúrbios da tireoide, como hipotireoidismo e hipertireoidismo, também são causas frequentes.
Dietas muito restritivas, baixa ingestão de proteínas ou deficiência de nutrientes essenciais podem levar à queda de cabelo. A falta de ferro (anemia ferropriva), zinco, biotina e vitamina D está comumente associada ao quadro.
Algumas classes de medicamentos podem induzir o eflúvio telógeno como efeito colateral. Entre eles estão anticoagulantes, antidepressivos, retinoides (usados para acne) e betabloqueadores. A interrupção do uso de pílulas anticoncepcionais também pode ser um gatilho.
Doenças agudas que causam febre alta, como dengue, zika ou infecções bacterianas severas, podem desencadear a queda de cabelo meses depois.
A infecção por COVID-19, por exemplo, foi amplamente relatada como uma causa de eflúvio telógeno. A infecção pelo SARS-CoV-2 (COVID-19) é um fator desencadeante para o eflúvio telógeno. Doenças crônicas e autoimunes também podem estar associadas.
O diagnóstico do eflúvio telógeno é essencialmente clínico e deve ser realizado por um médico dermatologista ou tricologista. Durante a consulta, o profissional fará uma anamnese detalhada, investigando o histórico de saúde do paciente, eventos recentes, hábitos de vida, alimentação e uso de medicamentos.
Além da conversa, o exame físico é crucial. O médico avaliará o couro cabeludo e poderá realizar o chamado "teste de tração", no qual puxa suavemente uma mecha de cabelo para verificar quantos fios se desprendem.
Em alguns casos, exames complementares podem ser solicitados para confirmar o diagnóstico e, principalmente, identificar a causa base. Os mais comuns são:
Sim, e a abordagem principal é identificar e corrigir o fator desencadeante. Uma vez que a causa é removida ou controlada, o ciclo capilar tende a se normalizar sozinho, e os cabelos voltam a crescer.
Assim, o tratamento é direcionado à origem do problema, com a condição melhorando ao identificar e remover o fator causador.
Além de tratar a causa, o médico pode indicar tratamentos adjuvantes para estimular o crescimento e fortalecer os fios, como o uso de loções tópicas ou laser de baixa intensidade. É importante ressaltar que shampoos e vitaminas vendidos como "antiqueda" podem ter um efeito cosmético, mas não tratam a raiz do problema.
A fase de queda intensa do eflúvio telógeno agudo geralmente dura de dois a quatro meses. Após a resolução do gatilho, o cabelo começa a crescer novamente, mas a recuperação do volume total pode levar de seis meses a um ano, pois os fios crescem em média um centímetro por mês.
Normalmente, o eflúvio telógeno se resolve em 3 a 6 meses. A recuperação total é esperada em poucos meses com o tratamento adequado.
Existe também o eflúvio telógeno crônico, uma forma menos comum em que a queda persiste por mais de seis meses. Nesses casos, a investigação da causa é ainda mais aprofundada, pois pode estar ligada a condições de saúde contínuas.
Embora nem todos os gatilhos sejam evitáveis, como uma cirurgia necessária ou o pós-parto, algumas medidas podem ajudar a manter a saúde capilar e reduzir os riscos. Manter uma alimentação balanceada e rica em proteínas, ferro e vitaminas é fundamental. Além disso, gerenciar o estresse por meio de práticas de bem-estar contribui para o equilíbrio do organismo como um todo.
Realizar exames de saúde de rotina também ajuda a identificar e tratar precocemente condições como anemia ou alterações na tireoide, antes que cheguem a impactar a saúde dos cabelos. Se notar um aumento na queda dos fios, não hesite em procurar um especialista.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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