O que é ecocardiograma fetal: como o exame detecta problemas cardíacos no bebê

O ecocardiograma fetal avalia o coração do bebê ainda na gestação

Durante o período gestacional, a mãe deve realizar o pré-natal. Ele é fundamental para a saúde e o bem-estar dela e do bebê. Entre os exames a serem feitos durante o acompanhamento da gestação está o ecocardiograma fetal.

É um exame de ultrassom, não invasivo, que permite aos médicos avaliar em detalhes a estrutura e o funcionamento do coração do feto ainda na barriga. De modo a identificar possíveis malformações ou alterações no fluxo sanguíneo.

Ao saber o que é ecocardiograma fetal é possível entender o porquê ele faz parte da rotina do pré-natal. A sua importância é tamanha, que virou obrigatória no SUS, pois possibilita a identificação de problemas antes do nascimento. 

O que é ecocardiograma fetal?

O ecocardiograma fetal, também conhecido como ecocardiografia fetal ou simplesmente ‘eco fetal’, é um exame de ultrassom especializado. Ele foca em avaliar o coração do bebê ainda dentro do útero da mulher.

O procedimento utiliza ondas sonoras de alta frequência para criar imagens detalhadas do coração em tempo real. 

Ele permite fazer uma análise profunda da anatomia cardíaca, mostrando as câmaras do coração (átrios e ventrículos), válvulas e os grandes vasos sanguíneos que entram e saem do coração. 

É possível avaliar o fluxo sanguíneo e identificar possíveis irregularidades na passagem do sangue. O exame é importante para fazer o diagnóstico precoce de cardiopatias congênitas (nasce com o bebê), que representam uma das principais causas de mortalidade infantil. 

Recentemente a ecocardiografia fetal foi incluída nos protocolos de assistência à gestante no SUS, pela sanção da lei 14.598/23. Ou seja, passou a ser obrigatório no pré-natal.

Se você está grávida e tem dúvidas ou se enquadra em alguma das indicações de risco, converse com seu médico sobre a possibilidade de realizar o ecocardiograma fetal.

Para que serve o ecocardiograma fetal?

A finalidade principal do ecocardiograma fetal é detectar precocemente anomalias cardíacas congênitas, que são caracterizadas pelas malformações na estrutura do coração presentes desde o nascimento. 

A realização do diagnóstico ainda no útero permite que a equipe médica e a família se preparem adequadamente para o nascimento. O parto é planejado em um hospital com infraestrutura necessária.

Deve fazer parte uma UTI neonatal e uma equipe de cardiologia pediátrica pronta para atuar durante o nascimento da criança. Em casos de arritmias graves, o tratamento pode ser iniciado ainda durante a gestação para evitar complicações.

As arritmias causam alterações dos batimentos cardíacos, que podem ser muito rápidos (taquicardia) ou muito lentos (bradicardia).

A eco fetal também pode identificar um outro problema chamado transposição das grandes artérias. Ele causa a inversão das artérias aorta e pulmonar, os vasos principais que saem  do coração.

A síndrome da hipoplasia do coração esquerdo também pode ser um achado. Ela é uma malformação que atrapalha o fluxo sanguíneo por causa do desenvolvimento inadequado do lado esquerdo do coração.

Podem ser vistos também problemas no funcionamento das válvulas cardíacas, que podem estar estreitas demais; e defeitos nos septos que separam os átrios dos ventrículos.

Quando fazer o exame?

De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), as estruturas cardíacas são bem visualizadas entre a 24º e 28º semana de gestação.

Para gestantes com algum fator de risco, a ecocardiografia fetal pode ser realizada a partir da 18º semana. Alguns desses fatores de risco são: diabetes e hipertensão antes da gravidez, fertilização in vitro, exposição a ácido retinóico e parente do 1º grau e 2º grau do feto com doença cardíaca congênita.

A idade materna avançada, acima dos 35 anos; a suspeita de anomalia cardíaca no ultrassom de rotina e infecções adquiridas durante o período gestacional também são fatores que indicam a necessidade de realização do exame.

Como é feito o ecocardiograma fetal?

O procedimento é semelhante a um ultrassom obstétrico comum, sendo bastante seguro, indolor e livre de radiação para a mãe e o bebê. 

Ao chegar no consultório para fazer o exame de imagem, a gestante é orientada a deitar na maca. Depois disso o médico aplica o gel sobre o seu abdômen. Esse gel ajuda a eliminar o ar entre a pele e o transdutor, o aparelho que desliza sobre a barriga.

Permite dessa forma que a transmissão das ondas sonoras sejam adequadas e a imagem tenha a melhor qualidade possível. O especialista move o transdutor sobre a barriga para obter imagens do coração do feto, que são exibidas no monitor. 

A investigação dura em torno de 30 minutos. Durante o período, é possível usar a tecnologia doppler. Ela permite visualizar o fluxo de sangue através das câmaras e vasos cardíacos, medindo a sua velocidade e direção.  

A tecnologia auxilia na identificação de problemas na circulação sanguínea. É importante lembrar que o objetivo do exame é avaliar o coração, e não visualizar o bebê em si.

Qual é o preparo?

O ecocardiograma fetal não exige um preparo complexo. Na maioria dos casos não é necessário fazer jejum ou qualquer outra preparação especial.

Em alguns outros pode ser recomendado a gestante estar com a bexiga levemente cheia. O preparo pode melhorar a visualização das estruturas cardíacas, a depender da posição da criança.

Para que a mãe tenha o máximo de conforto durante o procedimento, é indicado que use roupas leves. O ideal é que esteja com roupas que deem acesso fácil ao abdômen.

Entender o que é ecocardiograma fetal torna possível compreender a importância dele durante o pré-natal. Esse tipo de ultrassom oferece uma visão detalhada do coração do bebê. 

Ele visa realizar o diagnóstico antecipado de cardiopatias congênitas, para aumentar as chances de sucesso no tratamento.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

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