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O que é cisto renal: veja os sintomas, tratamentos e quando buscar um médico

Entenda a diferença entre cistos renais simples e complexos e saiba quais são os próximos passos após o diagnóstico.

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Você realiza um exame de rotina, como uma ultrassonografia abdominal, e ao ler o laudo, uma expressão chama sua atenção: "cisto renal". Imediatamente, a preocupação e as dúvidas surgem. Isso é grave? Pode ser algo mais sério? Essa é uma situação muito comum, e o primeiro passo é entender exatamente o que esse diagnóstico significa.

O que é um cisto renal?

Um cisto renal é, de forma direta, uma bolsa de formato arredondado ou oval, com paredes finas e preenchida por um líquido claro, semelhante à água. Ele pode se formar na superfície ou no interior de um ou de ambos os rins. 

A presença de cistos renais é bastante comum, especialmente com o avançar da idade. Estima-se que aproximadamente 50% das pessoas com mais de 50 anos tenham ao menos um cisto em seus rins.

A grande maioria dessas formações são classificadas como cistos renais simples. Isso significa que são benignos, não afetam a função renal e raramente causam sintomas. Eles são considerados achados incidentais, ou seja, são encontrados por acaso durante exames de imagem realizados para investigar outras condições.

De fato, cistos renais simples são, em geral, inofensivos e assintomáticos, apresentando um risco muito baixo de serem malignos, o que significa que não exigem acompanhamento médico de rotina. Especificamente, os cistos do tipo Bosniak I não comprometem a função renal a longo prazo e não são motivo de preocupação, mesmo para indivíduos que são doadores de rim.

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Por que os cistos renais se formam?

A causa exata para a formação dos cistos renais simples não é totalmente conhecida. A teoria mais aceita é que eles surgem a partir de uma obstrução ou fraqueza nos túbulos renais, que são as minúsculas estruturas responsáveis por coletar a urina. Com o tempo, essa área pode dilatar e formar uma bolsa que se enche de líquido.

Em casos mais raros, os cistos podem estar associados a condições genéticas, como a doença renal policística, uma condição hereditária em que múltiplos cistos se desenvolvem nos rins, podendo comprometer sua função ao longo do tempo. 

É importante saber que a Doença Renal Policística Autossômica Dominante (DRPAD) é uma condição genética grave, caracterizada por múltiplos cistos cheios de líquido. Ela pode ser potencialmente letal e causar infecções sérias, exigindo atenção e acompanhamento médico especializado constante.

Quais são os sintomas de um cisto no rim?

Na maior parte dos casos, os cistos renais simples não provocam qualquer sintoma. Contudo, se um cisto crescer muito, ele pode comprimir órgãos vizinhos e causar desconforto. 

Quando presentes, os sintomas podem incluir:

  • dor na lateral das costas ou na parte superior do abdômen;
  • febre, se o cisto infeccionar;
  • sangue na urina (hematúria);
  • aumento da frequência urinária;
  • pressão arterial elevada.

É fundamental reforçar que esses sintomas são inespecíficos e podem estar ligados a diversas outras condições. Por isso, a avaliação médica é indispensável para um diagnóstico correto.

Como saber se um cisto renal é benigno ou maligno?

Essa é a principal preocupação de quem recebe o diagnóstico. A diferenciação entre um cisto benigno e uma lesão maligna (cancerosa) é feita com base nas características do cisto observadas em exames de imagem, como a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética. 

Cistos simples possuem paredes finas, formato regular e conteúdo líquido homogêneo. Já os cistos complexos podem apresentar paredes espessas, irregularidades, septos, calcificações ou áreas sólidas, o que levanta a necessidade de uma investigação mais aprofundada.

Para padronizar essa avaliação e definir o risco, os radiologistas utilizam a classificação de Bosniak. Cistos renais complexos, classificados como Bosniak IIF, III e IV, exigem avaliação médica devido ao risco de câncer. 

Contudo, é importante ressaltar que a maioria dos tumores malignos identificados nessas categorias costuma ser de baixo grau e estágio, o que frequentemente resulta em um prognóstico favorável.

A classificação de Bosniak explicada de forma simples

A escala de Bosniak categoriza os cistos renais em cinco tipos, com base em suas características na tomografia computadorizada. Ela ajuda o urologista ou nefrologista a decidir a melhor conduta para cada caso.

Categoria

Características

Risco de Malignidade

Conduta Comum

 

Bosniak I

Cisto simples, com paredes finas e conteúdo líquido.

Praticamente 0%

Nenhum acompanhamento necessário.

Bosniak II

Cisto benigno com pequenas alterações, como septos finos ou pequenas calcificações.

Praticamente 0%

Geralmente não requer acompanhamento.

Bosniak IIF

Cisto com mais alterações que o tipo II, mas sem características claras de malignidade. A letra "F" vem de follow-up (acompanhamento).

Cerca de 5%

Acompanhamento com exames de imagem periódicos.

Bosniak III

Cisto indeterminado, com características suspeitas como paredes espessas ou septos irregulares.

Cerca de 50%

Geralmente é indicada a remoção cirúrgica para análise.

Bosniak IV

Lesão cística claramente maligna, com componentes sólidos que captam contraste.

Praticamente 100%

Tratamento cirúrgico é a conduta padrão.

Quais exames confirmam o diagnóstico?

O diagnóstico inicial de um cisto renal geralmente ocorre com uma ultrassonografia. Se o exame mostrar um cisto simples (Bosniak I), a investigação pode terminar aí. Contudo, se houver qualquer característica atípica ou se o cisto for considerado complexo, o médico pode solicitar exames mais detalhados para uma avaliação completa.

A tomografia computadorizada com contraste e a ressonância magnética são os exames padrão-ouro para caracterizar um cisto renal e classificá-lo corretamente na escala de Bosniak, definindo assim os próximos passos.

Qual é o tratamento para cisto renal?

O tratamento depende diretamente do tipo de cisto, seu tamanho e se ele causa sintomas. A conduta varia significativamente entre os cistos simples e os complexos.

Cistos simples: vigilância ativa

Cistos simples, assintomáticos e classificados como Bosniak I ou II, não necessitam de tratamento. Esses cistos são considerados achados benignos, geralmente inofensivos e não representam risco à saúde a longo prazo. Assim, não exigem acompanhamento médico de rotina, especialmente os do tipo Bosniak I, que não comprometem a função renal.

Cistos complexos: avaliação e intervenção

Para cistos que causam sintomas, como dor intensa, ou aqueles classificados como Bosniak IIF, III ou IV, uma intervenção pode ser necessária. É fundamental que esses cistos complexos sejam avaliados por um médico devido ao risco de câncer. 

Mesmo assim, a boa notícia é que a maioria dos tumores malignos identificados nessas classificações costuma ser de baixo grau e estágio. 

As opções de tratamento incluem:

  • Punção e escleroterapia: procedimento em que o cisto é esvaziado com uma agulha fina e uma substância é injetada para evitar que ele se encha novamente. É mais indicado para cistos sintomáticos benignos.
  • Cirurgia: a remoção cirúrgica do cisto (ou de parte do rim, em alguns casos) é a principal abordagem para lesões suspeitas de malignidade (Bosniak III e IV). O procedimento pode ser feito por via laparoscópica, robótica ou aberta, a depender do caso.

Um cisto no rim pode virar câncer?

Um cisto renal simples (Bosniak I) não se transforma em câncer. O risco de malignidade está associado aos cistos que já apresentam características complexas desde o início. Cistos classificados como Bosniak IIF, III e IV exigem, de fato, avaliação médica devido a esse risco. 

No entanto, a maioria dos tumores malignos que são identificados nessas categorias complexas geralmente é de baixo grau e estágio, o que pode influenciar o planejamento do tratamento. 

A classificação de Bosniak existe justamente para estratificar esse risco. Por isso, um cisto que parece simples em um ultrassom inicial e depois é classificado como complexo na tomografia não "virou" câncer; ele já tinha características suspeitas que só um exame mais detalhado pôde revelar.

Quando devo procurar um médico?

Ao receber um laudo de exame com a menção a um cisto renal, o passo mais importante é agendar uma consulta com um especialista, como um urologista ou nefrologista. 

Essa avaliação é crucial, especialmente porque a presença de cistos pode, em alguns casos, indicar condições genéticas graves, como a doença renal policística autossômica dominante, que pode causar infecções sérias e exige acompanhamento médico especializado. 

A Doença Renal Policística é uma condição séria que pode ser potencialmente letal, portanto, a atenção médica é indispensável.

Não tente interpretar o exame sozinho nem busque soluções sem orientação profissional. O diagnóstico de um cisto renal é, na maioria das vezes, uma condição benigna, mas o acompanhamento médico é essencial para garantir sua tranquilidade e saúde.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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