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O que é câncer de cólon? Entenda a doença 

Saiba tudo sobre o câncer que afeta o intestino grosso, seus fatores de risco, sintomas e, o mais importante, como a prevenção e o diagnóstico precoce podem salvar vidas.

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Quem nunca sentiu um desconforto no intestino, uma dor diferente ou uma alteração nos hábitos? É natural que, com o tempo, a preocupação com a saúde intestinal aumente, especialmente para adultos e idosos. Dentre as condições que merecem atenção especial, o câncer de cólon, também conhecido como câncer colorretal, surge como um tema de grande relevância, pois sua detecção precoce é um pilar para o sucesso do tratamento.

Compreender a doença em profundidade é um desafio constante da ciência. Pesquisas mostram que a capacidade das células tumorais de produzir substâncias para seu próprio crescimento é crucial para o câncer de cólon. 

Uma proteína específica, chamada NLE1, tem se mostrado fundamental nesse processo, auxiliando a proliferação e a metástase do câncer colorretal. Estudos indicam que a inibição da NLE1 pode reduzir o desenvolvimento do tumor e a formação de metástases em outros órgãos.

O que é câncer de cólon (câncer colorretal)?

O câncer de cólon é um tipo de tumor maligno que se forma em partes do intestino grosso: o cólon e, muitas vezes, o reto, a porção final antes do ânus. Por isso, a doença é frequentemente referida como câncer colorretal. 

Este tipo de câncer é um dos mais comuns no Brasil e, globalmente, representa uma das principais preocupações de saúde. Em 2020, por exemplo, registrou mais de 1,8 milhão de novos casos e foi a segunda maior causa de morte por câncer no mundo, com cerca de 900 mil óbitos.

A doença é o terceiro tipo de câncer mais comum entre homens e o segundo entre mulheres, embora a mortalidade seja mais elevada no público masculino.

Onde se localiza o câncer colorretal?

O intestino grosso é uma parte essencial do sistema digestório, responsável por absorver água e nutrientes finais dos alimentos, além de formar as fezes. 

O cólon é o segmento mais longo, enquanto o reto é a porção que antecede o ânus. Tumores que surgem em qualquer uma dessas regiões são considerados câncer colorretal. É importante notar que o câncer de cólon pode se manifestar em diferentes partes do intestino grosso, cada uma com características específicas. 

Estudos mostram que a incidência é mais comum no lado esquerdo do intestino, especialmente em homens, e o risco aumenta progressivamente com a idade.

Como o câncer de cólon se desenvolve?

A maioria dos casos de câncer de cólon, cerca de 85%, tem origem em pequenas lesões benignas chamadas pólipos adenomatosos. 

Esses pólipos são crescimentos na parede interna do intestino. Com o tempo e sem tratamento, alguns desses pólipos podem sofrer alterações e se transformar em câncer. Esse processo, que geralmente leva de 10 a 15 anos para que um pólipo benigno se transforme em câncer, destaca a importância do rastreamento regular. 

Essa longa janela de tempo permite a detecção precoce e a remoção dos pólipos antes que se tornem malignos, aumentando significativamente as chances de cura.

Por que o câncer de cólon acontece? quais são os fatores de risco?

O surgimento do câncer de cólon é multifatorial, ou seja, resultado da combinação de diversos elementos. Alguns fatores aumentam a probabilidade de desenvolver a doença, e reconhecê-los é o primeiro passo para a prevenção.

Fatores de risco relacionados ao estilo de vida

  • Dieta: O consumo elevado de carne vermelha (acima de 500 gramas por semana) e carne processada (salsichas, presunto, bacon) é associado a um risco aumentado. Uma dieta pobre em fibras, frutas, vegetais e grãos integrais também contribui.
  • Sedentarismo: A falta de atividade física regular aumenta o risco de desenvolver a doença.
  • Obesidade: O excesso de peso corporal está ligado a um maior risco de câncer colorretal.
  • Tabagismo: Fumar não só eleva o risco de câncer de cólon, mas também de muitos outros tipos de câncer.
  • Consumo excessivo de álcool: O abuso de bebidas alcoólicas também é um fator de risco.
  • Diabetes: Pessoas com diabetes tipo 2 ou resistência à insulina têm maior risco.

Fatores de risco genéticos e de saúde

  • Idade avançada: A maioria dos casos ocorre em pessoas com 50 anos ou mais, embora a incidência em jovens venha crescendo.
  • Histórico familiar: Ter parentes de primeiro grau (pais, irmãos, filhos) com câncer colorretal ou pólipos adenomatosos aumenta o risco.
  • Histórico pessoal: Pessoas que já tiveram câncer colorretal ou pólipos avançados têm maior chance de desenvolvê-lo novamente.
  • Doenças inflamatórias intestinais (DII): Condições como Doença de Crohn ou Retocolite Ulcerativa, quando crônicas e extensas, elevam significativamente o risco.
  • Síndromes genéticas hereditárias: Algumas síndromes raras, como a Polipose Adenomatosa Familiar (PAF) e a Síndrome de Lynch, predispõem ao câncer colorretal em idade mais jovem.

Quais são os sintomas do câncer de cólon? Fique atento aos sinais

Nos estágios iniciais, o câncer de cólon frequentemente não apresenta sintomas, o que torna o rastreamento tão crucial. No entanto, à medida que a doença progride, alguns sinais podem surgir. É fundamental procurar um médico se você notar qualquer um desses sintomas persistir por mais de algumas semanas.

Sintomas iniciais do câncer de cólon

É comum que, no início, os sintomas sejam leves e inespecíficos, sendo facilmente confundidos com outras condições intestinais mais simples. Por exemplo, um leve desconforto abdominal ou uma alteração discreta no ritmo intestinal podem não gerar grande preocupação imediatamente.

Sinais de alerta que exigem atenção médica

  • Alterações no hábito intestinal: Diarreia persistente, prisão de ventre prolongada, ou a alternância entre os dois. Mudanças na forma das fezes, como fezes mais finas ou em fita.
  • Sangue nas fezes: Pode ser visível (sangue vivo, vermelho brilhante ou escuro) ou oculto (não visível a olho nu, detectado apenas em exames laboratoriais). Fezes escuras ou enegrecidas (melena) também podem indicar sangramento.
  • Dor ou desconforto abdominal: Cólicas, gases, inchaço persistente ou dor na região da barriga que não melhora. Em casos de tumores no reto, pode haver dor ou pressão na região anal, especialmente durante a evacuação.
  • Anemia por deficiência de ferro: O sangramento crônico e lento no intestino pode levar à perda de ferro e causar anemia, manifestando-se como fadiga, palidez e fraqueza.
  • Perda de peso inexplicada: Emagrecimento significativo sem dieta ou mudança de hábitos.
  • Fadiga e fraqueza persistentes: Sensação de cansaço extremo, mesmo após repouso, frequentemente associada à anemia.
  • Sensação de evacuação incompleta: Sensação de que o intestino não foi totalmente esvaziado, mesmo após ir ao banheiro (tenesmo).

É importante ressaltar que a presença de um ou mais desses sintomas não significa necessariamente câncer, mas justifica a avaliação de um profissional de saúde para um diagnóstico preciso.

Como é feito o diagnóstico do câncer de cólon?

O diagnóstico do câncer colorretal envolve uma combinação de avaliação clínica e exames específicos. Quanto mais cedo a doença for identificada, maiores as chances de sucesso no tratamento.

Exames para rastreamento e detecção

O rastreamento é fundamental para identificar a doença em estágios iniciais ou mesmo pólipos antes que se tornem malignos. Os principais exames são:

  • Pesquisa de sangue oculto nas fezes: Um teste simples que detecta vestígios de sangue que não são visíveis. Se positivo, geralmente indica a necessidade de uma colonoscopia.
  • Colonoscopia: É o exame mais eficaz para o rastreamento e diagnóstico. Permite que o médico visualize todo o interior do cólon e reto, identifique pólipos ou lesões e realize biópsias (retirada de pequena amostra para análise) ou a remoção de pólipos durante o próprio procedimento.
  • Retossigmoidoscopia: Semelhante à colonoscopia, mas visualiza apenas a parte final do intestino grosso (reto e sigmoide).

Exames para estadiamento e planejamento do tratamento

Após a confirmação do câncer por biópsia, outros exames são realizados para determinar a extensão da doença (estadiamento) e guiar o plano de tratamento:

  • Exames de imagem: Tomografia computadorizada (TC) do tórax, abdômen e pelve, ressonância magnética (RM) e, em alguns casos, PET-CT para identificar a disseminação do câncer para outros órgãos (metástase).
  • Exames de sangue: Além do hemograma completo, marcadores tumorais como o CEA (antígeno carcinoembrionário) podem ser solicitados para monitoramento.

Câncer de cólon tem cura? Como é o tratamento?

Sim, o câncer de cólon é altamente curável, especialmente quando diagnosticado em seus estágios iniciais. A taxa de sucesso do tratamento é significativamente maior quando a doença está restrita ao intestino.

Prognóstico e taxas de cura

De acordo com dados de organizações de saúde, quando o câncer colorretal é descoberto em fase inicial, ainda restrito ao local de origem, a taxa de cura pode ultrapassar 90%. 

Se a doença já se espalhou para os linfonodos próximos, a taxa pode cair para cerca de 70%. 

Em casos de metástase, quando o câncer atingiu órgãos distantes, as chances de cura diminuem, mas o tratamento ainda busca controlar a doença e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Opções de tratamento para câncer colorretal

O tratamento do câncer de cólon é planejado de forma individualizada, considerando o estágio da doença, a localização do tumor, a saúde geral do paciente e outros fatores. 

Geralmente, envolve uma abordagem multidisciplinar, com a participação de cirurgiões, oncologistas, radioterapeutas e outros especialistas.

  • Cirurgia: É a principal forma de tratamento para a maioria dos casos. Consiste na remoção da parte do intestino afetada e dos gânglios linfáticos próximos.
  • Quimioterapia: Uso de medicamentos para destruir células cancerosas, administrados antes ou depois da cirurgia, ou para tratar a doença metastática.
  • Radioterapia: Uso de radiação de alta energia para destruir células cancerosas. Mais comum em casos de câncer de reto.
  • Terapias-alvo: Medicamentos que agem em alvos específicos nas células cancerosas, minimizando o dano às células saudáveis.
  • Imunoterapia: Um tratamento mais recente que estimula o próprio sistema imunológico do paciente a combater o câncer.

A decisão sobre a melhor estratégia de tratamento será sempre discutida entre o paciente e sua equipe médica, que irá propor o plano mais adequado para cada caso.

Como prevenir o câncer de cólon? A importância do rastreamento e hábitos saudáveis

A prevenção é a melhor arma contra o câncer de cólon. Adotar um estilo de vida saudável e realizar exames de rastreamento são as medidas mais eficazes para reduzir o risco e detectar a doença precocemente.

Rastreamento regular: a chave para a prevenção e detecção precoce

Para a população geral sem histórico de risco elevado, o rastreamento para câncer colorretal é geralmente recomendado a partir dos 45-50 anos, por meio de colonoscopias periódicas. 

Para quem possui histórico familiar ou outros fatores de risco, o início do rastreamento pode ser antecipado e a frequência dos exames aumentada. A remoção de pólipos durante a colonoscopia é uma medida preventiva crucial, pois impede que essas lesões se transformem em câncer.

Hábitos de vida que protegem contra o câncer de cólon

  • Alimentação balanceada: Priorize uma dieta rica em fibras, com muitas frutas, vegetais, grãos integrais e leguminosas. Reduza o consumo de carne vermelha e carnes processadas.
  • Mantenha um peso saudável: A obesidade é um fator de risco. Adote uma alimentação equilibrada e pratique exercícios.
  • Pratique atividade física: Exercite-se regularmente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana.
  • Evite o tabagismo: Parar de fumar reduz significativamente o risco de vários tipos de câncer, incluindo o colorretal.
  • Modere o consumo de álcool: Limitar a ingestão de bebidas alcoólicas é uma medida importante para a saúde geral e prevenção do câncer.

Quando procurar um médico? 

Se você tem mais de 45-50 anos, converse com seu médico sobre a importância do rastreamento do câncer de cólon, mesmo que não apresente sintomas. 

 

É uma conversa preventiva essencial. Se você notar qualquer um dos sintomas mencionados — como sangramento nas fezes, mudanças persistentes no hábito intestinal, dor abdominal inexplicável, perda de peso sem motivo ou fadiga constante —, não hesite em procurar um gastroenterologista ou coloproctologista.

Lembre-se: o diagnóstico precoce é o maior aliado na luta contra o câncer de cólon, aumentando drasticamente as chances de cura.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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