27/08/2025
Revisado em: 28/08/2025
Saiba tudo sobre o câncer que afeta o intestino grosso, seus fatores de risco, sintomas e, o mais importante, como a prevenção e o diagnóstico precoce podem salvar vidas.
Quem nunca sentiu um desconforto no intestino, uma dor diferente ou uma alteração nos hábitos? É natural que, com o tempo, a preocupação com a saúde intestinal aumente, especialmente para adultos e idosos. Dentre as condições que merecem atenção especial, o câncer de cólon, também conhecido como câncer colorretal, surge como um tema de grande relevância, pois sua detecção precoce é um pilar para o sucesso do tratamento.
Compreender a doença em profundidade é um desafio constante da ciência. Pesquisas mostram que a capacidade das células tumorais de produzir substâncias para seu próprio crescimento é crucial para o câncer de cólon.
Uma proteína específica, chamada NLE1, tem se mostrado fundamental nesse processo, auxiliando a proliferação e a metástase do câncer colorretal. Estudos indicam que a inibição da NLE1 pode reduzir o desenvolvimento do tumor e a formação de metástases em outros órgãos.
O câncer de cólon é um tipo de tumor maligno que se forma em partes do intestino grosso: o cólon e, muitas vezes, o reto, a porção final antes do ânus. Por isso, a doença é frequentemente referida como câncer colorretal.
Este tipo de câncer é um dos mais comuns no Brasil e, globalmente, representa uma das principais preocupações de saúde. Em 2020, por exemplo, registrou mais de 1,8 milhão de novos casos e foi a segunda maior causa de morte por câncer no mundo, com cerca de 900 mil óbitos.
A doença é o terceiro tipo de câncer mais comum entre homens e o segundo entre mulheres, embora a mortalidade seja mais elevada no público masculino.
O intestino grosso é uma parte essencial do sistema digestório, responsável por absorver água e nutrientes finais dos alimentos, além de formar as fezes.
O cólon é o segmento mais longo, enquanto o reto é a porção que antecede o ânus. Tumores que surgem em qualquer uma dessas regiões são considerados câncer colorretal. É importante notar que o câncer de cólon pode se manifestar em diferentes partes do intestino grosso, cada uma com características específicas.
Estudos mostram que a incidência é mais comum no lado esquerdo do intestino, especialmente em homens, e o risco aumenta progressivamente com a idade.
A maioria dos casos de câncer de cólon, cerca de 85%, tem origem em pequenas lesões benignas chamadas pólipos adenomatosos.
Esses pólipos são crescimentos na parede interna do intestino. Com o tempo e sem tratamento, alguns desses pólipos podem sofrer alterações e se transformar em câncer. Esse processo, que geralmente leva de 10 a 15 anos para que um pólipo benigno se transforme em câncer, destaca a importância do rastreamento regular.
Essa longa janela de tempo permite a detecção precoce e a remoção dos pólipos antes que se tornem malignos, aumentando significativamente as chances de cura.
O surgimento do câncer de cólon é multifatorial, ou seja, resultado da combinação de diversos elementos. Alguns fatores aumentam a probabilidade de desenvolver a doença, e reconhecê-los é o primeiro passo para a prevenção.
Nos estágios iniciais, o câncer de cólon frequentemente não apresenta sintomas, o que torna o rastreamento tão crucial. No entanto, à medida que a doença progride, alguns sinais podem surgir. É fundamental procurar um médico se você notar qualquer um desses sintomas persistir por mais de algumas semanas.
É comum que, no início, os sintomas sejam leves e inespecíficos, sendo facilmente confundidos com outras condições intestinais mais simples. Por exemplo, um leve desconforto abdominal ou uma alteração discreta no ritmo intestinal podem não gerar grande preocupação imediatamente.
É importante ressaltar que a presença de um ou mais desses sintomas não significa necessariamente câncer, mas justifica a avaliação de um profissional de saúde para um diagnóstico preciso.
O diagnóstico do câncer colorretal envolve uma combinação de avaliação clínica e exames específicos. Quanto mais cedo a doença for identificada, maiores as chances de sucesso no tratamento.
O rastreamento é fundamental para identificar a doença em estágios iniciais ou mesmo pólipos antes que se tornem malignos. Os principais exames são:
Após a confirmação do câncer por biópsia, outros exames são realizados para determinar a extensão da doença (estadiamento) e guiar o plano de tratamento:
Sim, o câncer de cólon é altamente curável, especialmente quando diagnosticado em seus estágios iniciais. A taxa de sucesso do tratamento é significativamente maior quando a doença está restrita ao intestino.
De acordo com dados de organizações de saúde, quando o câncer colorretal é descoberto em fase inicial, ainda restrito ao local de origem, a taxa de cura pode ultrapassar 90%.
Se a doença já se espalhou para os linfonodos próximos, a taxa pode cair para cerca de 70%.
Em casos de metástase, quando o câncer atingiu órgãos distantes, as chances de cura diminuem, mas o tratamento ainda busca controlar a doença e melhorar a qualidade de vida do paciente.
O tratamento do câncer de cólon é planejado de forma individualizada, considerando o estágio da doença, a localização do tumor, a saúde geral do paciente e outros fatores.
Geralmente, envolve uma abordagem multidisciplinar, com a participação de cirurgiões, oncologistas, radioterapeutas e outros especialistas.
A decisão sobre a melhor estratégia de tratamento será sempre discutida entre o paciente e sua equipe médica, que irá propor o plano mais adequado para cada caso.
A prevenção é a melhor arma contra o câncer de cólon. Adotar um estilo de vida saudável e realizar exames de rastreamento são as medidas mais eficazes para reduzir o risco e detectar a doença precocemente.
Para a população geral sem histórico de risco elevado, o rastreamento para câncer colorretal é geralmente recomendado a partir dos 45-50 anos, por meio de colonoscopias periódicas.
Para quem possui histórico familiar ou outros fatores de risco, o início do rastreamento pode ser antecipado e a frequência dos exames aumentada. A remoção de pólipos durante a colonoscopia é uma medida preventiva crucial, pois impede que essas lesões se transformem em câncer.
Se você tem mais de 45-50 anos, converse com seu médico sobre a importância do rastreamento do câncer de cólon, mesmo que não apresente sintomas.
É uma conversa preventiva essencial. Se você notar qualquer um dos sintomas mencionados — como sangramento nas fezes, mudanças persistentes no hábito intestinal, dor abdominal inexplicável, perda de peso sem motivo ou fadiga constante —, não hesite em procurar um gastroenterologista ou coloproctologista.
Lembre-se: o diagnóstico precoce é o maior aliado na luta contra o câncer de cólon, aumentando drasticamente as chances de cura.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
HE, X; LAN, H; JIN, K; LIU, F. Can immunotherapy reinforce chemotherapy efficacy? a new perspective on colorectal cancer treatment. Frontiers in Immunology, [S. l.], p. 1–31, 18 set. 2023.. Disponível em: https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fimmu.2023.1237764/full. Acesso em: 18 maio 2024.
LOEVENICH, L. P.; TSCHURTSCHENTHALER, M.; ROKAVEC, M.; SILVA, M. G.; JESINGHAUS, M.; KIRCHNER, T.; KLAUSCHEN, F.; SAUR, D.; NEUMANN, J.; HERMEKING, H.; JUNG, P. SMAD4 Loss Induces c-MYC–Mediated NLE1 Upregulation to Support Protein Biosynthesis, Colorectal Cancer Growth, and Metastasis. Cancer Research, [S. l.], p. 1–37, 10 nov. 2022. Disponível em: https://aacrjournals.org/cancerres/article/82/22/4119/710668/SMAD4-Loss-Induces-c-MYC-Mediated-NLE1. Acesso em: 18 maio 2024.
TIAN, J; ZHANG, M; ZHANG, F; GAO, K; LU, Z; CAI, Y; CHEN, C; NING, C; LI, Y; QIAN, S; BAI, H; LIU, Y; ZHANG, H; CHEN, S; LI, X; WEI, Y; LI, B; ZHU, Y; YANG, J; JIN, M; MIAO, X; CHEN, K. Developing an optimal stratification model for colorectal cancer screening and reducing racial disparities in multi-center population-based studies. Genome Medicine, [S.l.], p. 1–31, 13 jun. 2024. Disponível em: https://genomemedicine.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13073-024-01355-y. Acesso em: 18 maio 2024.
XIN, J; DU, M; GU, D; JIANG, K; WANG, M; JIN, M; HU, Y; BEN, S; CHEN, S; SHAO, W; LI, S; CHU, H; ZHU, L; LI, C; CHEN, K; DING, K; ZHANG, Z; SHEN, H; WANG, M. Risk assessment for colorectal cancer via polygenic risk score and lifestyle exposure: a large-scale association study of East Asian and European populations. Genome Medicine, [S.l.], p. 1–20, jan. 2023. DOI: https://doi.org/10.1186/s13073-023-01156-9. Disponível em: https://genomemedicine.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13073-023-01156-9. Acesso em: 18 maio 2024.
ZHAO, K; LI, H; ZHANG, B; PANG, W; YAN, S; ZHAO, X; LIU, X; WANG, W; HAN, Q; YAO, Y; CHU, T; FENG, Z; ZHANG, Q; ZHANG, C. Factors influencing advanced colorectal neoplasm anatomic site distribution in China: An epidemiological study based on colorectal cancer screening data. Cancer Medicine, [S. l.], p. 1–19, 16 nov. 2023. DOI: https://doi.org/10.1002/cam4.6722. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/cam4.6722. Acesso em: 18 maio 2024.
POPULARES EM DOENÇAS
Os conteúdos mais buscados sobre Doenças
Conheça os cânceres mais comuns no Brasil, seus sintomas, fatores de risco e a importância do diagnóstico precoce para tratamento eficaz.
Leia maisDescubra em quais casos raros um tumor benigno pode exigir quimioterapia e a importância da avaliação médica. Continue lendo!
Leia maisDescubra como aliviar a dor de cabeça causada por estresse, quanto tempo pode durar e quando procurar ajuda.
Leia mais