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O que é a avaliação oncológica e por que ela é fundamental para o seu tratamento?

Quando se depara com a suspeita ou o diagnóstico de câncer, a avaliação oncológica é o primeiro e mais crucial passo. Entenda o processo completo que guia o diagnóstico preciso e as melhores escolhas terapêuticas para o câncer.

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Receber a notícia de uma suspeita de câncer pode trazer muitas dúvidas e incertezas. Em meio a esse cenário, a avaliação oncológica surge como o pilar inicial. Trata-se de um conjunto de procedimentos e análises detalhadas realizadas por uma equipe médica especializada.

O propósito principal é investigar minuciosamente a presença, o tipo e o estágio de um possível tumor. Este processo abrange desde a primeira consulta até a realização de exames sofisticados. A avaliação oncológica fornece as informações essenciais para que o médico possa planejar o tratamento mais adequado.

Por que a avaliação oncológica é tão importante?

A precisão da avaliação oncológica impacta diretamente o sucesso do tratamento. Ela permite identificar o câncer precocemente, quando as chances de cura são maiores. Além disso, a avaliação detalhada possibilita um tratamento personalizado.

Cada câncer é único, e a avaliação ajuda a entender as características específicas da doença em cada paciente. Isso guia a escolha das terapias mais eficazes e com menores efeitos colaterais. A avaliação é contínua e fundamental para monitorar a resposta ao tratamento e a evolução da doença.

A avaliação também é crucial para gerenciar riscos adicionais. Pacientes com câncer, por exemplo, apresentam um risco significativamente maior de desenvolver formas graves de COVID-19 e taxas de mortalidade mais elevadas em comparação com a população geral. Isso se deve, em parte, à imunidade comprometida pela própria doença ou pelos tratamentos, como quimioterapia e radioterapia, conforme destacado em um estudo da Cureus. 

Estes pacientes podem apresentar alterações importantes em parâmetros laboratoriais, como níveis mais altos de creatinina, leucócitos e D-dímeros, e níveis mais baixos de hemoglobina e linfócitos, exigindo uma abordagem de cuidado ainda mais personalizada.

O câncer de próstata, por exemplo, é a malignidade mais diagnosticada e a segunda principal causa de morte por câncer em homens, com 268.490 novos casos e 34.500 mortes estimadas nos Estados Unidos em 2022, conforme um estudo publicado na Diagnostics. A avaliação oncológica precisa é, portanto, vital para o manejo eficaz de diversas formas da doença.

Como é a primeira consulta com o oncologista?

A primeira consulta com o oncologista é um momento crucial. Você pode sentir-se apreensivo, mas é a oportunidade de estabelecer uma relação de confiança com o médico. É neste encontro que o especialista começará a entender seu histórico de saúde e a planejar os próximos passos.

O que o médico avalia na primeira consulta?

Nesta consulta, o oncologista fará uma entrevista detalhada, conhecida como anamnese. Ele perguntará sobre seus sintomas, há quanto tempo eles surgiram e qual a sua intensidade. O histórico de saúde familiar também é importante, assim como seus hábitos de vida.

Em seguida, será realizado um exame físico completo para identificar quaisquer sinais ou sintomas relacionados à sua condição. 

O médico também revisará todos os exames que você já possui, mesmo aqueles que não parecem diretamente ligados à suspeita de câncer. Levar exames antigos pode poupar tempo e direcionar a investigação.

Como você pode se preparar para a primeira consulta?

A preparação pode ajudar a otimizar o tempo e garantir que todas as suas dúvidas sejam sanadas. Reúna todos os exames médicos anteriores, como resultados de biópsias, exames de imagem (tomografia, ressonância, ultrassom) e exames de sangue.

É útil fazer uma lista dos seus sintomas e do histórico de saúde da sua família. Anote também todas as perguntas que gostaria de fazer ao médico. Se possível, leve um acompanhante; ele pode ajudar a lembrar de detalhes e a absorver as informações.

Quais exames fazem parte da avaliação oncológica?

Para confirmar o diagnóstico e determinar as características do câncer, uma série de exames específicos é solicitada. Eles complementam as informações obtidas na consulta e no exame físico.

Exames de imagem: vendo o que está por dentro

Os exames de imagem permitem visualizar o interior do corpo, identificando a localização, tamanho e extensão de um possível tumor. Os mais comuns incluem:

  • Raios-X: Geralmente usado para avaliar os pulmões e os ossos.
  • Ultrassonografia: Ajuda a visualizar órgãos internos e tecidos moles, como mamas e tireoide.
  • Tomografia computadorizada (TC): Fornece imagens detalhadas em cortes transversais, revelando a presença de tumores e sua relação com estruturas vizinhas.
  • Ressonância magnética (RM): Utiliza campos magnéticos para criar imagens de alta resolução de tecidos moles, cérebro e medula espinhal.
  • Tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT): Combina a detecção de atividade metabólica alterada (comum em células cancerosas) com imagens anatômicas, identificando tumores e metástases.

Exames laboratoriais: informações valiosas no sangue

Análises de sangue e urina fornecem dados importantes sobre a saúde geral do paciente e podem indicar a presença de marcadores tumorais. Estes são substâncias produzidas pelo tumor ou pelo corpo em resposta ao câncer.

  • Hemograma completo: Avalia as células sanguíneas.
  • Marcadores tumorais: Proteínas ou outras substâncias que podem estar elevadas em casos de câncer, como PSA para próstata ou CEA para tumores gastrointestinais.
  • Bioquímica do sangue: Verifica a função de órgãos como fígado e rins.

Biópsia: a confirmação diagnóstica

A biópsia é o exame mais crucial para confirmar o câncer. Consiste na retirada de uma pequena amostra de tecido suspeito do corpo. Essa amostra é então enviada para um laboratório de patologia.

Um médico patologista analisa o tecido sob um microscópio para identificar a presença de células cancerosas, determinar o tipo de câncer e suas características. É a biópsia que fornece o diagnóstico definitivo e orienta as decisões de tratamento.

Para o câncer de próstata, por exemplo, a biópsia de linfonodo sentinela (BLS) representa uma técnica inovadora que busca melhorar a precisão do estadiamento nodal. Embora ainda considerada experimental, a BLS pode ser crucial para identificar pacientes que se beneficiariam de uma dissecção mais extensa, evitando procedimentos desnecessários.

Exames moleculares e genéticos: um olhar aprofundado

Em alguns casos, após a biópsia, podem ser solicitados exames moleculares e genéticos do tumor. Eles identificam mutações específicas nas células cancerosas, o que pode influenciar a escolha de terapias-alvo e imunoterapias.

Estes exames são fundamentais para a medicina de precisão, permitindo tratamentos mais direcionados e eficazes para certos tipos de câncer.

Quem são os profissionais envolvidos na sua jornada oncológica?

O tratamento do câncer é complexo e envolve uma equipe multidisciplinar de especialistas. O oncologista clínico coordena o cuidado, mas outros profissionais são essenciais para um tratamento integral.

  • Cirurgião oncológico: Realiza procedimentos para remover o tumor.
  • Radioterapeuta: Especialista em tratamento com radioterapia.
  • Patologista: Analisa as amostras de biópsia.
  • Radiologista: Interpreta os exames de imagem.
  • Enfermeiro oncológico: Oferece suporte direto ao paciente e à família.
  • Nutricionista oncológico: Orienta sobre a alimentação durante o tratamento.
  • Psicólogo: Oferece suporte emocional e psicológico.

O papel da nutrição oncológica

A nutrição desempenha um papel vital durante o tratamento do câncer. A nutrição oncológica é uma especialidade que visa otimizar o estado nutricional do paciente. Isso ajuda a minimizar os efeitos colaterais das terapias, melhorar a qualidade de vida e manter a força para combater a doença.

Um nutricionista especializado pode criar um plano alimentar personalizado. Ele considera o tipo de câncer, o tratamento em curso e as necessidades individuais do paciente.

O suporte psicológico na avaliação e tratamento

O diagnóstico e tratamento do câncer podem ser emocionalmente desafiadores. O suporte psicológico é fundamental para ajudar o paciente e sua família a lidar com o estresse, a ansiedade e a depressão.

É importante notar que a maioria dos pacientes com metástases cerebrais, por exemplo, apresenta uma alta carga psico-oncológica, com 59,3% necessitando de intervenção imediata, segundo um estudo na Frontiers in Oncology. 

Fatores como ser do sexo feminino, ter metástases cerebrais síncronas (diagnosticadas ao mesmo tempo que o tumor primário) e um menor status de desempenho (KPS) estão independentemente associados a essa necessidade.

A distância da residência do paciente ao centro de tratamento não parece influenciar significativamente a taxa de cuidados psico-oncológicos ou o número de visitas de emergência para pacientes com gliomas IDHwt, conforme pesquisa publicada na Neuro-Oncology Practice. 

Isso sugere que a disponibilidade do suporte é mais relevante do que a localização geográfica. Um psicólogo pode oferecer estratégias de enfrentamento, promover o bem-estar mental e auxiliar na adaptação às mudanças que a doença impõe. Este apoio é parte integrante de um cuidado oncológico completo.

E depois da avaliação? Entenda os próximos passos

Após a conclusão da avaliação oncológica e a obtenção de todos os resultados, o oncologista terá um panorama completo da sua condição. Com base nessas informações, ele poderá determinar o estágio do câncer e discutir as opções de tratamento mais adequadas para o seu caso específico.

O plano de tratamento pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia, imunoterapia ou terapias-alvo, muitas vezes em combinação. O médico explicará cada etapa, os possíveis efeitos colaterais e o que esperar. 

Além disso, estudos mostram que a terapia complementar com Viscum album (Visco) pode reduzir significativamente a frequência de eventos adversos e a interrupção do tratamento oncológico padrão. 

Em pacientes submetidos à terapia-alvo, a adição de Visco reduziu em 70% a probabilidade de descontinuação do tratamento devido a efeitos adversos, conforme um estudo na Medicines. O acompanhamento contínuo e a adesão ao tratamento são essenciais para o sucesso da jornada oncológica. Lembre-se: você não está sozinho nesta jornada.

 

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

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