27/08/2025
Revisado em: 28/08/2025
Conhecida popularmente como dor de barriga, a dor abdominal é um sintoma comum, mas que pode indicar desde problemas simples até quadros graves.
Começa com uma pontada súbita enquanto você trabalha ou um desconforto que cresce lentamente após o jantar. A dor no abdômen é uma experiência quase universal, mas sua variedade de causas e intensidades gera muitas dúvidas e preocupação. Inclusive, dados revelam que a dor abdominal frequente após as refeições é uma queixa comum que afeta cerca de 11% da população global, sendo mais prevalente em mulheres e jovens.
A dor abdominal é qualquer sensação de desconforto ou dor que ocorre na região entre o tórax e a pelve. Essa área abriga diversos órgãos vitais, como estômago, intestinos, fígado, vesícula biliar, pâncreas e rins. Por isso, a dor pode ter múltiplas origens.
É importante observar as características da dor, que pode ser classificada como:
As causas da dor abdominal são variadas, indo de problemas digestivos passageiros a emergências médicas. É útil agrupá-las para melhor compreensão.
Esta é a categoria mais frequente de causas. A má digestão após uma refeição pesada, o acúmulo de gases e a constipação (prisão de ventre) são motivos muito comuns para o desconforto abdominal. Além disso, intoxicações alimentares, causadas por alimentos contaminados, podem provocar dor intensa, diarreia e vômitos.
Diversos órgãos abdominais podem inflamar ou infeccionar. A gastroenterite, popularmente conhecida como virose, afeta estômago e intestinos. A gastrite é a inflamação do estômago, enquanto a apendicite (inflamação do apêndice) e a colecistite (inflamação da vesícula biliar) são condições mais graves que exigem atenção médica imediata.
Infecções no trato urinário também podem causar dor na parte inferior do abdômen, especialmente em mulheres.
Algumas pessoas convivem com condições que causam dor abdominal recorrente. A síndrome do intestino irritável (SII), por exemplo, provoca cólicas, inchaço e alterações no hábito intestinal. Úlceras pépticas, que são feridas no revestimento do estômago ou duodeno, causam uma dor em queimação.
Doenças inflamatórias intestinais (DII), como a Doença de Crohn, também estão nesta categoria; nestes casos, a inflamação crônica do trato gastrointestinal é a principal causa da dor abdominal.
Outra condição que gera desconforto é a gastroparesia, onde o estômago esvazia seu conteúdo de forma muito lenta. A dor abdominal é um sintoma presente em cerca de 90% das pessoas com essa condição.
É importante reconhecer que fatores psicológicos, como a ansiedade e a depressão, podem influenciar significativamente a percepção da dor abdominal, intensificando-a mesmo quando uma condição inflamatória intestinal não está em sua fase mais ativa.
Em crianças e adolescentes, por exemplo, a dor abdominal frequentemente está ligada a questões emocionais, como a ansiedade, a depressão e até mesmo à experiência de sofrer bullying.
Nas mulheres, a dor na região pélvica ou no baixo ventre pode estar ligada ao ciclo menstrual, como as cólicas. Condições como endometriose, cistos ovarianos ou doença inflamatória pélvica são outras causas ginecológicas importantes que devem ser investigadas por um especialista.
Sim, a localização do desconforto é uma das pistas mais valiosas para o diagnóstico médico. Embora não seja uma regra absoluta, a região da dor geralmente corresponde aos órgãos situados ali.
Embora muitas dores abdominais se resolvam sozinhas, alguns sinais e sintomas indicam a necessidade de procurar atendimento médico de emergência.
Fique atento se a dor vier acompanhada de:
Para desconfortos leves e claramente associados à alimentação ou gases, algumas medidas podem ajudar. Manter-se hidratado com água e chás claros, como o de camomila, pode aliviar o mal-estar. Optar por uma alimentação leve, evitando gorduras, frituras e alimentos processados, também é recomendado.
Repousar em uma posição confortável pode diminuir a sensação de dor. Contudo, é fundamental evitar a automedicação. Analgésicos e anti-inflamatórios podem mascarar um problema mais sério ou até mesmo agravar certas condições, como a gastrite.
Apenas um profissional de saúde pode determinar a causa exata da dor. O diagnóstico começa com uma conversa detalhada (anamnese), na qual o médico perguntará sobre as características da dor, seu histórico de saúde e outros sintomas.
Em seguida, é realizado um exame físico, com palpação do abdômen para identificar pontos de sensibilidade ou massas. Dependendo da suspeita, o médico pode solicitar exames complementares, como:
Com base nos resultados, o tratamento adequado será indicado, podendo variar desde mudanças na dieta até o uso de medicamentos específicos ou, em casos mais graves, procedimentos cirúrgicos.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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