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O que causa câncer de mama em jovens? Veja os principais fatores

Apesar de raro, é necessário que mulheres sempre busquem por prevenção e diagnóstico precoce

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Receber o diagnóstico de câncer de mama ainda jovem é algo que ninguém espera. Seja para quem vive isso na própria pele ou para quem acompanha alguém querido enfrentando a doença, o impacto costuma ser profundo e muitas vezes cercado de dúvidas. Afinal, o que causa câncer de mama em jovens? É mesmo possível que isso aconteça tão cedo?

Embora a maioria dos casos aconteça em mulheres com mais de 50 anos, o câncer de mama em jovens existe e merece atenção. Identificar os fatores que aumentam o risco pode ajudar a compreender melhor a condição e, principalmente, a buscar apoio e cuidados de forma mais informada e tranquila.

É normal ter câncer de mama jovem?

Câncer de mama em pessoas jovens é raro, mas não impossível. No Brasil, cerca de 5% dos casos ocorrem em mulheres com menos de 35 anos. Apesar de ser uma porcentagem pequena, os diagnósticos nesta faixa etária tendem a ser mais agressivos e exigem tratamento mais intensivo.

Além disso, por ser uma condição mais associada à maturidade, muitas mulheres jovens não se percebem em risco. Isso pode atrasar o diagnóstico, dificultando o tratamento. 

Por isso, é fundamental entender as causas e manter atenção a sinais e histórico familiar, mesmo antes dos 40.

O que causa o câncer de mama em jovens?

Entender o que pode levar ao câncer de mama em jovens é essencial para esclarecer dúvidas, e também, para ajudar no reconhecimento precoce e na prevenção. 

 

A seguir, veja os principais fatores que a ciência já identificou.

Genética e histórico familiar

A genética tem um papel importante nos casos de câncer de mama em mulheres mais jovens. Em algumas famílias, a chance de desenvolver a doença é maior por conta de mutações herdadas em genes específicos, como o BRCA1 e o BRCA2. Esses, quando sofrem alterações, deixam de cumprir a função de proteger as células contra tumores.

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) informa que 5 a 10% dos casos de câncer de mama tenham origem hereditária. Por segurança, quem tem mãe, irmã ou filha que recebeu o diagnóstico antes dos 50 anos deve ficar atenta e conversar com um médico sobre acompanhamento mais próximo.

Radioterapia no tórax

Algumas pessoas, ainda na infância ou adolescência, precisam passar por tratamentos com radioterapia na região do tórax, como parte do tratamento de linfomas ou outras doenças. 

Esse tipo de exposição pode aumentar o risco de câncer de mama em jovens anos depois. Embora esse fator não possa ser evitado, ele é importante no histórico médico e deve ser considerado nos exames de rotina.

Fatores hormonais e desenvolvimento precoce

Meninas que começam a menstruar muito cedo - geralmente antes dos 12 anos - ficam expostas por mais tempo aos hormônios femininos, como o estrogênio. 

Essa exposição prolongada pode, ao longo dos anos, aumentar as chances de alterações nas células das mamas. Por isso, o desenvolvimento hormonal precoce também entra na lista de fatores de risco.

Estilo de vida 

Alguns comportamentos influenciam o risco de desenvolver câncer de mama em jovens:

  • Excesso de peso e obesidade: especialmente obesidade infantil ou na adolescência tem sido associada ao risco mais elevado de câncer de mama precoce. Gordura corporal promove inflamação crônica e alterações hormonais que favorecem a carcinogênese.
  • Consumo de álcool: mesmo em idade jovem, a ingestão regular de bebidas alcoólicas pode aumentar o risco.
  • Tabagismo: fumar desde cedo eleva o risco, que cresce com a quantidade e duração do hábito.
  • Sedentarismo: a ausência de exercício físico regular está ligada ao maior risco geral de câncer de mama.

Densidade mamária e condições benignas

Algumas mulheres têm as chamadas mamas densas, ou seja, com mais tecido glandular e fibroso. Isso pode dificultar a detecção de nódulos nos exames e, ao mesmo tempo, estar ligado a um risco maior de desenvolver câncer.

Além disso, algumas alterações benignas não são câncer, mas podem evoluir para ele com o tempo. Por isso, quando identificadas, devem ser acompanhadas com atenção pelos médicos.

Trabalho por turnos e exposição à radiação ambiental

Trabalhar à noite pode aumentar o risco de câncer de mama porque bagunça o “relógio biológico” do nosso corpo, que é o que regula quando devemos dormir e ficar acordados.

O principal motivo tem a ver com a melatonina, um hormônio que o cérebro produz no escuro. À noite, quando está tudo escuro, nosso corpo aumenta a produção desse hormônio para ajudar a gente a dormir. Além disso, a melatonina funciona como uma espécie de protetor natural contra o câncer, ajudando a evitar que células sofram danos que podem virar tumores.

Mas quem trabalha de madrugada fica exposto à luz artificial (de lâmpadas, telas, etc.), o que atrapalha a produção de melatonina. Com menos melatonina no corpo, essa proteção natural contra o câncer pode diminuir.

Além disso, trabalhar à noite pode causar outros problemas que aumentam o risco de câncer de mama:

  • Alterações nos hormônios e no metabolismo, que podem levar ao ganho de peso (um fator de risco conhecido).
  • Sistema imunológico mais fraco, já que dormir mal atrapalha as defesas do corpo.
  • Aumento do estrogênio, hormônio que em excesso pode estimular o crescimento de tumores nas mamas.

Como se prevenir da doença?

Embora alguns fatores não sejam modificáveis, hábitos de vida saudáveis e acompanhamento regular ajudam a reduzir o risco.

  • conheça seu histórico familiar;
  • mantenha peso saudável;
  • pratique atividade física;
  • evite álcool e tabaco;
  • autoexame constante;
  • exames conforme orientação.

Conheça o Outubro Rosa

Outubro Rosa é uma campanha global de conscientização sobre o câncer de mama. O foco é incentivar a informação e o acesso à prevenção. Esse movimento traz para o público:

  • Ações incluem diagnóstico precoce, palestras, exames gratuitos e divulgação dos fatores de risco.
  • Jovens também podem se beneficiar do movimento com orientações sobre estilo de vida saudável e conhecimento do risco familiar.
  • No Brasil, várias instituições - como o INCA - oferecem orientações confiáveis sobre prevenção e autoexame.

O que causa câncer de mama em jovens não tem uma única resposta. Conjunto de fatores genéticos, hormonais e de estilo de vida interagem na gênese da doença. 

Pessoas jovens com diagnóstico ou com alguém querido com câncer de mama merecem atenção especial, acompanhamento próximo e esclarecimento completo. 

Caso você ou alguém próximo esteja passando por isso, procure um mastologista ou genética clínica. A informação clara, o acolhimento e o cuidado médico adequado fazem diferença na trajetória de quem recebe o diagnóstico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Fatores de risco — Instituto Nacional de Câncer (INCA). Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/controle-do-cancer-de-mama/fatores-de-risco . Acesso em: 05 ago. 2025. 

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Incidência — Instituto Nacional de Câncer (INCA). Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/controle-do-cancer-de-mama/dados-e-numeros/incidencia . Acesso em: 05 ago. 2025. 

MEDSCAPE. Plantões noturnos aumentam risco de câncer de mama, especialmente para enfermeiras. Medscape Notícias Médicas, 18 jan. 2018. Disponível em: https://portugues.medscape.com/verartigo/6501948 . Acesso em: 05 ago. 2025.

SCIENCE ARTICLES (SCIELO). Câncer de mama: fatores de risco e detecção precoce. Revista Brasileira de Enfermagem. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/TMQQbvwZ75LPkQy6KyRLLHx/. Acesso em: 05 ago. 2025. 

SOCIEDADE BRASILEIRA DE MASTOLOGIA. Evolução do número de casos de câncer de mama exige ações coordenadas. Sociedade Brasileira de Mastologia, ano não informado. Disponível em: https://sbmastologia.com.br/para-a-populacao/evolucao-do-numero-de-casos-de-cancer-de-mama-exige-acoes-coordenadas/ . Acesso em: 05 ago. 2025.