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Descubra se o álcool corta o efeito do anticoncepcional e como evitar falhas

O álcool não corta o efeito do anticoncepcional, mas pode reduzi-lo

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O anticoncepcional é um método contraceptivo hormonal, utilizado por quem deseja evitar a gestação. Então, para as mulheres que buscam garantir proteção contra uma gravidez indesejada e evitar riscos à saúde, é importante entender se o álcool corta o efeito do anticoncepcional. 

Os momentos de lazer muitas vezes envolvem a ingestão de bebida alcoólica, o que pode gerar questionamentos sobre a interferência na eficácia da pílula. Alguns medicamentos podem levar a falha do contraceptivo.

Os hormônios sintéticos que fazem parte da sua estruturação podem gerar efeitos colaterais leves, que podem durar três meses. O risco aumentado para trombose requer atenção de quem vai usar anticoncepcionais, sobretudo se tiver histórico familiar. 

Como funciona o anticoncepcional hormonal?

O anticoncepcional hormonal, popularmente conhecido como pílula, é utilizado por mulheres com o objetivo de evitar a gestação.

Ele é composto por hormônio sintético, geralmente versões do estrogênio e da progesterona. Esse tipo de anticoncepcional é altamente eficaz quando usado corretamente, além de ter seu mecanismo de ação bastante variado.

Uma das maneiras como a pílula funciona, é através da inibição da ovulação. Isso significa dizer que impede a liberação dos óvulos pelos ovários, dificultando que ocorra a gestação.

Ela também provoca o espessamento do muco cervical, que fica no colo do útero, criando uma barreira que dificulta a passagem dos espermatozoides. A depender do tipo de anticoncepcional usado, ele pode alterar o revestimento interno do útero (endométrio). Nesses casos e se ocorrer a ovulação, há uma dificuldade do óvulo fertilizado se implantar.

O álcool corta o efeito do anticoncepcional? ​

O álcool não reduz diretamente a eficácia do anticoncepcional. Ele não neutraliza o seu efeito protetor, mas pode comprometer a eficácia de forma indireta.

O excesso de bebida alcoólica pode induzir o vômito. Se isso ocorre em até duas horas após a ingestão da pílula, o medicamento pode não ser absorvido completamente pelo organismo, reduzindo a sua proteção.

Um outro ponto é a falta de adesão ao tratamento. Sendo assim, o consumo excessivo de álcool pode levar ao esquecimento de tomar a pílula nos períodos corretos. Pode também acelerar a eliminação da pílula, já que é metabolizado pelo fígado. 

Essa rapidez pode fazer a proteção no organismo cair pela metade. O Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná recomenda que a bebida seja diminuída nos primeiros seis meses de uso do anticoncepcional.

Um artigo publicado na revista Medicine (2017) destaca que o consumo elevado de álcool está associado a um maior risco de formar coágulos sanguíneos.

O risco disso acontecer é elevado em mulheres que usam anticoncepcional. Em casos raros, um dos efeitos colaterais da pílula é a trombose, que é a formação desses coágulos.

O que corta o efeito do anticoncepcional?

A pílula pode falhar em duas situações: uso incorreto e interação com outras substâncias. Algumas classes de medicamentos podem acelerar o metabolismo dos hormônios contraceptivos no fígado, diminuindo a sua concentração no sangue e a sua eficácia. 

Veja a seguir alguns desses medicamentos:

  • Antibióticos: rifampicina, amoxicilina, eritromicina, penicilina e tetraciclina
  • Anticonvulsivantes (remédios para convulsão): carbamazepina, fenitoína e fenobarbital
  • Antirretrovirais: ritonavir e efavirenz
  • Outros: antiácidos e anti-inflamatórios à base de corticoide

Nem todos os antibióticos interferem na eficácia da pílula. Por isso, ao usar qualquer medicamento, é importante consultar a bula do anticoncepcional e informar ao ginecologista todos os remédios utilizados. Além de consultar a bula do anticoncepcional, informe seu ginecologista sobre todos os medicamentos que você esteja utilizando. O profissional poderá prescrever outro que não interfira com seu tratamento.

Problemas gastrointestinais também interferem. Vômitos e diarreia intensa podem impedir que a quantidade necessária de hormônio para garantir a proteção seja absorvida pelo organismo. 

esquecimento costuma ser a principal causa de falha no método. A maioria das pílulas permite uma tolerância de 12 horas de atraso sem comprometer a eficiência. Passou desse período o recomendado é que seja usado um método contraceptivo de barreira até o início da próxima cartela, como a camisinha.

Efeitos colaterais

É comum que os anticoncepcionais sejam responsáveis por causar efeitos colaterais como náuseas e vômitos, dor de cabeça e alteração de humor. Além de sensibilidade nas mamas e sangramento irregular (sangramento de escape).

Os efeitos variam de mulher para mulher. Dentre os mais graves está o aumento do risco de trombose. Mulheres fumantes, as que têm histórico familiar de trombose ou quem tem um consumo excessivo de álcool podem ter esse risco agravado.

No Brasil, existem dois tipos de pílulas orais: a combinada e a isolada. A isolada tem na composição apenas o progestagênio, um hormônio sintético. 

Já a combinada é composta também por progestagênio associado ao estrogênio. Ela é a mais prescrita pelos profissionais de saúde e a que oferece o risco aumentado para trombose

Os anticoncepcionais aumentam a probabilidade de formar coágulos sanguíneos, porque ao passar pelo fígado promove o estímulo de substâncias que favorecem a coagulação. As substâncias produzidas podem aumentar a viscosidade do sangue, tornando-o mais espesso. 

Recomendações para uso de anticoncepcional

Para garantir que a pílula seja realmente segura, é preciso seguir algumas recomendações. A primeira delas é tomar no mesmo horário todos os dias, a fim de evitar o esquecimento.

Além de informar ao ginecologista sobre todos os medicamentos, relate o uso de suplementos e fitoterápicos, e tente manter um consumo moderado de álcool. É preciso evitar o exagero de modo que possa levar ao vômito ou esquecimento da dose.

Em caso de utilização de medicamentos que promovem algum tipo de interação com o anticoncepcional, é necessário fazer uso de um método contraceptivo adicional. A recomendação também é indicada em situações de vômito e diarreia persistente.

Quando procurar o médico?

A busca pelo médico ginecologista deve ser feita para escolher o método contraceptivo mais adequado ao estilo de vida da mulher e histórico de saúde.

Se ao longo do período de uso surgirem sintomas como dor intensa nas pernas, inchaço, falta de ar súbita ou dor no peito, pode ser sinal de trombose. Nesses casos, a busca por atendimento deve ser rápida.

Os efeitos colaterais comuns não devem persistir por mais de três meses. Caso perdurem por mais tempo, o médico pode avaliar a troca do método. 

Dizer que o álcool corta o efeito do anticoncepcional não é verdade, mas o seu potencial de ação pode diminuir consideravelmente com a ingestão de bebidas e de alguns medicamentos. 

Por isso, para garantir a proteção, o ideal é seguir corretamente o uso da pílula, evitar interações com outros medicamentos e manter acompanhamento regular com o ginecologista.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Referências

KIM, J. et al. Effect of alcohol intoxication on the risk of thrombosis: A clinical reviewMedicine, v. 96, n. 42, p. e8330, 2017. Disponível em: https://journals.lww.com/md-journal/Fulltext/2017/10200/Effect_of_alcohol_intoxication_on_the_risk_of.30.aspx. Acesso em: 27 out. 2025.

CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO PARANÁ (CRF-PR). O que corta o efeito do anticoncepcional? Curitiba, 2023. Disponível em: https://www.crf-pr.org.br/noticia/view/5150. Acesso em: 27 out. 2025.

UOL VIVABEM. Álcool corta efeito da pílula? 6 dúvidas comuns sobre anticoncepcionais. UOL, 10 jul. 2025. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2025/07/10/alcool-corta-efeito-da-pilula-6-duvidas-comuns-sobre-anticoncepcionais.htm. Acesso em: 27 out. 2025.

MEIRELES, Cláudia. Saiba o que interfere de fato na eficácia da pílula anticoncepcional. Metrópoles, 2024. Disponível em: https://www.metropoles.com/colunas/claudia-meireles/saiba-o-que-interfere-de-fato-na-eficacia-da-pilula-anticoncepcional. Acesso em: 27 out. 2025.

UOL VIVABEM. Qual é a relação entre o uso de anticoncepcional e trombose? Entenda. UOL, 25 jan. 2024. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2024/01/25/qual-e-a-relacao-entre-uso-de-anticoncepcional-e-trombose-entenda.htm. Acesso em: 27 out. 2025.

TERRA. O que corta e o que não corta o efeito do anticoncepcional: entenda os riscos de engravidar. Terra, São Paulo, 2024. Disponível em: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/o-que-corta-e-o-que-nao-corta-o-efeito-do-anticoncepcional-entenda-os-riscos-de-engravidar,3e1121b7301f26e0c7a63b573c9d2138qzoio8jq.html. Acesso em: 27 out. 2025.

UOL. O que pode cortar o efeito do anticoncepcional. Mundo Educação, 2023. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/sexualidade/o-que-pode-cortar-efeito-anticoncepcional.htm. Acesso em: 27 out. 2025.

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