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Metástase de adenocarcinoma: o que significa e quais os próximos passos?

Entenda como este tipo de câncer se espalha e conheça as abordagens terapêuticas que visam controlar a doença e promover qualidade de vida.

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Receber um diagnóstico de câncer já é um momento de grande apreensão. Quando a palavra "metástase" é adicionada à conversa, o medo e a incerteza podem se intensificar ainda mais, trazendo uma série de dúvidas sobre o futuro. 

A metástase de um adenocarcinoma indica que as células cancerígenas se espalharam, o que torna o tratamento mais desafiador devido, em parte, à capacidade do câncer de suprimir a resposta imunológica do corpo. Entender o que esse termo realmente significa é o primeiro passo para lidar com a situação de forma mais clara e participativa junto à equipe médica.

O que é um adenocarcinoma e como ele se espalha?

O adenocarcinoma é um tumor maligno que se desenvolve a partir das células glandulares. Essas células revestem diversos órgãos e têm a função de secretar substâncias, como muco ou sucos digestivos. Por isso, este tipo de câncer é um dos mais comuns, podendo surgir em locais como:

  • Pulmão
  • Cólon e reto
  • Estômago
  • Pâncreas
  • Próstata
  • Mama

A metástase é o processo pelo qual o câncer se espalha do seu local de origem (o tumor primário) para outras partes do corpo. Isso acontece quando algumas células cancerígenas se soltam do tumor inicial, entram na corrente sanguínea ou no sistema linfático e viajam até se fixarem em outros tecidos, onde formam novos tumores (as metástases). 

Estudos indicam que, em adenocarcinomas de pâncreas, a atividade elevada de um gene chamado MYC pode facilitar a entrada das células tumorais na corrente sanguínea, impulsionando a metástase. 

É importante entender que um adenocarcinoma de pulmão que se espalhou para os ossos ainda é tratado como um câncer de pulmão, pois as células do novo tumor são pulmonares.

Quais órgãos o adenocarcinoma metastático mais afeta?

A localização das metástases depende muito do tipo de adenocarcinoma primário, pois cada câncer tem padrões de disseminação mais comuns. No entanto, alguns órgãos são mais frequentemente afetados de forma geral.

Local Comum de Metástase

Descrição e Sintomas Associados

 

Fígado

O fígado é frequentemente afetado por metástases. Os sintomas podem incluir dor na parte superior direita do abdômen, perda de apetite, inchaço abdominal e icterícia (pele e olhos amarelados).

Pesquisas recentes mostram que as plaquetas, células do sangue, interagem com o adenocarcinoma de pâncreas metastático no fígado, estimulando o crescimento do tumor. Entender essa interação é promissor para novas terapias. Além disso, cientistas identificaram um anticorpo capaz de reduzir a metástase do câncer de pâncreas para o fígado, agindo contra a proteína NPTX1.

Pulmões

Os pulmões são um local comum para metástases. Os sintomas podem incluir tosse persistente, falta de ar, dor no peito e expectoração com sangue.

Para o adenocarcinoma de pulmão, observou-se que as células cancerosas utilizam a produção de colesterol para se espalhar. Compostos como o magnolol, de origem natural, têm mostrado potencial para deter essa metástase ao bloquear a síntese de colesterol.

Ossos

Causa dor óssea, aumenta o risco de fraturas e pode levar a níveis elevados de cálcio no sangue (hipercalcemia), gerando fraqueza e confusão.

Linfonodos

Geralmente, os linfonodos próximos ao tumor original são os primeiros a serem afetados. Podem ficar inchados e endurecidos.

Cérebro

Pode provocar dores de cabeça, tontura, convulsões, náuseas e alterações de personalidade ou comportamento.

Como o diagnóstico de metástase de adenocarcinoma é realizado?

A investigação de metástases geralmente ocorre após o diagnóstico do tumor primário ou quando surgem novos sintomas. O médico oncologista pode solicitar uma combinação de exames para mapear a extensão da doença no corpo.

Os principais métodos incluem exames de imagem, como a tomografia computadorizada (TC), a ressonância magnética (RM) e o PET-CT (tomografia por emissão de pósitrons), que oferece uma visão detalhada do metabolismo das células tumorais em todo o corpo. Em alguns casos, uma biópsia do novo tumor pode ser necessária para confirmar que se trata de uma metástase do adenocarcinoma original.

Quais são as opções de tratamento para o adenocarcinoma metastático?

O tratamento do adenocarcinoma metastático raramente visa a cura, mas sim o controle da doença, a redução dos sintomas e, principalmente, a manutenção ou melhora da qualidade de vida do paciente. A abordagem é quase sempre sistêmica, ou seja, atua no corpo inteiro.

Tratamentos sistêmicos: alcançando todo o corpo

Essas terapias viajam pela corrente sanguínea para atingir as células cancerígenas onde quer que elas estejam. As principais são:

  • Quimioterapia: utiliza medicamentos para destruir células de crescimento rápido. Continua sendo a base do tratamento para muitos tipos de adenocarcinoma metastático.
  • Terapia-alvo: são medicamentos projetados para atacar vulnerabilidades específicas das células cancerígenas, como mutações genéticas. Seu uso depende de testes moleculares feitos no tumor.
  • Imunoterapia: estimula o próprio sistema imunológico do paciente a reconhecer e combater o câncer. Apresenta resultados significativos para certos tipos de tumores, como o de pulmão.
  • Hormonioterapia: usada em cânceres que dependem de hormônios para crescer, como alguns tipos de câncer de mama e próstata.

Tratamentos locais: focando em áreas específicas

Mesmo com a doença espalhada, tratar áreas específicas pode ser necessário para aliviar sintomas ou prevenir complicações graves. A radioterapia, por exemplo, é frequentemente usada para tratar metástases ósseas dolorosas ou metástases cerebrais. 

A cirurgia também pode ser uma opção em casos selecionados para remover um número limitado de metástases, como no fígado ou pulmão, após um bom controle com tratamento sistêmico.

É possível ter qualidade de vida com adenocarcinoma metastático?

Sim. Graças aos avanços da medicina, o câncer metastático é cada vez mais tratado como uma doença crônica. O foco da equipe de saúde não é apenas no controle do tumor, mas também no manejo de sintomas e no suporte integral ao paciente.

Os cuidados paliativos são uma parte essencial desse processo e devem ser iniciados junto com o tratamento oncológico. Eles visam controlar a dor, a fadiga, a falta de ar e outros desconfortos, além de oferecer suporte psicológico, social e espiritual para o paciente e sua família. Viver com qualidade é um objetivo central e totalmente possível.

Quando devo procurar um médico especialista?

O acompanhamento com um oncologista clínico é fundamental desde o diagnóstico. Se você está em tratamento para um adenocarcinoma e percebe o surgimento de qualquer sintoma novo ou persistente, como os descritos acima, comunique sua equipe médica imediatamente. O diagnóstico precoce de metástases permite um planejamento terapêutico mais eficaz para controlar a doença e preservar seu bem-estar.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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