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As manchas escuras do tabagismo são um alerta do corpo, com riscos que variam de benignos a um maior risco de câncer em certas áreas.

Você se olha no espelho para escovar os dentes e nota algo diferente: uma mancha acastanhada na gengiva que não estava ali antes. Se você fuma, essa pode ser uma manifestação comum e visível dos efeitos do cigarro no seu corpo, conhecida como melanose do fumante.
A melanose do fumante é uma condição caracterizada pelo aparecimento de pigmentação escura, geralmente marrom ou preta, nos tecidos moles da boca. É uma resposta do organismo à exposição crônica às substâncias químicas presentes na fumaça do tabaco.
Essa condição, que se manifesta como um escurecimento benigno, é causada principalmente pela nicotina, que estimula a produção de melanina.
Essas manchas são, na verdade, um acúmulo de melanina, o mesmo pigmento que dá cor à nossa pele, cabelos e olhos. A condição é mais frequente em mulheres e tende a ser mais intensa em pessoas que fumam há mais tempo e em maior quantidade.
É importante notar que, embora a melanose do fumante seja geralmente benigna, toda e qualquer pigmentação na boca deve ser avaliada por um profissional de saúde. Isso porque algumas manchas podem indicar outras condições mais sérias e, por vezes, exigir uma biópsia para um diagnóstico preciso.
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As manchas podem variar em tamanho, forma e intensidade da cor. Elas aparecem mais comumente nas seguintes áreas:
Fumar também pode, em casos mais raros, causar a melanose esofágica, uma pigmentação no esôfago. Essa condição é um fator de risco para o câncer e exige acompanhamento com um gastroenterologista.
Tipicamente, a melanose do fumante na boca não causa dor, coceira ou qualquer outro sintoma além da alteração de cor.
É fundamental não confundir a melanose do fumante com outras condições que também podem causar manchas na boca. Apenas um profissional de saúde pode fazer o diagnóstico correto, mas conhecer as diferenças ajuda a entender a importância da avaliação.
Qualquer lesão branca, vermelha ou que mude de aparência rapidamente exige avaliação médica imediata.
A fumaça do cigarro contém milhares de substâncias químicas. Duas delas são as principais responsáveis pela melanose do fumante: a nicotina e o alcatrão. A nicotina, em particular, atua diretamente sobre os melanócitos, as células responsáveis pela produção de melanina.
Esse estímulo contínuo faz com que os melanócitos produzam melanina em excesso como um mecanismo de defesa. O corpo tenta criar uma barreira protetora contra a agressão constante causada pela fumaça quente e tóxica.
Assim, a mancha escura é um sinal visível de que os tecidos da sua boca estão reagindo para se proteger dos danos do tabagismo.
Por si só, a melanose do fumante na gengiva é considerada uma condição benigna, ou seja, não é câncer. No entanto, ela funciona como um importante indicador de risco. Uma pessoa que fuma a ponto de desenvolver melanose está expondo sua boca a agentes cancerígenos de forma intensa e prolongada.
A presença de melanose em outras áreas, como o palato mole, pode estar fortemente ligada a um risco maior de desenvolver câncer nas vias aéreas superiores. Além disso, a melanose esofágica, embora rara, é um fator de risco para câncer no esôfago, exigindo acompanhamento médico especializado.
O tabagismo é um dos principais fatores de risco para o câncer de boca. Portanto, a presença da melanose deve servir como um forte alerta para a necessidade de abandonar o cigarro e manter um acompanhamento odontológico rigoroso, pois toda pigmentação exige avaliação médica para descartar problemas mais graves.
A recomendação é procurar um dentista, de preferência um especialista em estomatologia, assim que notar qualquer tipo de mancha ou alteração na cor da sua boca. Embora a melanose do fumante seja comum e muitas vezes benigna, é impossível para um leigo diferenciá-la de lesões potencialmente malignas, como o melanoma oral, sendo crucial a avaliação de um especialista para descartar problemas mais sérios.
Procure ajuda profissional com urgência se a mancha:
O tratamento mais importante e eficaz para a melanose do fumante não envolve procedimentos estéticos, mas sim uma mudança de hábito fundamental.
Sim. A cessação do tabagismo é a principal abordagem terapêutica. Em muitos casos, as manchas diminuem de intensidade ou até desaparecem completamente alguns meses ou anos após a pessoa parar de fumar. Isso ocorre porque o estímulo químico sobre os melanócitos cessa, e a produção de melanina volta ao normal.
Organizações como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Instituto Nacional de Câncer (INCA), órgão do Ministério da Saúde, oferecem guias e apoio para quem deseja parar de fumar.
Existem técnicas para remover a pigmentação por razões estéticas, como a dermoabrasão gengival ou o uso de lasers específicos. Contudo, esses procedimentos só devem ser considerados após a confirmação do diagnóstico de que a lesão é benigna e, idealmente, após o paciente ter parado de fumar.
Remover a mancha sem eliminar a causa (o cigarro) é ineficaz, pois a pigmentação provavelmente retornará com o tempo. A prioridade é sempre a saúde, não apenas a estética.
A única forma de prevenir a melanose do fumante e muitas outras doenças bucais graves é não fumar. Para quem já fuma, parar é a melhor decisão para a saúde bucal e geral.
Além disso, manter uma rotina de higiene bucal criteriosa e visitar o dentista a cada seis meses para exames preventivos é crucial. Esse acompanhamento permite a detecção precoce não apenas da melanose, mas de qualquer outra condição que possa representar um risco maior.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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