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Entenda como funcionam os principais tratamentos, suas indicações e a importância do acompanhamento médico para vencer o tabagismo.
A vontade de acender um cigarro surge de repente: depois do café, durante uma pausa no trabalho ou em um momento de estresse. Para milhões de brasileiros, essa cena é um desafio diário na luta para abandonar o tabagismo. Embora a força de vontade seja fundamental, a ciência oferece aliados poderosos nesse processo.
Utilizar um medicamento para parar de fumar não é sinal de fraqueza, mas sim uma estratégia inteligente para lidar com uma dependência química complexa. Essas medicações são projetadas para reduzir os sintomas da abstinência e diminuir o desejo intenso pela nicotina, aumentando significativamente as chances de sucesso.
Estudos demonstram que medicamentos como a terapia de reposição de nicotina (TRN), a vareniclina e a bupropiona, quando usados como tratamentos de primeira linha, podem aumentar de forma significativa as chances de parar de fumar por seis meses ou mais.
A nicotina, presente no tabaco, é uma substância psicoativa que causa forte dependência. Ao ser inalada, ela chega rapidamente ao cérebro e libera dopamina, um neurotransmissor associado a sensações de prazer e recompensa. O corpo se acostuma a esses estímulos e, quando o uso é interrompido, reage com a chamada crise de abstinência.
Os sintomas mais comuns incluem:
É nesse cenário que os medicamentos atuam, oferecendo um suporte químico para que o paciente possa focar nos aspectos comportamentais e psicológicos de abandonar o vício.
Os tratamentos medicamentosos para o tabagismo, apoiados por evidências científicas e disponibilizados por programas como o do Sistema Único de Saúde (SUS), dividem-se em duas categorias principais: os que contêm nicotina e os que não contêm.
A TRN fornece nicotina ao organismo de forma controlada e sem as mais de 4.700 substâncias tóxicas presentes na fumaça do cigarro. O objetivo é aliviar os sintomas da abstinência enquanto o indivíduo abandona o hábito de fumar.
De fato, a terapia de reposição de nicotina (TRN), que inclui adesivos, gomas e sprays, é considerada um tratamento farmacológico de primeira linha e pode aumentar significativamente suas chances de parar de fumar por um período de pelo menos seis meses. As formas mais comuns são:
Geralmente, produtos de TRN de baixa dosagem não exigem receita médica, mas a orientação profissional é sempre recomendada para ajustar o uso corretamente.
Originalmente desenvolvido como um antidepressivo, o cloridrato de bupropiona demonstrou ser eficaz no tratamento do tabagismo. Este medicamento não contém nicotina e age diretamente no sistema nervoso central, alterando a química cerebral para reduzir o desejo de fumar e aliviar os sintomas da abstinência. Sua venda é controlada e exige prescrição médica.
O uso da bupropiona, por exemplo, pode aumentar suas chances de parar de fumar com sucesso por mais de seis meses em uma faixa de 52% a 77%. Contudo, é importante estar ciente de possíveis efeitos colaterais e da necessidade de acompanhamento para evitar o abandono do tratamento.
A vareniclina é outro medicamento sem nicotina, desenvolvido especificamente para a cessação do tabagismo. Ela atua de duas formas: primeiramente, reduz a intensidade da crise de abstinência. Em segundo lugar, caso o paciente tenha uma recaída e fume, a vareniclina diminui a sensação de prazer associada ao cigarro. Assim como a bupropiona, necessita de receita médica.
Este medicamento demonstrou aumentar significativamente as chances de parar de fumar por, no mínimo, seis meses. Programas intensivos, que combinam apoio psicológico com a vareniclina, são particularmente recomendados para controlar os sintomas de abstinência e elevar a taxa de sucesso.
Cada classe de medicamento tem um mecanismo de ação distinto para ajudar o fumante a largar o vício. Compreender como eles atuam ajuda a esclarecer por que são eficazes e por que a orientação médica é crucial para a escolha correta.
A TRN, por exemplo, mantém os níveis de nicotina no sangue estáveis, evitando os picos e vales que causam a fissura. Já a bupropiona aumenta a disponibilidade de dopamina e noradrenalina no cérebro, mimetizando em parte o efeito da nicotina e diminuindo a vontade de usar a substância.
Por fim, a vareniclina se liga aos receptores de nicotina, impedindo que a própria nicotina do cigarro se conecte e gere prazer, além de estimular uma leve liberação de dopamina para aliviar a abstinência.
A escolha do melhor medicamento para parar de fumar é individual e deve ser feita em conjunto com um profissional de saúde. O médico irá avaliar o histórico clínico, o grau de dependência, tentativas anteriores e possíveis contraindicações.
A tabela abaixo resume as principais características de cada opção:
O Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT), oferece tratamento gratuito para quem deseja parar de fumar. O programa inclui avaliação clínica, abordagem terapêutica e acesso a medicamentos como adesivos, pastilhas, gomas de nicotina e o cloridrato de bupropiona.
Para ter acesso, o interessado deve procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima e se informar sobre os grupos de combate ao tabagismo.
É possível, mas estatisticamente mais difícil. A abordagem mais eficaz é a combinação de apoio medicamentoso com acompanhamento comportamental. A terapia ajuda o indivíduo a entender seus gatilhos, desenvolver estratégias para lidar com a vontade de fumar e mudar hábitos associados ao cigarro.
Programas intensivos para parar de fumar, que incluem tanto o apoio psicológico quanto o uso de medicamentos como a vareniclina, são recomendados para controlar os sintomas de abstinência e aumentar a taxa de sucesso.
Medicamentos funcionam como um suporte para a fase mais crítica da abstinência, permitindo que o paciente se concentre na mudança de rotina sem o sofrimento intenso das crises de fissura.
A decisão de parar de fumar é o primeiro e mais importante passo. A partir desse momento, buscar ajuda médica é a atitude mais recomendada. Um médico poderá não apenas prescrever o medicamento mais adequado, mas também acompanhar a evolução do tratamento, ajustar dosagens se necessário e oferecer o suporte clínico para garantir uma transição mais segura e bem-sucedida para uma vida sem cigarro.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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