22/02/2025
Revisado em: 24/04/2025
As infecções pelo HPV atingem cerca de 11,7% da população mundial
O HPV, ou papilomavírus humano, é um grupo de vírus que afeta a pele e as mucosas, com mais de 200 tipos identificados. Entre eles, cerca de 40 podem infectar a região genital, anal e outras áreas, e alguns têm o potencial de causar câncer. A principal forma de transmissão é o contato direto, sendo as relações sexuais a forma mais comum de contágio.
Neste artigo, a ginecologista da Rede América, Dra. Letícia Batista Sandre, explica tudo o que você precisa saber sobre o HPV: o que é, como se transmite, seus sintomas e como se prevenir.
Leia para entender mais e ficar por dentro das melhores formas de proteção!
O HPV é um vírus que afeta pele ou mucosas das regiões oral, genital ou anal, tanto em homens quanto em mulheres. Sua principal manifestação é a presença de verrugas em órgão genital e ânus. Por isso, é considerado causador de infecção sexualmente transmissível (IST). Além disso, o vírus pode causar lesões precursoras do câncer.
Essa infecção é bastante comum e pode ser temporária, ou seja, vai embora de forma espontânea em muitos casos. No entanto, um grupo menor de vírus, com potencial de causar câncer (tipo viral oncogênicos) podem gerar lesões precursoras de doença maligna.
Essas lesões quando não são tratadas em fase inicial, podem se tornar câncer, sobretudo, o do colo do útero. Entretanto, também, pode ocorrer em outros órgãos,como boca, pênis, ânus, vulva e vagina.
A transmissão do HPV acontece pelo contato com a pele ou a mucosa afetada pelo vírus durante a relação sexual. Por esse motivo, ela é considerada uma IST, que ocorre pelo contato genital-genital, oral-genital e manual-genital.
Portanto, mesmo sem acontecer a penetração vaginal ou anal, pode ocorrer o contágio. Além disso, mais raramente, pode acontecer a transmissão durante o parto. Já a contaminação por meio de objetos, vaso sanitário, piscina, toalhas e roupas íntimas, ainda não está comprovada.
Na maior parte dos casos, a infecção pelo HPV não apresenta sintomas. O vírus pode ficar por meses e anos no organismo sem demonstrar sinais. Nos poucos casos em que se apresenta, pode ser de duas formas: clínica e subclínica.
Em casos de lesões clínicas surgem as verrugas, com aparência como uma couve-flor com tamanhos variados. Elas podem aparecer nas mulheres no colo do útero, vagina, vulva, região pubiana, perineal, perianal e ânus.
Já nos homens, pode surgir no pênis, bolsa escrotal, região pubiana, perianal e ânus. Além disso, podem acontecer na boca e na garganta em ambos.
Nos casos das infecções subclínicas, as que não podem ser vistas a olho nu, elas podem aparecer nos mesmos locais citados anteriormente e não apresentam sintomas.
O tratamento das verrugas anogenitais, ou seja, que surgem na região genital e do ânus, é feito por meio da retirada das lesões. Elas podem desaparecer, ficarem inalteradas ou aumentarem de volume, independente do tratamento.
Portanto, não há um tratamento específico para eliminar o vírus, cada caso será avaliado individualmente, levando em consideração o tamanho e a quantidade de lesões.
Por meio desses exames, o diagnóstico clínico pode ser feito pelo médico. Na mulher, o exame é o Papanicolau, a colposcopia e a biópsia, quando necessário. Já no homem, os exames são urológicos.
Durante a gestação, a infecção por HPV pode apresentar sintomas devido a baixa imunidade, as mudanças hormonais e o aumento da vascularização. Por isso, é preciso avaliar se a mulher teve algum contato com o vírus e se apresenta verrugas genitais.
Embora não seja tão frequente, pode acontecer de o bebê ser contaminado pelo vírus na hora do parto, sobretudo nos casos em que a gestante apresenta muitas verrugas genitais e grandes.
A prevenção primária pode ser feita por meio da vacinação contra o HPV, antes ou após o início da vida sexual ativa. Além disso, práticas seguras de relações sexuais com o uso de preservativos devem ser divulgadas.
Para as mulheres, a prevenção secundária deve ser realizada com exame físico ginecológico de rotina e exames complementares após os 25 anos, como testes que detectam o vírus, células anormais ou lesões pré-cancerosas no colo do útero (Papanicolau).
Podem ser vacinados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) meninos e meninas de 9 a 14 anos de idade, antes mesmo de começarem a vida sexual ativa.
Homens e mulheres de até 45 anos e que são imunossuprimidos (transplantados, pacientes oncológicos ou vivendo com HIV/AIDS) também têm a vacinação garantida pelo sistema público.
Pela rede privada a vacinação pode ser adquirida com benefícios para qualquer pessoa de até 45 anos.
Manter exames de rotina para prevenção e diagnóstico precoce de doenças pode evitar complicações de saúde na gravidez.
O acompanhamento regular de um obstetra permite a realização do pré-natal e dos exames adequados com o objetivo de garantir a saúde da mamãe e proporcionar um bom desenvolvimento para o bebê.
A prevenção é sempre o melhor caminho quando o assunto é saúde. Por isso, as consultas e os exames de rotina ginecológicos são tão importantes para manter uma mulher saudável.
Isso porque, por meio desse acompanhamento, o médico consegue perceber mudanças no organismo ao longo do tempo, o que contribui para evitar complicações ou iniciar um tratamento precocemente.
O câncer ginecológico tem evolução lenta. Por isso, quando a mulher se consulta regularmente com o ginecologista, tem muito mais chances de sucesso no tratamento.
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