20/08/2025
Revisado em: 27/08/2025
Saiba os sinais de uma das ISTs mais populares no Brasil
A gonorreia é uma das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais comuns no Brasil, com centenas de milhares de novos casos todos os anos, aponta o Ministério da Saúde. Apesar de conhecida há séculos, a doença continua sendo motivo de preocupação, porque além da alta taxa de transmissão, muitas vezes, os sintomas são leves ou inexistentes, o que facilita a propagação e atrasa o diagnóstico.
Quando não tratada, pode trazer sérias consequências, como infertilidade, problemas nas articulações e até infecções generalizadas. Por isso, entender como ela se manifesta e quais são as formas de tratamento é essencial para quebrar a cadeia de transmissão.
A doença é causada por uma bactéria chamada Neisseria gonorrhoeae (ou gonococo). A gonorreia pode infectar diferentes partes do corpo: genitais, garganta, reto e até os olhos. Em recém-nascidos, pode ser transmitida durante o parto, causando conjuntivite grave.
Porém, a forma mais comum de transmissão é por relações sexuais vaginais, anais ou orais sem preservativo. Ao entrar em contato com as mucosas, a bactéria se multiplica rapidamente, causando inflamação e até secreção característica.
Nos últimos anos, a gonorreia ganhou um desafio extra: a resistência aos antibióticos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a bactéria tem se tornado cada vez mais difícil de tratar.
Ou seja, esse novo obstáculo torna o diagnóstico precoce da doença e o uso correto de medicamentos ainda mais importantes para ter uma vida saudável.
Identificar precocemente os gonorreia sintomas e tratamentos é crucial para evitar complicações. Veja agora os sinais de alerta que o corpo traz quando infectado.
Nos homens, a manifestação mais frequente inclui:
Nas mulheres, os sintomas da gonorreia podem incluir:
Um fator preocupante é que cerca de metade das mulheres infectadas não apresenta sinais evidentes, favorecendo a transmissão silenciosa.
A infecção também pode atingir a garganta, provocando dor e aumento de linfonodos, e o reto, com dor, coceira, secreção ou sangramento. Esses sintomas podem ser confundidos com outras doenças, o que atrasa o diagnóstico.
Em casos raros, a bactéria se espalha pelo sangue e atinge articulações e pele, o que causa febre, dor intensa e lesões cutâneas. Essa forma disseminada da doença exige atendimento imediato, pois pode levar a complicações graves.
A gonorreia é altamente contagiosa durante o contato sexual desprotegido. A taxa de transmissão de homem para mulher chega a 60%, enquanto a de mulher para homem gira em torno de 20%.
A doença não se transmite por abraço, beijo ou uso de banheiros públicos. Já durante o parto, mães infectadas podem passar a bactéria para o bebê, motivo pelo qual a prevenção e o tratamento na gestação são essenciais.
Também é comum a presença de outras ISTs junto com a gonorreia, como a clamídia. Por isso, o ideal é fazer testes completos sempre que houver suspeita.
O diagnóstico da gonorreia é relativamente simples. O médico avalia os sintomas e o histórico sexual do paciente, e pode pedir amostras da uretra, colo do útero, reto ou garganta, dependendo da forma de contato sexual.
Os dois métodos mais usados são:
Em alguns casos, o profissional também solicita exames para outras ISTs, como clamídia, sífilis e HIV, já que é comum a presença de mais de uma infecção ao mesmo tempo.
Vale ressaltar que como o diagnóstico precoce é importante para o tratamento eficaz, esmo na ausência de sintomas, quem teve relação sexual desprotegida deve procurar atendimento para avaliação e testagem.
Ignorar os sinais ou atrasar o início do tratamento pode gerar consequências graves. Por exemplo, nas mulheres, a infecção pode subir para o útero e trompas, o que provoca uma doença inflamatória pélvica, que pode causar infertilidade e dor crônica. \
Já nos homens, a bactéria pode provocar inflamação nos testículos e epidídimo, também comprometendo a fertilidade.
Quando a bactéria atinge a corrente sanguínea, as complicações incluem artrite séptica, endocardite e meningite, situações que colocam a vida em risco.
Esses casos reforçam a importância de reconhecer precocemente os sintomas da gonorreia e iniciar o tratamento adequado.
O tratamento da gonorreia é feito à base do uso de antibióticos, escolhidos conforme protocolos do Ministério da Saúde e da OMS. A escolha leva em conta a resistência bacteriana da região, sendo comum o uso combinado de dois princípios ativos para garantir eficácia e reduzir o risco de resistência.
A automedicação é contraindicada. Usar antibióticos sem orientação médica pode mascarar sintomas, dificultar o diagnóstico e estimular a seleção de bactérias mais resistentes.
Casos complicados, como a gonorreia disseminada, exigem internação e antibióticos intravenosos. Em recém-nascidos, o protocolo prevê tratamento imediato para evitar danos oculares permanentes.
O tratamento inclui ainda a notificação e abordagem dos parceiros sexuais recentes, que devem ser testados e tratados mesmo sem sintomas.
Durante o tratamento, a recomendação é suspender relações sexuais até a confirmação da cura por exames laboratoriais.
O uso correto e consistente do preservativo, seja em relações vaginais, anais ou orais, é a principal forma de evitar a gonorreia.
Outro ponto importante é a testagem regular. Essa etapa é importante para quem tem múltiplos parceiros ou faz parte de grupos com maior risco, uma vez que muitas infecções passam despercebidas. Porém, com os exames de rotina, o paciente terá ajuda para interromper a transmissão.
Educação sexual sem tabus também faz parte da prevenção, porque ajudam a reduzir o estigma e incentivam a procura por atendimento médico.
A divulgação clara sobre gonorreia, seus sintomas e tratamentos ajuda a população a reconhecer riscos, buscar atendimento e adotar medidas preventivas.
Por isso, é importante que campanhas de saúde pública devem abordar o tema de forma direta, sem tabu, especialmente entre jovens. O estigma em torno das ISTs muitas vezes afasta as pessoas do diagnóstico e permite que a doença avance silenciosamente.
Combinando educação, prevenção, diagnóstico precoce e tratamento eficaz, é possível reduzir o impacto da gonorreia e proteger a saúde sexual da população.
Referências bibliográficas:
BRASIL. Ministério da Saúde. Mais de um milhão de pessoas foram contaminadas por clamídia, gonorreia e outras IST curáveis em 2020. 2023. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/fevereiro/mais-de-um-milhao-de-pessoas-foram-contaminadas-por-clamidia-gonorreia-e-outras-ist-curaveis-em-2020. Acesso em: 11 ago. 2025.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA TROPICAL. Gonorreia super resistente: chegada às Américas alerta para uso inadequado de antibióticos. 2023. Disponível em: https://sbmt.org.br/gonorreia-super-resistente-chegada-as-americas-alerta-para-uso-inadequado-de-antibioticos. Acesso em: 11 ago. 2025.
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