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Gonorreia: sintomas e tratamento da infecção sexualmente transmissível

Saiba os sinais de uma das ISTs mais populares no Brasil

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A gonorreia é uma das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais comuns no Brasil, com centenas de milhares de novos casos todos os anos, aponta o Ministério da Saúde. Apesar de conhecida há séculos, a doença continua sendo motivo de preocupação, porque além da alta taxa de transmissão, muitas vezes, os sintomas são leves ou inexistentes, o que facilita a propagação e atrasa o diagnóstico.

Quando não tratada, pode trazer sérias consequências, como infertilidade, problemas nas articulações e até infecções generalizadas. Por isso, entender como ela se manifesta e quais são as formas de tratamento é essencial para quebrar a cadeia de transmissão.

O que é gonorreia?

A doença é causada por uma bactéria chamada Neisseria gonorrhoeae (ou gonococo). A gonorreia pode infectar diferentes partes do corpo: genitais, garganta, reto e até os olhos. Em recém-nascidos, pode ser transmitida durante o parto, causando conjuntivite grave.

Porém, a forma mais comum de transmissão é por relações sexuais vaginais, anais ou orais sem preservativo. Ao entrar em contato com as mucosas, a bactéria se multiplica rapidamente, causando inflamação e até secreção característica.

A resistência da doença

Nos últimos anos, a gonorreia ganhou um desafio extra: a resistência aos antibióticos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a bactéria tem se tornado cada vez mais difícil de tratar

Ou seja, esse novo obstáculo torna o diagnóstico precoce da doença e o uso correto de medicamentos ainda mais importantes para ter uma vida saudável. 

Gonorreia: sintomas que devem te deixar em alerta

Identificar precocemente os gonorreia sintomas e tratamentos é crucial para evitar complicações. Veja agora os sinais de alerta que o corpo traz quando infectado. 

Sintomas nos homens

Nos homens, a manifestação mais frequente inclui:

  • ardência ou dor ao urinar;
  • secreção purulenta esbranquiçada ou amarelada que sai da uretra;
  • em alguns casos, dor nos testículos.

Sintomas nas mulheres

Nas mulheres, os sintomas da gonorreia podem incluir:

  • corrimento vaginal incomum;
  • sensação de queimação ao urinar;
  • dor abdominal baixa e; 
  • sangramento fora do período menstrual. 

Um fator preocupante é que cerca de metade das mulheres infectadas não apresenta sinais evidentes, favorecendo a transmissão silenciosa.

Outros sinais

A infecção também pode atingir a garganta, provocando dor e aumento de linfonodos, e o reto, com dor, coceira, secreção ou sangramento. Esses sintomas podem ser confundidos com outras doenças, o que atrasa o diagnóstico.

Em casos raros, a bactéria se espalha pelo sangue e atinge articulações e pele, o que causa febre, dor intensa e lesões cutâneas. Essa forma disseminada da doença exige atendimento imediato, pois pode levar a complicações graves.

A doença é transmissível? Conheça as causas

A gonorreia é altamente contagiosa durante o contato sexual desprotegido. A taxa de transmissão de homem para mulher chega a 60%, enquanto a de mulher para homem gira em torno de 20%.

A doença não se transmite por abraço, beijo ou uso de banheiros públicos. Já durante o parto, mães infectadas podem passar a bactéria para o bebê, motivo pelo qual a prevenção e o tratamento na gestação são essenciais.

Também é comum a presença de outras ISTs junto com a gonorreia, como a clamídia. Por isso, o ideal é fazer testes completos sempre que houver suspeita.

Diagnóstico

O diagnóstico da gonorreia é relativamente simples. O médico avalia os sintomas e o histórico sexual do paciente, e pode pedir amostras da uretra, colo do útero, reto ou garganta, dependendo da forma de contato sexual.

Os dois métodos mais usados são:

  • Cultura bacteriana: identifica a bactéria e permite testar a sensibilidade aos antibióticos.
  • Testes moleculares (PCR): detectam o DNA do Neisseria gonorrhoeae, oferecendo resultados rápidos e precisos, mesmo em casos assintomáticos.

Em alguns casos, o profissional também solicita exames para outras ISTs, como clamídia, sífilis e HIV, já que é comum a presença de mais de uma infecção ao mesmo tempo.

Vale ressaltar que como o diagnóstico precoce é importante para o tratamento eficaz, esmo na ausência de sintomas, quem teve relação sexual desprotegida deve procurar atendimento para avaliação e testagem.

Complicações de um diagnóstico tardio da gonorreia

Ignorar os sinais ou atrasar o início do tratamento pode gerar consequências graves. Por exemplo, nas mulheres, a infecção pode subir para o útero e trompas, o que provoca uma doença inflamatória pélvica, que pode causar infertilidade e dor crônica. \

Já nos homens, a bactéria pode provocar inflamação nos testículos e epidídimo, também comprometendo a fertilidade.

Quando a bactéria atinge a corrente sanguínea, as complicações incluem artrite séptica, endocardite e meningite, situações que colocam a vida em risco. 

Esses casos reforçam a importância de reconhecer precocemente os sintomas da gonorreia e iniciar o tratamento adequado.

Tratamento para gonorreia

tratamento da gonorreia é feito à base do uso de antibióticos, escolhidos conforme protocolos do Ministério da Saúde e da OMS. A escolha leva em conta a resistência bacteriana da região, sendo comum o uso combinado de dois princípios ativos para garantir eficácia e reduzir o risco de resistência.

A automedicação é contraindicada. Usar antibióticos sem orientação médica pode mascarar sintomas, dificultar o diagnóstico e estimular a seleção de bactérias mais resistentes.

Casos complicados, como a gonorreia disseminada, exigem internação e antibióticos intravenosos. Em recém-nascidos, o protocolo prevê tratamento imediato para evitar danos oculares permanentes.

Avise ao seu parceiro

O tratamento inclui ainda a notificação e abordagem dos parceiros sexuais recentes, que devem ser testados e tratados mesmo sem sintomas. 

Durante o tratamento, a recomendação é suspender relações sexuais até a confirmação da cura por exames laboratoriais.

Prevenção: mais que evitar o contato

O uso correto e consistente do preservativo, seja em relações vaginais, anais ou orais, é a principal forma de evitar a gonorreia.

Outro ponto importante é a testagem regular. Essa etapa é importante para quem tem múltiplos parceiros ou faz parte de grupos com maior risco, uma vez que muitas infecções passam despercebidas. Porém, com os exames de rotina, o paciente terá ajuda para interromper a transmissão.

Educação sexual sem tabus também faz parte da prevenção, porque ajudam a reduzir o estigma e incentivam a procura por atendimento médico.

O papel da informação na redução de casos

A divulgação clara sobre gonorreia, seus sintomas e tratamentos ajuda a população a reconhecer riscos, buscar atendimento e adotar medidas preventivas.

Por isso, é importante que campanhas de saúde pública devem abordar o tema de forma direta, sem tabu, especialmente entre jovens. O estigma em torno das ISTs muitas vezes afasta as pessoas do diagnóstico e permite que a doença avance silenciosamente.

Combinando educação, prevenção, diagnóstico precoce e tratamento eficaz, é possível reduzir o impacto da gonorreia e proteger a saúde sexual da população.

Referências bibliográficas:

BRASIL. Ministério da Saúde. Mais de um milhão de pessoas foram contaminadas por clamídia, gonorreia e outras IST curáveis em 2020. 2023. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/fevereiro/mais-de-um-milhao-de-pessoas-foram-contaminadas-por-clamidia-gonorreia-e-outras-ist-curaveis-em-2020. Acesso em: 11 ago. 2025.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA TROPICAL. Gonorreia super resistente: chegada às Américas alerta para uso inadequado de antibióticos. 2023. Disponível em: https://sbmt.org.br/gonorreia-super-resistente-chegada-as-americas-alerta-para-uso-inadequado-de-antibioticos. Acesso em: 11 ago. 2025.

MSD MANUALS. Gonorreia. 2023. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/casa/infecções/infecções-sexualmente-transmissíveis-ists/gonorreia. Acesso em: 11 ago. 2025.

BRASIL. Ministério da Saúde. Gonorreia e clamídia. 2023. Disponível em: https://www.gov.br/aids/pt-br/assuntos/ist/gonorreia-e-clamidia. Acesso em: 11 ago. 2025.