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Fatores de risco para Alzheimer: quem tem mais chance de desenvolver a doença?

Saber se você tem predisposição para doença é o primeiro passo para se cuidar.

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O esquecimento de uma data importante ou um celular perdido pela casa… vamos aos fatos: todo mundo já passou por isso. Mas, quando esses episódios se tornam frequentes, é comum surgir uma dúvida difícil de ignorar: será que isso pode ser Alzheimer?

A Doença de Alzheimer é uma das principais causas de demência no mundo. Ainda não existe uma cura, mas há maneiras de se proteger, especialmente quando se conhece os fatores de risco para Alzheimer.

Ter acesso à informação é uma das melhores formas de cuidar da saúde. Saber quem tem mais chance de desenvolver a doença pode auxiliar a procurar ajuda na hora certa e a adotar hábitos que façam diferença lá na frente.

O que é o Alzheimer? 

O Alzheimer é um tipo de demência que provoca a perda das conexões entre as células do cérebro. Ou seja, com o tempo, isso compromete a memória, a linguagem, o comportamento e até funções básicas do dia a dia.

A doença costuma evoluir de forma lenta e silenciosa. Os primeiros sinais podem parecer inofensivos, como esquecer nomes ou repetir histórias, mas vão ganhando força. É por isso que entender o que favorece esse processo é tão importante.

Quais são os fatores de risco para Alzheimer?

Nenhum fator sozinho causa o Alzheimer, mas algumas condições aumentam a probabilidade de desenvolver a doença ao longo da vida. Entenda os principais:

Idade avançada

O risco cresce conforme os anos passam. A maioria dos casos aparece após os 65 anos. Isso acontece porque o cérebro envelhece naturalmente e fica mais vulnerável a danos, principalmente se outros fatores estiverem presentes.

De acordo com os dados do Governo do Brasil, cerca de 1,8 milhão de idosos (mais de 60 anos) têm demência no país, o que corresponde a cerca de 8,5 % da população nessa faixa etária.

Histórico familiar da doença

Ter parentes próximos com diagnóstico de Alzheimer, como pais ou irmãos, pode indicar uma predisposição para o Alzheimer. Existe influência genética, mas esse ponto não é uma sentença. 

Muitas pessoas com histórico familiar nunca desenvolvem a condição, e o contrário também é bem comum de ocorrer..

Baixo nível de escolaridade

Diversas pesquisas, como a da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)  mostram que pessoas com menos anos de estudo correm mais risco. 

Isso porque o aprendizado constante ao longo da vida ajuda a criar uma reserva cognitiva: uma espécie de proteção extra para o cérebro funcionar bem, mesmo diante de lesões.

Condições de saúde não controladas

Problemas que afetam o coração e a circulação também prejudicam o cérebro. Entre os principais estão:

  • Hipertensão arterial: a pressão alta constante pode danificar os vasos cerebrais, prejudicando o fluxo de oxigênio e nutrientes para os neurônios.
  • Diabetes tipo 2: o excesso de glicose no sangue provoca inflamações e lesões no cérebro ao longo do tempo.
  • Obesidade: aumenta o risco de resistência à insulina, hipertensão e colesterol alto, fatores interligados ao declínio cognitivo.
  • Colesterol elevado: pode contribuir para o acúmulo de placas nas artérias cerebrais, reduzindo a irrigação do tecido nervoso.

Manter essas condições sob controle, com acompanhamento médico, é uma medida essencial para a prevenção.

Tabagismo e álcool em excesso

O cigarro e o consumo abusivo de álcool aceleram o envelhecimento do cérebro e favorecem doenças cardiovasculares que, como vimos, têm impacto direto na saúde cognitiva.

Parar de fumar e reduzir a ingestão de álcool não só diminui os riscos de Alzheimer, como melhora a qualidade de vida como um todo e também decai a possibilidade de desenvolver outras doenças.

Depressão

A saúde mental também conta. Pessoas que enfrentam depressão, especialmente por longos períodos ou de forma recorrente, têm mais risco de desenvolver demência. Isso porque a depressão afeta a química do cérebro e a sua capacidade de adaptação.

Buscar ajuda especializada e tratar adequadamente os transtornos mentais é parte importante da prevenção.

Falta de atividade física

O sedentarismo está entre os fatores de risco para Alzheimer porque reduz a oxigenação do cérebro e aumenta a chance de desenvolver outras doenças, como diabetes e hipertensão.

Movimentar o corpo regularmente - mesmo com uma atividades simples, como caminhada - estimula o cérebro e protege a memória.

Perda auditiva

Pouca gente sabe, mas a audição também está relacionada ao risco de demência. Pesquisas mostram que pessoas com perda auditiva não tratada podem ter maior chance de desenvolver Alzheimer. 

Isso porque o esforço para escutar exige mais do cérebro e reduz os estímulos cognitivos. Mas se a pessoa buscar por auxílio profissional e começar a usar aparelhos auditivos, quando indicados, ajuda a reduzir esse risco.

Isolamento social

Estar perto de outras pessoas faz bem para o corpo e para a mente. O isolamento social está ligado ao aumento da ansiedade, da depressão e da perda de memória.

Manter o convívio com familiares, amigos e a comunidade é uma forma de estimular o cérebro e preservar o bem-estar emocional.

Quando procurar um médico?

Sinais como esquecimento frequente, confusão com datas, mudanças de comportamento ou dificuldade em realizar tarefas simples devem ser investigados.

Se você desconfia de Alzheimer em si ou em alguém da família, não adie a consulta. Um neurologista ou geriatra pode avaliar os sintomas, solicitar exames e orientar sobre os próximos passos.

Além disso, mesmo quem ainda não tem sinais evidentes, mas sabe que tem predisposição para Alzheimer, pode se beneficiar de um acompanhamento preventivo.

Quanto mais cedo houver orientação, maiores as chances de manter a qualidade de vida e planejar o futuro com tranquilidade.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Alzheimer’s Disease International (ADI). Dementia statistics. [S.l.]: Alzheimer’s Disease International, 2020. Disponível em: https://www.alzint.org/about/dementia-facts-figures/dementia-statistics/, consultado em 30 jul. 2025 

Ministério da Saúde. Ministério da Saúde destaca a importância do diagnóstico precoce para evitar a progressão da doença. Brasília, 21 set. 2024. Disponível em:https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2024/setembro/ministerio-da-saude-destaca-a-importancia-do-diagnostico-precoce-para-evitar-a-progressao-da-doenca, consultado em 30 jul. 2025

BRASIL. Ministério da Saúde. Relatório nacional sobre a demência estima que cerca de 8,5% da população idosa convive com a doença. Gov.br, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2024/setembro/relatorio-nacional-sobre-a-demencia-estima-que-cerca-de-8-5-da-populacao-idosa-convive-com-a-doenca. Acesso em: 25 jul. 2025.

NITRINI, Ricardo et al. Dementia in Latin America: Epidemiological evidence and implications for public policy. Frontiers in Aging Neuroscience, v. 10, 2018. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC5824986/. Acesso em: 25 jul. 2025.

 FACULDADE DE MEDICINA DA USP. Escolaridade é fator protetor para diminuir risco de Alzheimer e outras demências na terceira idade. FMUSP Notícias, 2024. Disponível em: https://fm.usp.br/fmusp/noticias/escolaridade-e-fator-protetor-para-diminuir-risco-de-alzheimer-e-outras-demencias-na-terceira-idade. Acesso em: 25 jul. 2025.

Organização Mundial da Saúde (OMS). Dementia: fact sheet. Genebra, 31 mar. 2025. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/dementia, consultado em 30 jul. 2025 

Revista Pesquisa (FAPESP). Bagiani, Belisa; Zorzetto, Ricardo. Ao menos 1,76 milhão de pessoas têm alguma forma de demência no Brasil. Revista Pesquisa, n. 329, jul. 2023; atual. 12 out. 2023. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/ao-menos-176-milhao-de-pessoas-tem-alguma-forma-de-demencia-no-brasil/, consultado em 30 jul. 2025