Revisado em: 24/10/2025
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Algumas mulheres relatam sentir desconfortos na região pélvica, mas alguns deles são normais durante a gestação

Durante a gestação, o corpo da mulher passa por transformações intensas e algumas delas podem causar sensações novas. Dores e pressões começam a surgir e é comum ficar apreensiva. Nesses momentos, saber se é normal sentir dor nas partes íntimas na gravidez pode ser uma preocupação, principalmente se é a primeira gestação.
Em grande parte dos casos, essas “dores” são sensações comuns desse período. Mas em alguns casos, a dor pode indicar que é necessária a atenção médica.
O corpo da mulher se transforma quando ela está grávida. Nesse período, o corpo está se acomodando para abrigar e nutrir o bebê. Essas e outras alterações também influenciam no aumento do volume uterino, forçando um maior fluxo sanguíneo para a região pélvica.
Os hormônios também têm papel significativo. A relaxina promove o relaxamento dos ligamentos e articulações da pelve, preparando o corpo da mulher para o momento do parto. Todas essas mudanças podem gerar dor, pontadas, pressões ou até mesmo sensações de fadiga nas partes íntimas e região pélvica.
Por exemplo: alguns estudos (2004) sobre dor da pelve durante a gravidez documentaram que os ligamentos que sustentam o útero terminam esticando nesse período. É esse “esticamento” que provoca a dor. Esse tipo de incômodo é mais registrado pelas gestantes a partir do segundo trimestre de gestação.
Já outra revisão (2009) que analisou os sintomas vaginais na gravidez mostrou que a coceira, queimação e dores na região podem aumentar ainda mais durante a gestação.
Também foi observado que no segundo e terceiro trimestre, o crescimento do bebê exerce muita pressão sobre o assoalho pélvico, causando uma sensação de peso ou dor nas partes íntimas.
Leia também: Sinais de que a gravidez não vai bem - o que observar e quando buscar ajuda médica
No primeiro trimestre, apesar do bebê ser ainda pequeno, as alterações hormonais podem deixar a região pélvica mais sensível. Os ligamentos ficam mais relaxados e há uma maior vascularização da região.
Com a evolução da gestação, o peso crescente do útero e do bebê podem causar ainda mais dor ou provocar maior pressão na região pélvica. Estudos (2018) apontam que o início típico da dor pélvica costuma ocorrer entre a 14ª e 30ª semana de gestação.
A sensação de “peso” ou pressão nas partes íntimas podem sinalizar também que o bebê está mais encaixado. Essa sensação pode aumentar a carga na musculatura dessa região e do assoalho pélvico.
A resposta é que depende da dor. Se ela for leve e ocasional, essa dor pode estar relacionada ao movimento, à mudança de posição do bebê ou até mesmo à pressão que costuma passar com o devido descanso.
No geral, essa “dor” pode fazer parte da série de adaptações que o corpo da gestante enfrenta. Ter esse entendimento, principalmente se é a sua primeira gestação, é importante. Tudo aqui é novidade e costuma gerar dúvidas.
Por outro lado, se a dor for intensa, contínua e vier acompanhada de outros sintomas, elas não são normais. Fique atenta se com a dor você observar que há sangramentos vaginais, febres, contrações antes do tempo ou um corrimento anormal. Todos esses sinais inspiram atenção e requerem avaliação médica o quanto antes.
Com o crescimento do útero, os ligamentos que sustentam esse órgão podem “puxar” e causar como se fossem pontadas ou dores mais direcionadas à virilha. Também por causa da relaxina, as articulações podem ficar mais “móveis”, gerando maior instabilidade na região e dor. Essa é uma situação esperada e comum.
À medida que o bebê cresce, ele pode pressionar os vasos sanguíneos, nervos e músculos do assoalho pélvico da mãe. Por estar crescendo, há uma sensação de peso e dor nas partes íntimas.
A gestação faz com que a vascularização da pelve aumente. Para se adaptar a essa nova condição, os músculos da região começam a se acomodar ao novo volume, resultando no desconforto.
Todas essas situações são esperadas pelo período da gravidez. Só não são normais e inspiram cuidados que afetem a saúde da mamãe e do bebê. Infecções íntimas, vaginoses, candidíases e até predisposições a dores pélvicas podem mascarar ou até mesmo agravar os sintomas. Esses sinais de alerta devem ser discutidos com seu médico.
Algumas medidas simples podem ajudar a aliviar o desconforto e melhorar a circulação na região.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2020), manter-se fisicamente ativa durante a gestação contribui para uma melhor adaptação corporal, além de reduzir as dores lombares e pélvicas.
Mesmo com todas essas medidas, não deixe de consultar seu obstetra ou fisioterapeuta especializado em saúde pélvica e gestação. Se a dor for persistente ou forte, é importante que seu médico investigue a causa o quanto antes.
Em alguns momentos, a dor pode ficar intensa e até mesmo piorar com o tempo. Mesmo você agindo para aliviar o desconforto, esses sinais merecem investigação e atenção.
Se você notar que além do desconforto e da pressão aumentando, há:
Esses sinais podem indicar condições que vão além das adaptações do corpo da mulher à gravidez. Podem ser sinais de infecção, trabalho de parto prematuro ou um tipo de disfunção pélvica mais grave.
Essas sensações são novas para quem está esperando o primeiro filho. O corpo ainda está se adaptando e pode haver uma maior atenção a essas mudanças, o que torna mais provável observar e sentir esses desconfortos nas partes íntimas.
Mesmo assim, o fato de ser a primeira gestação não elimina a necessidade de reconhecer o que é “normal” e esperado e o que não é e requer atenção médica.
Se você está grávida e percebe uma sensação de pressão, pontadas ou dores nas partes íntimas, adote cuidados mais práticos. Entre eles, evite ficar longos períodos em pé, use roupas confortáveis e faça alongamentos suaves. Além desses cuidados, mantenha sempre contato com seu médico.
A gestação pode e deve ser vivida com conforto e segurança.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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