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Dor no peito: quando procurar atendimento médico urgente

Entenda o que uma dor no peito pode significar, aprenda a diferenciar os sinais de alerta e saiba como agir para cuidar da sua saúde com segurança.

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Uma dúvida comum diante de uma dor no peito é: quando se preocupar? Embora a causa nem sempre seja o coração, é importante saber diferenciar os sinais de alerta e quando uma avaliação médica é necessária.

Como identificar a dor no peito por ansiedade?

A dor no peito é um dos sintomas de ansiedade mais angustiantes, pois sua primeira associação é com um problema cardíaco. 

Antes de associar esse tipo de dor à ansiedade, é importante saber que ela é uma das causas mais comuns da dor no peito em pronto-socorro. Isso acontece porque o estado de alerta e a tensão podem causar uma contratura intensa da musculatura do tórax.

Essa dor pode ter origem muscular e costuma ser descrita como uma pontada aguda, uma agulhada ou uma sensação de aperto mais localizada, que pode ser apontada com o dedo. Diferente da dor cardíaca, ela não costuma piorar com o esforço físico, mas pode se intensificar com a respiração profunda.

Além da dor em si, o contexto é fundamental para a diferenciação. A dor torácica da ansiedade costuma vir acompanhada de outros sinais, como coração acelerado (palpitações), formigamento nas mãos, sensação de falta de ar e um medo intenso de que algo ruim vá acontecer. 

Por outro lado, a dor de origem cardíaca é tipicamente uma sensação de pressão, peso ou aperto no centro do peito, que pode se espalhar para o braço esquerdo, costas ou pescoço. Além disso, ela tende a piorar com o esforço e pode vir junto com falta de ar e suor frio. 

Quais sinais indicam um problema no coração?

A dor no peito de origem cardíaca, como a do infarto ou da angina, tem características muito particulares, que a diferenciam de outros tipos de desconforto. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o sinal mais clássico é uma sensação de pressão, peso ou aperto no centro do peito, muitas vezes descrita como se houvesse "um elefante sentado" sobre o tórax.

Essa dor costuma ser mais difusa e pode irradiar para outras regiões, como o braço esquerdo, as costas, o pescoço ou a mandíbula. Também é comum que ela piore com o esforço físico e melhore com o repouso.

Porém, o que mais reforça a suspeita são os sintomas associados. A dor cardíaca raramente vem sozinha. Ela pode ser acompanhada de falta de ar, suor frio, náuseas, vômitos e tonturas. A presença desses sinais é um forte indicativo de que a causa pode ser uma das doenças do sistema cardiovascular e exige atenção imediata.

É fundamental saber ainda que, em mulheres, idosos e diabéticos, os sintomas podem ser atípicos. Em vez da dor clássica no peito, o infarto pode se manifestar como um cansaço súbito e extremo, uma dor na região do estômago ou uma falta de ar intensa sem uma dor clara. Por isso, a atenção a qualquer sinal incomum nesses grupos é ainda mais importante.

Quando a dor no peito é muscular ou digestiva?

Além da ansiedade e dos problemas cardíacos, outras duas causas muito comuns de dor no peito são as de origem muscular e digestiva, que com frequência explicam desconfortos mais simples.

A dor de origem muscular ou osteomuscular costuma ocorrer após um esforço físico, um movimento brusco ou por má postura. A principal característica que ajuda a identificar esse tipo de dor é que ela piora com a palpação do local ou com certos movimentos do tronco e da respiração. 

Um exemplo comum disso é a costocondrite, uma inflamação da cartilagem que liga as costelas ao osso do peito, que gera uma dor aguda, bem localizada e que se intensifica ao toque.

Já a dor de origem digestiva está muitas vezes ligada ao refluxo gastroesofágico. Ela se manifesta como uma sensação de queimação (azia) que sobe do estômago em direção à garganta e, caracteristicamente, piora após as refeições ou ao se deitar. 

Em alguns casos, os espasmos do esôfago também podem causar uma dor em aperto no peito, que pode ser confundida com a dor cardíaca.

Um infarto silencioso pode ocorrer sem a dor clássica no peito?

O infarto do miocárdio pode ocorrer sem a clássica dor opressiva no peito, em um quadro conhecido como "infarto silencioso". Nesses casos, a falta de oxigênio no músculo cardíaco se manifesta por meio de sintomas atípicos, que podem ser facilmente confundidos com outros problemas.

Os sinais mais comuns incluem um cansaço súbito e extremo, uma falta de ar intensa sem motivo aparente, dor na região do estômago, náuseas ou um mal-estar geral inexplicável. Por serem vagos, o perigo é que esses sintomas sejam interpretados como indigestão ou esgotamento, o que leva a um atraso perigoso na busca por ajuda médica.

Dessa forma, é necessário saber que essa forma de apresentação é mais comum em grupos específicos, como mulheres, idosos e pessoas com diabetes. 

Em diabéticos, por exemplo, a neuropatia (dano aos nervos causado pelo excesso de açúcar no sangue) pode alterar a percepção da dor, impedindo que os sinais clássicos do coração sejam sentidos. Por isso, a orientação para esses grupos é ter um nível de alerta ainda maior para qualquer sintoma súbito e inexplicável.

O que fazer no caso de dor súbita no peito?

A orientação mais importante diante de uma dor súbita no peito é não tentar adivinhar a causa. É impossível para um leigo ter certeza sobre a origem da dor, e as consequências de ignorar um infarto são muito graves. Por essa razão, a atitude mais segura é sempre procurar um atendimento médico de emergência.

Se a dor no peito for súbita, intensa, em aperto e vier acompanhada de outros sinais de alerta, como falta de ar, suor frio ou irradiação para o braço, a recomendação é chamar imediatamente um serviço de emergência, como o SAMU (192), ou ir ao pronto-socorro mais próximo. Não espere a dor passar.

Mesmo que a causa acabe sendo ansiedade ou um problema muscular, a busca por ajuda nunca é um exagero. A avaliação médica é o que traz a segurança de um diagnóstico correto e a tranquilidade que você precisa. 

Referências bibliográficas:

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Doenças cardiovasculares. Genebra: OMS, 2023. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/cardiovascular-diseases-(cvds. Acesso em: 06 ago. 2025.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA (SBC). Diretriz de Dor Torácica da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2021. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 117, n. 4, p. 797-897, 2021. Disponível em: https://abccardiol.org/article/diretrizes-da-sociedade-brasileira-de-cardiologia-sobre-angina-instavel-e-infarto-agudo-do-miocardio-sem-supradesnivel-do-segmento-st-2021/. Acesso em: 06 ago. 2025.