19/08/2025
Revisado em: 21/08/2025
A dor no joelho pode surgir do nada, afetando sua rotina, do esporte ao lazer. Descubra as origens do desconforto e as melhores formas de cuidado.
Você sente uma fisgada ao subir escadas, um incômodo ao agachar ou uma dor persistente que limita suas atividades diárias? A dor no joelho é uma queixa muito comum e pode ter diversas origens. Compreender o que está por trás desse desconforto é o primeiro passo para buscar o tratamento adequado e restabelecer sua qualidade de vida.
As lesões são causas frequentes de dor no joelho, especialmente em pessoas ativas e esportistas. Elas resultam, muitas vezes, de movimentos bruscos, impactos diretos ou sobrecarga.
Veja as mais comuns.
Após uma reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA), a rigidez e a capacidade de absorção de energia da articulação podem estar significativamente reduzidas no membro operado seis meses após a cirurgia, conforme estudo em The Knee.
Intervenções terapêuticas que visam aumentar a taxa de desenvolvimento de torque do quadríceps podem ajudar a otimizar a estabilidade dinâmica e a absorção de energia durante o pouso.
Com o passar do tempo ou devido a certas condições, as estruturas do joelho podem sofrer desgastes ou inflamações crônicas. Essas doenças tendem a causar dor progressiva e rigidez articular.
Estudos mostram que, com a progressão da osteoartrose medial do joelho, ocorrem mudanças significativas na biomecânica da marcha, como o aumento do momento de adução do joelho (KAM) e a diminuição do momento de flexão (KFM) em estágios iniciais (grau 2), antes mesmo de deformidades visíveis.
Em estágios mais avançados (grau 4), pode haver diminuição da extensão do joelho e aumento da flexão do tronco durante a caminhada, indicando a necessidade de diferentes abordagens de tratamento em cada fase.
Atividades repetitivas, treinamento excessivo ou uma biomecânica inadequada podem levar à sobrecarga de certas estruturas do joelho, resultando em inflamações.
Além das causas mencionadas, outros fatores podem contribuir para a dor no joelho. É importante considerá-los na avaliação diagnóstica. O excesso de peso corporal, por exemplo, é um fator de risco conhecido para a osteoartrose, juntamente com idade avançada (especialmente acima de 55 anos), sexo feminino, lesões prévias no joelho e fatores ocupacionais.
A forma como a dor se manifesta e sua localização podem fornecer pistas importantes sobre a causa. Entender essas características é um passo inicial para buscar ajuda. A dor pode ser:
Ao sentir dor no joelho, algumas medidas simples podem proporcionar alívio imediato e ajudar a controlar a inflamação. É importante, contudo, que estas ações sejam temporárias e não substituam a avaliação médica.
Lembre-se: essas medidas são para alívio inicial. A causa da dor precisa ser investigada por um profissional.
Embora muitas dores no joelho possam ser tratadas com medidas simples, existem situações em que a atenção médica é indispensável. Reconhecer os sinais de alerta é crucial para evitar complicações e garantir um tratamento adequado.
Procure um médico se:
O diagnóstico preciso é fundamental para um tratamento eficaz. Ele geralmente envolve uma combinação de avaliação clínica e exames complementares. É importante notar que, embora os achados clínicos típicos sejam suficientes para o diagnóstico da osteoartrose, exames de imagem podem ser realizados para melhorar a especificidade e identificar estágios iniciais.
A dose de radiação de um raio-X de joelho (0,04 mSv) é significativamente menor do que a de uma tomografia computadorizada (0,21 mSv). Além disso, o raio-X pode ser realizado com o paciente suportando peso, o que não é possível com a TC convencional, sendo crucial para o diagnóstico e avaliação clínica.
É importante notar que as alterações radiográficas no joelho nem sempre se correlacionam diretamente com a intensidade da dor. Estudos indicam que a proporção de pacientes com dor no joelho que possuem osteoartrose confirmada por radiografia varia entre 15% e 76%.
Além disso, entre 15% e 81% dos pacientes com osteoartrose radiograficamente confirmada podem sentir dor, e em alguns casos, até 25% dos pacientes com osteoartrose de grau IV (severa) podem não sentir dor.
O plano de tratamento para a dor no joelho é individualizado e depende da causa, gravidade e das características de cada paciente.
O tratamento da dor crônica no joelho, definida como dor que persiste ou recorre por mais de três meses, deve ser abrangente e multimodal, incluindo educação, fisioterapia, controle de peso e tratamento medicamentoso. O objetivo principal é aliviar a dor, restaurar a função e prevenir novas lesões.
A fisioterapia é um pilar no tratamento da maioria das dores no joelho, sejam elas causadas por lesões ou condições crônicas. Programas de exercícios baseados em terra ou aquáticos são eficazes na redução da dor e melhora da função física a médio prazo, sem acelerar a progressão da doença.
Ela atua na:
Sob orientação médica, alguns medicamentos podem ser prescritos para controlar a dor e a inflamação. Analgésicos e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), tópicos ou orais, são tratamentos farmacológicos de primeira linha.
A duloxetina é um antidepressivo que pode ser recomendado como tratamento de segunda linha para osteoartrose do joelho.
É importante saber que glucosamina, condroitina e terapias biológicas (como anticorpos anti-NGF/TNF) não são recomendadas para uso em pacientes com osteoartrose do joelho, e atualmente não há medicamentos modificadores da doença aprovados.
As infiltrações intra-articulares com corticosteroides são eficazes na redução da dor e melhora da função, com um pico de efeito em 2 a 4 semanas, mas o efeito analgésico parece ser limitado ao curto prazo, e injeções repetidas podem diminuir o volume da cartilagem.
A injeção de ácido hialurônico (IAHA) pode melhorar a dor e a função articular, mas seu efeito clínico é controverso, embora possa ser mais eficaz que corticosteroides após 8 semanas. O plasma rico em plaquetas (PRP) é outra opção, com evidências mistas, e embora possa ser mais eficaz que IAHA ou corticosteroides em alguns aspectos, a qualidade dos dados é baixa e as diretrizes atuais não o recomendam.
A cirurgia é geralmente a última opção, considerada quando o tratamento conservador não obteve sucesso ou em casos de lesões graves.
Estima-se que cerca de 50% dos pacientes diagnosticados com osteoartrose sintomática do joelho eventualmente passarão por uma artroplastia total do joelho (TKA). No entanto, entre 10% e 35% dos pacientes submetidos à TKA ainda experimentam dor persistente. As principais incluem:
Adotar hábitos saudáveis é essencial para proteger seus joelhos e reduzir o risco de dor e lesões. A prevenção é sempre o melhor caminho. A prática de Tai Chi, por exemplo, pode ser benéfica para a função do joelho, melhorando a força, o equilíbrio e a propriocepção, e aliviando a rigidez e a dor em pacientes com osteoartrose.
No entanto, para evitar o risco de dor no joelho, é recomendado aquecer por mais de 10 minutos antes da prática, exercitar-se por mais de uma hora e, idealmente, praticar sob a orientação de um instrutor profissional.
Inicie com repouso, aplique compressas frias (gelo) no local para reduzir a inflamação e eleve a perna. Evite atividades que piorem a dor. Se o desconforto persistir ou piorar, procure um médico ortopedista.
A dor no joelho torna-se preocupante se for intensa, acompanhada de inchaço significativo, vermelhidão, calor, febre, incapacidade de movimentar a perna ou de suportar peso, ou se persistir por vários dias sem melhora. Nesses casos, a avaliação médica é urgente.
Não há um "melhor" anti-inflamatório universal, pois a escolha depende da causa da dor, das condições de saúde do paciente e de outros fatores. O uso de qualquer medicamento deve ser sempre prescrito e orientado por um médico, que avaliará o caso individualmente.
A dor no joelho pode ser aguda (súbita, geralmente por lesão) ou crônica (persistente). Ela pode ser localizada (na frente, atrás, lateral, medial) ou difusa, e ser descrita como fisgada, queimação, pontada, peso ou rigidez. As características da dor ajudam no diagnóstico da causa subjacente.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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