Revisado em: 17/11/2025
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O tabagismo mancha dentes e prejudica toda a saúde bucal

O sorriso é um cartão de visita, mas o hábito de fumar pode comprometer a estética e a saúde. O termo dente de fumante se refere a um conjunto de alterações bucais causadas pelo tabagismo. Elas vão muito além do simples amarelamento.
A exposição contínua à fumaça é repleta de substâncias tóxicas, que desencadeiam uma série de problemas que afetam os dentes, gengivas e toda a cavidade oral. Favorece também o acúmulo de placa bacteriana e aumenta o risco de inflamações. Prevenir e tratar os danos é a melhor forma de manter o sorriso íntegro e evitar complicações mais sérias.
O termo dente de fumante é utilizado para descrever a pigmentação extrínseca do dente e as manifestações patológicas trazidas pelo uso contínuo do tabaco. São elas: doença periodontal, halitose crônica e o aumento do risco de câncer bucal.
A alteração mais visível é o escurecimento dos dentes, que pode variar de um tom amarelado a manchas castanhas ou até mesmo cinzas ou pretas.
A coloração vai depender da intensidade e da duração do hábito. Ela é causada pela deposição de substâncias presentes na fumaça do tabaco, como a nicotina e o alcatrão. Esses componentes aderem facilmente ao esmalte.
A descoloração pode ser classificada como uma mancha extrínseca ou intrínseca. Ela é extrínseca quando ocorre na superfície do dente e intrínseca quando se desenvolve internamente.
A prevalência de descoloração em fumantes é quase o dobro daquela observada em não fumantes. Ele predispõe a diversos problemas que precisam ser tratados por um endodontista.
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O tabagismo é um dos maiores fatores de risco para diversas doenças da cavidade oral. A fumaça do cigarro contém 4.700 substâncias tóxicas, que afetam diretamente a saúde bucal.
Ao sensibilizar a mucosa da boca, o tabaco dificulta a cicatrização e diminui a eficiência do sistema imunológico. O fumante fica mais suscetível a bactérias, vírus e fungos. O que leva a um maior acúmulo de placa bacteriana e as bactérias são mais agressivas.
Esses fatores aumentam a sua chance em 85% de desenvolver periodontite em relação aos não fumantes. A periodontite é uma doença inflamatória crônica que afeta a gengiva e os ossos. Quando não tratada adequadamente, ela pode causar a perda da dentição.
Como o tabagismo também interfere na circulação sanguínea, o sangramento da gengiva causado pela doença, passa despercebido. Ela acaba progredindo de maneira silenciosa em muitos casos, causando retração da gengiva e exposição da raiz do dente.
As papilas gustativas também sofrem alteração com o fumo. Assim como há o aumento da descamação da mucosa oral (formando saburra lingual) e a redução da produção de saliva, diminuindo o processo de autolimpeza da boca.
Tudo isso resulta na halitose. O fumante acaba ficando com mau hálito. Além de aumentar o risco de cáries, doenças periodontais e favorecer o acúmulo de tártaro.
O tabaco é um fator de risco bastante relevante para o câncer de boca. A probabilidade de desenvolver esse tipo de neoplasia é de 4 a 15 vezes maior do que aquela observada em não fumantes.
Isso de acordo com informações do primeiro centro de pesquisa, ciência e saúde de Belo Horizonte, a Fundação Ezequiel Dias. A organização também aponta que entre os pacientes que morrem em decorrência da doença, 90% deles são fumantes.
Pode haver um aumento na produção de melanina, resultando em manchas escuras na gengiva e bochechas, a chamada melanose do fumante.
O cigarro eletrônico (vape) não fica para trás, por causa dos seus componentes químicos e do açúcar dos aromatizadores.
O seu uso aumenta o risco de ter cáries, doenças da gengiva como gengivite e periodontite, e infecções oportunistas como a candidíase. A diminuição da produção de saliva também pode ocorrer.
A causa mais clara do dente de fumante são as milhares de substâncias tóxicas presentes na fumaça do cigarro, principalmente a nicotina e o alcatrão. Eles são responsáveis pela pigmentação extrínseca.
A nicotina é incolor, mas ela oxida ao entrar em contato com o oxigênio. Assim ela se torna amarelada e adere a superfície do esmalte. Já o alcatrão tem uma tonalidade escura e contribui para as manchas castanhas e pretas.
O grau da descoloração depende da intensidade, duração e frequência do hábito de fumar. A má higiene da boca e o consumo associado de álcool potencializa os efeitos nocivos, favorecendo a proliferação de bactérias e o acúmulo de placa e tártaro.
A temperatura da boca fica elevada por causa da alta temperatura da fumaça do cigarro. Esse aumento pode reduzir o fluxo sanguíneo e a oxigenação dos tecidos, favorecendo a proliferação de bactérias e comprometendo a saúde gengival.
O diagnóstico deve ser realizado pelo dentista e o paciente deve avisar sobre o hábito de fumar.
O profissional avalia o grau da mancha, para determinar a intensidade do amarelamento, e verifica a presença de melanose do fumante. Além de avaliar a gengiva e os ossos que sustentam os dentes, já que o fumo pode mascarar uma possível inflamação.
Também deve ser feito um exame minucioso da mucosa bucal para identificar lesões que podem evoluir para câncer de boca. Elas podem ser indolores inicialmente, não sendo identificadas pelo paciente.
As manchas extrínsecas superficiais podem ser removidas pelo dentista, assim como os tártaros e placas bacterianas. Para eliminar a descoloração de modo geral, é preciso realizar o clareamento dental.
Ele pode ser realizado em consultório com o peróxido de hidrogênio de alta concentração. Também pode ser feito em casa com o peróxido de carbamida de baixa concentração ou eles podem ser utilizados de maneira associada.
Um artigo publicado na Faculdade Sant’Ana em Revista, em 2024, mostrou que o clareamento associado se mostrou efetivo em pacientes fumantes. Não houve retorno da cor após 3 meses, mesmo sem a suspensão do cigarro.
Mas a recomendação é que o paciente pare de fumar para manter os resultados, ou no mínimo mantenha uma higiene bucal rigorosa.
O uso de pastas de dente branqueadoras pode ajudar a evitar o amarelamento e a remover as manchas superficiais. No entanto, não substituem o clareamento profissional para manchas mais profundas.
A melhor estratégia para combater o problema é a prevenção. Ela passa pelo abandono do hábito de fumar, é a medida mais eficaz para a saúde bucal. A cessação vai reduzir o risco de doenças periodontais e câncer de boca.
Um estudo publicado na revista eletrônica acervo saúde (2023), mostrou que a melanose do fumante pode desaparecer em até três anos depois de parar de fumar.
Escovar os dentes e usar o fio dental diariamente também previne o dente de fumante. A escovação logo após fumar pode ajudar a diminuir as manchas e o mau hálito.
A ida periódica a consulta odontológica é importante para prevenir e diagnosticar precocemente lesões e doenças em fumantes. É recomendado também a inclusão de alimentos saudáveis na dieta.
Principalmente aqueles considerados detergentes como a maçã e a cenoura, que auxiliam na limpeza e regulação da acidez da boca. Também é preciso evitar a combinação de fumo com álcool, pois os efeitos nocivos são potencializados dessa maneira.
O dente de fumante não é somente uma questão estética, mas também de saúde. As substâncias tóxicas do tabaco causam descoloração, mau hálito, e aumentam o risco de doenças periodontais e neoplasia de boca.
Tratamentos estéticos como o clareamento dental podem restaurar a beleza do sorriso, mas a melhor forma de prevenção é parar de fumar. A ida ao dentista é fundamental para monitorar a saúde bucal e diagnosticar precocemente qualquer anomalia.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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