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De que forma é tratado o câncer de mama?

Do diagnóstico ao acompanhamento, conheça as etapas e as principais terapias que compõem a jornada de tratamento do câncer de mama.

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Receber o diagnóstico de câncer de mama gera muitas incertezas, e a principal delas é de que forma é tratado o câncer de mama? Conhecer as opções e as etapas do tratamento é o primeiro passo para enfrentar essa jornada com mais segurança, confiança e participação nas decisões.

Quais fatores definem o tipo de tratamento para o câncer de mama?

O tratamento do câncer de mama não é igual para todas as pessoas. Cada caso é avaliado de forma individual por uma equipe de médicos especializados, que levam em conta vários fatores antes de definir o melhor caminho. Um dos pontos principais é a fase da doença. Isso significa analisar se o tumor é pequeno ou grande, se já atingiu os gânglios da axila ou se se espalhou para outras partes do corpo.

Outro aspecto importante são as características do próprio tumor. Os exames conseguem mostrar se ele cresce estimulado por hormônios (como estrogênio e progesterona) ou se apresenta uma proteína chamada HER2, que abre a possibilidade de usar medicamentos específicos. Essas informações funcionam como uma espécie de “identidade” do tumor, de forma a ajudar os médicos a escolherem tratamentos mais direcionados, como hormonioterapia ou terapias-alvo.

Também entram na decisão a idade da paciente, seu estado geral de saúde e até o histórico familiar. Ao longo do processo, a resposta ao tratamento é constantemente acompanhada com exames de sangue e de imagem, para que a equipe médica faça ajustes sempre que necessário.

Na prática, o plano pode incluir diferentes recursos, como cirurgia, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia ou medicamentos-alvo, de acordo com o que for mais eficiente para cada caso.

Quais são os principais tratamentos e como funcionam?

Os tratamentos para o câncer de mama são divididos em duas categorias principais, que podem ser usadas de forma isolada ou combinada: os tratamentos locais, que focam na mama e áreas próximas, e os sistêmicos, que atuam no corpo todo.

Os tratamentos locais têm o objetivo de remover ou destruir o câncer diretamente na sua origem. A cirurgia é a base desse tratamento, podendo ser conservadora (chamada de quadrantectomia ou tumorectomia), quando se retira apenas o tumor com uma margem de segurança, preservando a mama, ou a mastectomia, que é a retirada completa da mama. 

Em alguns casos, a cirurgia também inclui a avaliação dos linfonodos (gânglios) da axila. Já a radioterapia utiliza feixes de alta energia para destruir células cancerígenas que possam ter restado na região após a cirurgia, o que funciona como uma "limpeza" local para reduzir o risco de a doença voltar.

Já os tratamentos sistêmicos circulam pela corrente sanguínea para atingir e eliminar células cancerígenas em qualquer parte do corpo. A quimioterapia utiliza medicamentos potentes para destruir células de divisão rápida. Ela age como um remédio que circula no sangue procurando e destruindo células do câncer, sendo muito eficiente, mas também afetando células saudáveis do corpo.

Por sua vez, a hormonioterapia é indicada para tumores que possuem receptores hormonais e funciona bloqueando a ação de hormônios como o estrogênio, que servem de "alimento" para o tumor.

As terapias mais modernas como a terapia-alvo e a imunoterapia são mais específicas: a primeira ataca características moleculares únicas das células cancerígenas (como a proteína HER2), enquanto a segunda estimula o próprio sistema imunológico da paciente a reconhecer e combater o câncer. Nesse caso, é como se o corpo fosse treinado para reconhecer o câncer e lutar contra ele.

O tratamento é sempre feito na mesma ordem?

A sequência dos tratamentos é planejada estrategicamente para cada caso. A abordagem mais tradicional é o tratamento adjuvante, em que a terapia sistêmica (como quimioterapia ou hormonioterapia) é realizada após a cirurgia de retirada do tumor. 

O objetivo é eliminar qualquer célula cancerígena microscópica que possa ter permanecido no corpo, funcionando como uma medida de segurança para evitar que a doença volte.

Mas em alguns casos, especialmente em tumores maiores, opta-se pelo tratamento neoadjuvante. Nessa abordagem, a quimioterapia ou outras terapias sistêmicas são administradas antes da cirurgia. 

Essa estratégia tem dois grandes benefícios: primeiro, pode reduzir o tamanho do tumor, para possibilitar uma cirurgia menos extensa e mais conservadora. Segundo, permite avaliar em tempo real, através de exames de imagem, a resposta do câncer aos medicamentos, o que ajuda a guiar os próximos passos do tratamento.

A decisão entre as abordagens adjuvante e neoadjuvante é feita pela equipe médica com base nas características do tumor e nos objetivos terapêuticos para cada paciente.

Como os efeitos colaterais são manejados durante o tratamento?

Os efeitos colaterais são uma preocupação real, mas é importante saber que existem muitas formas de preveni-los e tratá-los. Cada tipo de terapia tem seus possíveis efeitos: a cirurgia envolve um período de recuperação; a radioterapia pode causar irritação na pele; e a quimioterapia é conhecida por sintomas como fadiga, náuseas, alterações na pele e unhas, e queda de cabelo.

A boa notícia é que o manejo desses sintomas é parte integral do tratamento oncológico. A equipe de saúde, que pode incluir médicos, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos, trabalha em conjunto para oferecer os chamados cuidados de suporte, que visam atenuar os desconfortos e garantir a melhor qualidade de vida possível para a paciente.

Na prática, isso inclui o uso de medicamentos para controlar náuseas e vômitos, e medicações para estimular a produção de células sanguíneas, a fim de reduzir o risco de infecções. 

O acompanhamento nutricional também ajuda a combater a fadiga e a manter o corpo forte, e o suporte psicológico é fundamental para lidar com o cansaço mental e as mudanças na autoimagem. Para questões específicas como o ressecamento da pele, são indicados hidratantes sem álcool, e para a queda de cabelo, existem toucas de resfriamento que podem ajudar em alguns casos.

O que acontece após o término do tratamento?

O fim do tratamento ativo é um marco importante, mas o cuidado com a saúde continua. Essa nova fase é chamada de seguimento e tem como objetivo monitorar a recuperação da paciente, manejar possíveis efeitos tardios das terapias e detectar precocemente qualquer sinal de que a doença possa ter voltado (recidiva).

Essa rotina de acompanhamento costuma incluir consultas e exames físicos periódicos com o oncologista, além de exames de imagem, como a mamografia anual. É ainda um momento para focar na reabilitação e na adoção de um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada e prática regular de exercícios, que são fundamentais para a saúde a longo prazo.

A jornada de tratamento do câncer de mama é complexa, mas hoje conta com um arsenal de terapias avançadas e personalizadas que aumentam as chances de cura. Entender que o plano de tratamento é cuidadosamente elaborado para cada mulher e que existe uma rede de suporte para lidar com os efeitos colaterais ajuda a trazer mais segurança e confiança durante o processo.

Referências bibliográficas

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Câncer de Mama: Tratamento. Rio de Janeiro: INCA, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/mama/tratamento. Acesso em: 21 ago. 2025.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE MASTOLOGIA. Tipos de Tratamento do Câncer de Mama. São Paulo: SBM, 2023. Disponível em: https://www.sbmastologia.com.br/pacientes/cancer-de-mama/tratamentos/. Acesso em: 21 ago. 2025.