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Crise hipertensiva: veja os sintomas e saiba quando agir

Entenda os sinais de alerta de uma crise hipertensiva e a importância de buscar atendimento médico imediato para proteger sua saúde e bem-estar.

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Você já sentiu uma dor de cabeça súbita e intensa, acompanhada de uma estranha sensação no peito ou visão embaçada, e pensou: "Será que minha pressão subiu demais?" Para quem já vive com hipertensão ou tem histórico familiar, a preocupação com uma crise hipertensiva é real e muito importante. Reconhecer os sinais precoces é o primeiro passo para agir rapidamente e proteger sua saúde.

O que é uma crise hipertensiva e como ela acontece?

Uma crise hipertensiva é caracterizada por um aumento súbito e perigoso da pressão arterial, atingindo níveis de 180 mmHg ou mais para a pressão sistólica (o primeiro número) e/ou 110 mmHg ou mais para a pressão diastólica (o segundo número). É um evento grave que exige atenção médica imediata.

É importante notar que alguns fatores podem aumentar o risco de uma crise hipertensiva. Estudos indicam que mulheres têm o triplo de chances de sofrer uma crise hipertensiva em comparação aos homens. 

Além disso, o desemprego pode dobrar essas chances, ressaltando a importância de considerar fatores socioeconômicos na saúde cardiovascular.

Existem dois tipos principais de crise hipertensiva, que se diferenciam pela presença ou ausência de lesão em órgãos-alvo:

  • Urgência Hipertensiva: A pressão arterial está muito alta, mas não há sinais de lesão aguda nos órgãos vitais (como cérebro, coração, rins). Geralmente, os sintomas são mais leves, como dor de cabeça ou tontura. 

Nesses casos, a pressão pode ser reduzida gradualmente em algumas horas no hospital, sob supervisão médica.

  • Emergência Hipertensiva: A pressão arterial está extremamente elevada e há evidências de lesão aguda e progressiva nos órgãos-alvo. 

Os sintomas são mais graves e indicam um risco iminente de danos irreversíveis, como Acidente Vascular Cerebral (AVC), infarto do miocárdio, edema agudo de pulmão ou insuficiência renal aguda. 

Nestes casos, a redução da pressão deve ser feita rapidamente, muitas vezes em ambiente de terapia intensiva.

É vital que somente um profissional de saúde possa distinguir entre esses dois quadros e definir a conduta adequada.

Quais são os sinais de alerta de uma crise hipertensiva?

Os sintomas de uma crise hipertensiva podem variar de pessoa para pessoa, mas alguns sinais são mais comuns e devem ser reconhecidos como alertas vermelhos. A identificação precoce desses sintomas é fundamental para buscar ajuda a tempo e evitar complicações.

Sintomas mais comuns e imediatos:

Ao notar um ou mais desses sintomas, especialmente se você já tem pressão alta, é fundamental procurar atendimento médico. Veja os mais frequentes: Estudos apontam que a dor de cabeça intensa, sintomas visuais e tontura estão entre os principais sinais de uma crise hipertensiva.

  • Dor de cabeça intensa: Uma cefaleia forte, súbita e diferente do habitual pode ser um indicativo.
  • Dor no peito: Sensação de aperto ou dor no peito pode sinalizar problemas cardíacos decorrentes da pressão elevada, como um infarto.
  • Falta de ar: Dificuldade para respirar ou sensação de sufocamento pode indicar acúmulo de líquido nos pulmões (edema agudo), um problema grave.
  • Tontura e vertigem: Sentir-se desequilibrado ou com a sensação de que o ambiente está girando.
  • Visão embaçada ou alterada: Vista turva, pontos pretos, flashes de luz ou escurecimento temporário da visão podem ocorrer devido ao impacto da pressão nos vasos sanguíneos dos olhos.
  • Zumbido no ouvido: Percepção de ruídos (como chiado, apito) nos ouvidos sem uma fonte sonora externa.
  • Náuseas e vômitos: Sintomas gastrointestinais que podem acompanhar a elevação da pressão.

Sintomas que indicam maior gravidade (emergência hipertensiva):

Estes são sinais de que os órgãos estão sendo afetados e a situação é uma emergência médica. Não hesite em ligar para o SAMU (192) ou procurar o pronto-socorro mais próximo:

  • Confusão mental ou desorientação: Dificuldade para pensar claramente, sonolência ou alteração do estado de consciência.
  • Convulsões: Movimentos involuntários e perda de consciência.
  • Fraqueza ou dormência em um lado do corpo: Sinal que pode indicar um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
  • Perda de consciência: Desmaio.
  • Diminuição do volume urinário: Sinal de que os rins podem estar sendo afetados (insuficiência renal aguda).
  • Sangramentos inesperados e intensos: Especialmente sangramento nasal persistente ou sangramentos em outras partes do corpo.

Por que é crucial agir rapidamente em uma crise hipertensiva?

A elevação abrupta e descontrolada da pressão arterial pode causar danos graves e irreversíveis a órgãos vitais como o coração, o cérebro e os rins, exigindo atendimento médico imediato. Sem tratamento imediato, uma crise hipertensiva pode levar a:

  • Acidente Vascular Cerebral (AVC): Devido ao rompimento ou entupimento de vasos sanguíneos no cérebro.
  • Infarto Agudo do Miocárdio: O coração é forçado a trabalhar mais sob alta pressão, o que pode levar a um ataque cardíaco.
  • Edema Agudo de Pulmão: Acúmulo de líquido nos pulmões, dificultando a respiração e podendo ser fatal.
  • Insuficiência Renal Aguda: Os rins podem parar de funcionar adequadamente.
  • Danos à visão: Podendo levar à cegueira temporária ou permanente.

A rapidez na busca por atendimento médico é um fator determinante para minimizar o impacto da crise e prevenir sequelas permanentes.

O que fazer ao suspeitar de uma crise hipertensiva?

Se você ou alguém próximo apresentar os sintomas de uma crise hipertensiva, é fundamental agir com calma, mas com urgência. Siga estas orientações:

  1. Mantenha a calma: O nervosismo pode elevar ainda mais a pressão arterial. Tente respirar fundo e manter a tranquilidade.
  2. Meça a pressão arterial: Se tiver um aparelho de medição validado em casa, faça a leitura da pressão para ter um dado inicial importante para os médicos.
  3. Não se automedique: Não tome doses extras de seus medicamentos para pressão sem orientação médica. A redução brusca e inadequada da pressão pode ser tão perigosa quanto a elevação.
  4. Procure atendimento médico de emergência imediatamente: Ligue para o SAMU (192) ou dirija-se ao pronto-socorro ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próxima. Informe a equipe médica sobre seus sintomas, seu histórico de hipertensão e os medicamentos que utiliza.

A avaliação e o tratamento em ambiente hospitalar são indispensáveis para controlar a pressão de forma segura e investigar a causa da crise.

Como prevenir crises hipertensivas?

A melhor forma de evitar uma crise hipertensiva é o controle contínuo da hipertensão arterial. A prevenção passa por um conjunto de hábitos e acompanhamentos, incluindo:

  • Adesão rigorosa ao tratamento: Tome os medicamentos prescritos pelo seu médico exatamente como indicado, sem interrupções ou alterações.
  • Monitoramento regular da pressão arterial: Verifique sua pressão em casa, nos horários recomendados pelo médico, e registre os resultados para compartilhar nas consultas.
  • Estilo de vida saudável: Adote uma dieta balanceada com baixo teor de sal, rica em frutas, vegetais e grãos integrais. Pratique atividades físicas regularmente, mantenha um peso saudável, evite o consumo excessivo de álcool e pare de fumar.
  • Controle do estresse: Técnicas de relaxamento, meditação ou hobbies podem ajudar a gerenciar o estresse, um fator que pode impactar a pressão.
  • Consultas médicas regulares: Mantenha o acompanhamento com seu cardiologista ou clínico geral para ajustes no tratamento e monitoramento da sua saúde geral.

Lembre-se: a hipertensão é uma condição crônica que exige cuidado e atenção constantes. O manejo adequado da doença é a chave para uma vida longa e saudável, livre de complicações.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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