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Entenda por que essa secreção acontece, as causas mais comuns e os sinais que indicam a necessidade de uma avaliação médica especializada.

A situação é comum: algum tempo após um momento de intimidade, ao ir ao banheiro, você nota uma mancha amarronzada na calcinha ou no papel higiênico. A primeira reação pode ser de preocupação, mas na maioria dos casos, o corrimento marrom depois da relação tem uma explicação simples e não representa um risco à saúde.
Contudo, é essencial compreender as possíveis causas para saber diferenciar uma ocorrência normal de um sinal de alerta. Este guia detalha o que pode estar por trás desse sintoma e quando é hora de procurar ajuda profissional.
O corrimento marrom não é um tipo específico de secreção, mas sim o resultado da mistura de uma pequena quantidade de sangue com o muco cervical ou as secreções vaginais. A cor escura, que varia de um caramelo claro a um marrom café, ocorre porque o sangue demorou mais tempo para ser expelido do corpo e sofreu um processo de oxidação.
Diferente do sangue menstrual vivo, de cor vermelha, o sangue oxidado indica um sangramento de pequena intensidade e que não é contínuo. Sua presença após o contato íntimo está frequentemente ligada a fatores mecânicos ou hormonais.
Diversos fatores podem levar a um pequeno sangramento que resulta no corrimento marrom. Eles podem ser divididos entre causas benignas, relacionadas à própria dinâmica do ato sexual, e condições que merecem mais atenção.
As causas do sangramento após a relação sexual podem incluir lesões ou traumas genitais, infecções, crescimento de tecidos benignos (como pólipos) ou, mais raramente, câncer.
Na maioria das vezes, o corrimento marrom pós-relação não é motivo para alarme. As causas mais frequentes são:
Além dessas, o corrimento marrom após a relação é comumente causado por problemas benignos, como pólipos no colo do útero, alterações hormonais ou inflamações e infecções vaginais e cervicais. A inflamação do colo do útero (cervicite) também é uma causa frequente de sangramento.
O corrimento marrom pode estar associado ao início de uma gestação. Esse fenômeno é conhecido como sangramento de nidação. Ele ocorre quando o embrião se fixa na parede do útero (endométrio), um processo que pode romper pequenos vasos sanguíneos.
Geralmente, o sangramento de nidação acontece entre 6 a 12 dias após a fecundação, podendo coincidir com o período em que a menstruação era esperada. Costuma ser um corrimento leve, em pequena quantidade, que dura de algumas horas a poucos dias e pode ser acompanhado de cólicas leves.
Embora geralmente inofensivo, o corrimento marrom persistente ou acompanhado de outros sintomas deve ser investigado. É importante observar se o episódio é isolado ou se torna recorrente após toda relação sexual.
Algumas ISTs, como a clamídia e a gonorreia, podem causar inflamação no colo do útero (cervicite). Um colo uterino inflamado torna-se mais frágil e propenso a sangrar com o atrito da relação sexual. Nesses casos, o corrimento pode vir acompanhado de outros sinais, como dor pélvica, ardência ao urinar ou secreção com odor forte.
O sangramento após a relação também pode indicar lesões relacionadas ao Vírus do Papiloma Humano (HPV). Essas lesões, por sua vez, podem levar à displasia cervical, uma alteração nas células do colo do útero.
Certas condições estruturais ou inflamatórias do sistema reprodutivo também podem se manifestar com sangramento após o coito. Entre elas, destacam-se:
Em casos muito raros, uma condição chamada Malformação Arteriovenosa Uterina (MAV), que envolve vasos sanguíneos anormais e frágeis no útero, pode ser a causa do sangramento pós-relação.
A tabela abaixo resume os principais sinais que indicam a necessidade de procurar um ginecologista:
Se o corrimento marrom após a relação se tornar frequente ou vier associado a qualquer um dos sinais de alerta, o passo mais importante é agendar uma consulta com um ginecologista. A automedicação ou o adiamento da avaliação podem mascarar um problema mais sério.
Durante a consulta, o especialista irá realizar o exame ginecológico, incluindo o exame especular para visualizar o colo do útero. Se necessário, exames complementares como o Papanicolau, a ultrassonografia pélvica e testes para ISTs podem ser solicitados para confirmar o diagnóstico.
O tratamento dependerá da causa identificada. Pode variar desde o uso de lubrificantes, para casos de atrito, até o uso de antibióticos para infecções ou a remoção cirúrgica de pólipos.
Em muitos casos, especialmente aqueles ligados ao atrito, algumas medidas simples podem ajudar a prevenir o corrimento marrom:
Manter um diálogo aberto com a parceria sobre qualquer desconforto durante a relação também é fundamental para uma vida sexual saudável e segura.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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