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Corrimento esverdeado com odor: saiba o que pode ser e quando se preocupar

Saiba por que essa alteração na secreção vaginal é um sinal de alerta que exige avaliação ginecológica para o tratamento correto

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Notar uma mancha esverdeada na roupa íntima, acompanhada de um odor diferente, pode gerar preocupação imediata. Essa alteração não é normal e funciona como um importante sinal de alerta do corpo, indicando que algo na saúde íntima precisa de atenção. 

De fato, uma secreção vaginal com cores incomuns, como verde, amarela, marrom ou vermelha, que venha acompanhada de odor desagradável, coceira ou dor (ao urinar ou durante a relação), é um sinal de infecção que exige diagnóstico profissional.

Embora a secreção vaginal seja natural e mude de aspecto ao longo do ciclo menstrual, a coloração verde ou amarelo-esverdeada, associada a um cheiro forte, aponta para a presença de uma infecção que necessita de tratamento médico. 

É importante buscar um médico se notar um aumento na secreção vaginal ou um odor incomum, pois esses são sinais comuns de inflamação na vagina (vaginite). Essa inflamação pode ser causada por infecções como as fúngicas (candidíase), bacterianas ou por tricomonas.

O que é o corrimento esverdeado com odor?

O corrimento esverdeado é uma secreção vaginal cuja cor e cheiro são atípicos. A secreção fisiológica, considerada normal, costuma ser transparente ou esbranquiçada e não apresenta odor desagradável. 

A mudança para um tom esverdeado ou acinzentado, muitas vezes com aspecto bolhoso ou espumoso e cheiro forte (descrito como semelhante a peixe), é um sintoma clássico de um processo infeccioso ou inflamatório na vagina ou no colo do útero. 

Se você perceber que o corrimento vaginal está amarelado ou esverdeado e com um odor forte e desagradável, isso é um indicativo de corrimento patológico. Esse tipo de corrimento é frequentemente causado por infecções, como a tricomoníase, e necessita de avaliação e tratamento médico.

Ginecologistas podem acompanhar o tratamento de corrimentos de acordo com o tipo. A Rede Américas possui especialistas renomados atendendo em vários hospitais brasileiros.

Quais são as principais causas do corrimento esverdeado?

Na maioria dos casos, essa condição está ligada a infecções. O diagnóstico diferencial feito por um especialista é necessário, pois o tratamento varia conforme o agente causador.

Tricomoníase: a causa mais comum

A tricomoníase é a causa mais frequente do corrimento esverdeado e com mau cheiro. Trata-se de uma infecção sexualmente transmissível (IST) provocada pelo protozoário Trichomonas vaginalis

Este corrimento, que é geralmente profuso e de cor amarelo-esverdeada, é um importante sinal clínico que aponta para o problema. A presença de um corrimento abundante, de cor amarela ou verde e com aspecto espumoso, pode indicar esta infecção sexualmente transmissível.

Além da secreção amarelo-esverdeada, fluida e por vezes espumosa, a tricomoníase costuma causar:

  • Coceira intensa na região genital (prurido).
  • Ardência ou dor ao urinar (disúria).
  • Vermelhidão e inchaço na vulva.
  • Desconforto durante as relações sexuais.

Como é uma IST, o tratamento geralmente envolve o uso de medicamentos prescritos para a paciente e seu(s) parceiro(s) sexual(is), a fim de evitar a reinfecção.

Vaginose bacteriana: o desequilíbrio da flora

A vaginose bacteriana ocorre por um desequilíbrio das bactérias que naturalmente habitam a vagina. Há uma diminuição dos lactobacilos (bactérias protetoras) e um crescimento excessivo de outras bactérias, como a Gardnerella vaginalis. O principal sintoma é o odor forte, que piora após a relação sexual e durante a menstruação. 

O corrimento pode ser acinzentado, amarelado ou esverdeado, e geralmente é mais fino e homogêneo. A coceira não é um sintoma tão proeminente quanto na tricomoníase.

Outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)

Embora menos comuns, outras ISTs como a gonorreia e a clamídia também podem provocar corrimento com coloração alterada, incluindo tons amarelados ou esverdeados, além de inflamação pélvica. Geralmente, esses quadros vêm acompanhados de dor pélvica e dor ao urinar.

Como é feito o diagnóstico correto?

O diagnóstico preciso é indispensável e só pode ser feito por um ginecologista. Durante a consulta, o médico irá realizar a anamnese, que é a coleta de informações sobre os sintomas, histórico de saúde e vida sexual. Em seguida, é feito o exame ginecológico.

No exame físico, o especialista observa as características da secreção, a aparência do colo do útero e das paredes vaginais. Se necessário, pode ser coletada uma amostra do corrimento para análise laboratorial, que identificará o microrganismo causador da infecção. Exames como o Papanicolau também podem ser solicitados para uma avaliação mais completa.

Qual a diferença para outros tipos de corrimento?

É importante saber diferenciar o corrimento infeccioso de outras secreções. Uma tabela pode ajudar a visualizar as principais diferenças entre os tipos mais comuns de corrimento vaginal.

Característica

Corrimento Normal

Candidíase

Vaginose Bacteriana

Tricomoníase

 

Cor

Transparente ou branco

Branco

Branco-acinzentado ou amarelado

Amarelo-esverdeado

Consistência

Fluido ou elástico

Espesso, tipo "leite coalhado"

Fino e homogêneo

Fino, bolhoso, espumoso

Odor

Sem cheiro ou suave

Sem cheiro

Forte, semelhante a peixe

Forte, desagradável

Sintomas Associados

Nenhum

Coceira intensa, ardência, vermelhidão

Odor forte, que piora após relação

Coceira, ardência, dor ao urinar

Como funciona o tratamento e por que não se automedicar?

O tratamento depende diretamente da causa identificada. Geralmente, são prescritos antibióticos ou antiparasitários, que podem ser administrados por via oral (comprimidos) ou local (cremes e óvulos vaginais). 

É fundamental seguir a prescrição médica rigorosamente, respeitando a dose e o período de uso, mesmo que os sintomas desapareçam antes. A automedicação é perigosa. 

Usar um remédio inadequado pode não resolver a infecção, piorar o quadro, mascarar os sintomas ou até mesmo causar resistência do microrganismo ao medicamento, tornando o tratamento futuro mais difícil. Por isso, a avaliação médica é indispensável.

É possível prevenir o corrimento por infecção?

Algumas medidas de cuidado com a saúde íntima ajudam a manter o equilíbrio da flora vaginal e a reduzir o risco de infecções. Adotar bons hábitos é a melhor forma de prevenção.

  • Use preservativo: o uso de camisinha em todas as relações sexuais é a forma mais eficaz de prevenir ISTs como a tricomoníase.
  • Mantenha uma boa higiene: lave a região genital externa apenas com água e, se desejar, sabonete neutro ou específico para a área. Evite duchas vaginais, pois elas alteram o pH e a flora protetora.
  • Prefira roupas íntimas de algodão: o algodão permite que a pele respire, evitando o abafamento e a umidade, que favorecem a proliferação de microrganismos.
  • Evite roupas muito apertadas: calças justas e de tecidos sintéticos também aumentam o calor e a umidade local.
  • Mantenha consultas ginecológicas regulares: realizar exames preventivos anualmente ajuda a monitorar a saúde e a identificar qualquer alteração precocemente.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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