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Consequências do HPV no homem: veja como se proteger

Infecção pode ser silenciosa, mas a falta de acompanhamento aumenta o risco de verrugas genitais e desenvolvimento de alguns tipos de câncer.

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A rotina é a mesma de sempre, mas durante o banho, algo diferente chama a atenção. Uma pequena lesão, quase imperceptível, na região genital. A primeira reação pode ser ignorar, mas logo surgem as dúvidas: o que é isso? Pode ser algo grave? Essa situação, comum a muitos homens, pode ser o primeiro contato com uma realidade sobre o Papilomavírus Humano (HPV).

O que é o HPV e por que ele também afeta os homens

O Papilomavírus Humano, ou HPV, é o nome de um grupo de mais de 200 vírus relacionados. A sua transmissão ocorre principalmente por via sexual, através do contato pele a pele com a área infectada, sendo considerada a IST mais frequente no mundo. Por muito tempo, a discussão sobre o HPV esteve centrada na saúde feminina, devido à sua forte associação com o câncer de colo do útero.

Contudo, o HPV afeta homens e mulheres de forma similar. Mais de 40 tipos de HPV podem infectar o trato reprodutivo masculino, incluindo pênis e ânus, e alguns são de alto risco. Muitos homens são portadores do vírus sem apresentar qualquer sintoma, pois o sistema imunológico consegue combater a infecção de forma eficaz.

O problema reside nos casos em que o vírus persiste no organismo, podendo levar a complicações significativas.

Quais são os primeiros sinais do HPV no homem

A manifestação do HPV no organismo masculino pode variar bastante. Em muitos casos, a infecção é completamente assintomática e transitória. Quando os sinais aparecem, eles geralmente se apresentam de duas formas principais.

A manifestação mais comum: as verrugas genitais

A consequência mais visível e comum da infecção por tipos de HPV de baixo risco (como os tipos 6 e 11) é o surgimento de verrugas genitais, conhecidas cientificamente como condilomas acuminados. Elas podem aparecer como:

  • lesões únicas ou múltiplas;
  • pequenas ou grandes;
  • planas ou elevadas (com aspecto de couve-flor).

As áreas mais afetadas costumam ser o pênis (especialmente na glande ou sob o prepúcio), o escroto, a região pubiana, a virilha e a área perianal. As verrugas também podem surgir na boca ou na garganta após o contato oral com uma pessoa infectada.

Quando a infecção é silenciosa e assintomática

É fundamental entender que a ausência de verrugas não significa a ausência do vírus. A maioria dos homens infectados pelo HPV não desenvolve qualquer sintoma. Eles podem permanecer com o vírus de forma latente por meses ou até anos, transmitindo-o a seus parceiros sexuais sem saber. Essa natureza silenciosa, especialmente com os tipos de alto risco, é o que torna a prevenção tão crucial.

O que pode acontecer se o HPV no homem não for tratado

Ignorar os sinais ou a possibilidade de infecção pelo HPV pode levar a consequências de curto e longo prazo. As complicações variam de acordo com o tipo de vírus e a resposta imunológica de cada indivíduo.

Complicações de baixo risco

Embora as verrugas genitais sejam causadas por tipos de HPV de baixo risco para câncer, elas precisam de atenção. Se não tratadas, podem crescer, se multiplicar ou causar desconforto físico e psicológico. O tratamento é indicado para remover as lesões e reduzir o risco de transmissão.

O risco de desenvolvimento de câncer

A consequência mais grave da infecção persistente por tipos de HPV de alto risco (como os tipos 16 e 18) é o desenvolvimento de câncer. O HPV pode causar diferentes tipos de câncer em homens, incluindo os de pênis, ânus e orofaringe, que abrange a garganta e a boca. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o HPV é um fator de risco importante para diversos tipos de tumores em homens.

Tipo de Câncer Associado ao HPV

Principais Áreas Afetadas

 

Câncer de Ânus

Cerca de 89% dos casos estão ligados à infecção por HPV.

Câncer de Pênis

Aproximadamente 63% dos diagnósticos têm relação com o vírus.

Câncer de Orofaringe

Inclui a base da língua e as amígdalas; uma porcentagem significativa dos casos está associada ao HPV, principalmente pelo sexo oral desprotegido.

O desenvolvimento do câncer não é imediato. Ele ocorre lentamente, ao longo de anos, a partir de lesões precursoras que, se não identificadas e tratadas, podem evoluir para um tumor maligno.

Como é feito o diagnóstico do HPV masculino

Diferente das mulheres, que contam com o exame de Papanicolau como método de rastreio de rotina, não existe um teste padrão para detectar o HPV assintomático em homens. O diagnóstico geralmente ocorre quando as lesões se tornam visíveis. A avaliação é feita por um médico, geralmente um urologista ou dermatologista, através de um exame clínico visual.

Se houver suspeita, o especialista pode solicitar exames complementares, como a peniscopia (análise do pênis com uma lente de aumento) ou uma biópsia da lesão para confirmar o diagnóstico e identificar o tipo de HPV. Identificar infecções ativas pelo HPV é crucial, pois tumores que são de fato causados pelo vírus geralmente respondem melhor ao tratamento do que infecções silenciosas.

Existe tratamento para as consequências do HPV

É importante esclarecer: não há um medicamento que cure o vírus do HPV. O sistema imunológico é o responsável por eliminar o vírus do corpo. Os tratamentos disponíveis visam remover as lesões (verrugas ou lesões pré-cancerosas) causadas pelo vírus.

Entre os métodos mais comuns estão:

  • Aplicação de medicamentos tópicos: cremes ou soluções aplicados diretamente sobre as lesões.
  • Cauterização química: uso de ácidos para destruir as verrugas.
  • Eletrocauterização ou laser: remoção das lesões através de calor ou luz.
  • Crioterapia: congelamento das verrugas com nitrogênio líquido.

A escolha do tratamento depende do tamanho, quantidade e localização das lesões. Apenas um médico pode indicar a melhor abordagem para cada caso.

Como a prevenção pode mudar o cenário do HPV no homem

Dado que a infecção pode ser silenciosa e ter consequências graves, a prevenção é a estratégia mais importante. Adotar medidas de proteção é fundamental para a saúde individual e coletiva.

A importância da vacinação

A vacina contra o HPV é a forma mais eficaz de prevenção. Ela é segura e protege contra os principais tipos de HPV que causam verrugas genitais e, mais importante, contra os tipos de alto risco responsáveis pela maioria dos casos de câncer associados ao vírus. A vacinação é vital para a prevenção, já que o HPV de alto risco pode causar câncer de orofaringe, anal e de pênis em homens.

Além disso, a vacina estimula a produção de anticorpos que podem oferecer proteção de longo prazo contra o vírus em homens, independentemente do status de HIV. No Brasil, a vacina está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas e meninos de 9 a 14 anos, além de outros grupos específicos.

O papel do preservativo

O uso de preservativo (camisinha) em todas as relações sexuais (vaginal, anal e oral) é essencial. Ele diminui significativamente o risco de transmissão do HPV, embora não o elimine por completo, pois o vírus pode estar presente em áreas não cobertas pela camisinha, como a base do pênis ou a região escrotal.

Consultas médicas regulares

Realizar consultas regulares com um urologista ajuda na identificação precoce de qualquer alteração. Não hesite em procurar ajuda médica ao notar qualquer lesão ou sintoma diferente na região genital. O diagnóstico precoce é um fator chave para o sucesso do tratamento e para evitar a evolução para complicações mais graves.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

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