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Como tratar HPV na mulher: confira os principais tratamentos

Entenda as abordagens terapêuticas para as lesões causadas pelo HPV e a importância do acompanhamento médico.

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Receber o diagnóstico de HPV pode gerar muitas dúvidas e apreensão. Por isso, compreender as opções de tratamento, o que cada uma busca alcançar e como o acompanhamento funciona, oferece mais segurança à paciente. 

O que exatamente é tratado: o vírus do HPV ou as lesões?

Saber como tratar HPV na mulher levanta uma questão inicial muito importante. A abordagem médica atual não foca na eliminação do vírus do HPV do organismo, pois ainda não existe um medicamento com essa finalidade. Logo, o tratamento tem como alvo as consequências da infecção, ou seja, as lesões que o vírus pode causar.

Na prática, isso significa que o objetivo é diferente para cada tipo de lesão. No caso das verrugas genitais (causadas por tipos de baixo risco), a remoção visa aliviar o desconforto e resolver a questão estética. Já no caso das lesões no colo do útero (causadas por tipos de alto risco), o tratamento é uma forma de prevenção do câncer, pois impede que essas alterações celulares progridam para um quadro mais grave.

Em muitos casos, o próprio sistema imunológico consegue combater e eliminar o vírus espontaneamente ao longo de meses ou anos. Por isso, a conduta médica sempre avalia a necessidade e o momento certo de intervir.

Como as lesões causadas pelo HPV são diagnosticadas?

Na maioria das vezes, a investigação das lesões por HPV começa com o exame preventivo de rotina, o Papanicolau. Este exame coleta células do colo do útero para análise em laboratório e funciona como uma triagem, pois pode identificar alterações sugestivas da presença do vírus, mesmo antes de qualquer sintoma. Com um resultado alterado, o médico ginecologista pode solicitar uma colposcopia para uma análise mais aprofundada.

Nesse sentido, a colposcopia é um exame que utiliza um aparelho com lentes de aumento, semelhante a um microscópio, para visualizar o colo do útero de forma detalhada. Durante o procedimento, o médico aplica líquidos reagentes, como o ácido acético, que ajudam a realçar as áreas onde há células anormais. Se o médico identificar uma lesão suspeita durante a colposcopia, ele realiza uma biópsia no mesmo momento.

A biópsia consiste na retirada de um pequeno fragmento de tecido para análise laboratorial, o que confirma o diagnóstico e o grau da lesão. Com o diagnóstico fechado, o médico pode então discutir os próximos passos e definir a melhor abordagem de tratamento.

Quais são os principais tratamentos para as lesões no colo do útero?

O tratamento para as lesões no colo do útero depende diretamente do grau da alteração celular identificado na biópsia. Para as lesões de baixo grau (NIC 1), a conduta mais comum é o acompanhamento cuidadoso, pois o sistema imunológico consegue regredir a lesão sem a necessidade de intervenção. Esse acompanhamento é feito com exames de Papanicolau e colposcopia em intervalos mais curtos, geralmente a cada seis meses.

Porém, para as lesões de alto grau (NIC 2 e 3), que apresentam um maior risco de evolução para câncer, o médico indica a remoção do tecido alterado. Existem diferentes procedimentos para essa remoção. Métodos destrutivos, como a cauterização (química, com ácidos, ou por calor, na eletrocauterização) e a vaporização a laser, destroem o tecido anormal, que depois é substituído por células saudáveis.

Outra opção é a Cirurgia de Alta Frequência (CAF), também conhecida como LEEP (Loop Electrosurgical Excision Procedure). Nessa técnica, o médico utiliza um instrumento elétrico fino em formato de alça para retirar a área afetada do colo do útero. A grande vantagem da CAF é que o tecido removido pode ser enviado para análise, confirmando a remoção completa da lesão. Ambos os procedimentos são rápidos, seguros e realizados em ambiente ambulatorial ou hospitalar.

E para as verrugas genitais, qual o tratamento indicado?

As verrugas genitais, ou condilomas, são causadas por tipos de HPV de baixo risco e o tratamento visa a remoção das lesões visíveis para aliviar o desconforto e resolver a questão estética. A escolha do método depende da quantidade, do tamanho e da localização das verrugas. O médico ainda considera a preferência da paciente e os recursos disponíveis.

As opções de tratamento se dividem em duas categorias principais. A primeira inclui medicamentos de uso tópico, como cremes e soluções com princípios ativos (como podofilina ou imiquimode). Alguns desses medicamentos são aplicados pela própria paciente em casa, seguindo rigorosamente a orientação médica;  enquanto outros, mais concentrados, são aplicados pelo médico no consultório. Esses produtos costumam causar uma reação inflamatória que destrói as verrugas ao longo de semanas.

A segunda categoria abrange os métodos destrutivos de consultório, que removem as verrugas de forma imediata. A crioterapia utiliza nitrogênio líquido para congelar e destruir as lesões. A eletrocauterização usa um bisturi elétrico para queimar as verrugas. Por fim, a remoção cirúrgica é uma opção para verrugas maiores ou em maior quantidade, na qual o médico remove as lesões com um bisturi convencional. Com o diagnóstico fechado, o oncologista poderá conduzir o tratamento da melhor forma.

Qual a importância do acompanhamento após o tratamento?

O acompanhamento após o tratamento de uma lesão por HPV é uma etapa de grande valor para a saúde da mulher. Como o tratamento remove a lesão, mas não o vírus, que pode permanecer no corpo em estado latente, existe a possibilidade de novas lesões surgirem no futuro. Por essa razão, a vigilância contínua se faz necessária.

Dessa forma, a paciente deve manter suas consultas ginecológicas regulares e realizar o exame de Papanicolau conforme a periodicidade indicada por seu médico. Este monitoramento permite a detecção precoce de qualquer nova alteração, o que possibilita um tratamento rápido e preserva a saúde do colo do útero a longo prazo.

Vale lembrar que a realização dos exames preventivos e o acompanhamento médico regular são as melhores formas de monitorar a saúde e agir de forma precoce diante de qualquer alteração. Converse sempre com seu ginecologista e siga as orientações para cuidar do seu bem-estar.

Referências bibliográficas

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Câncer do Colo do Útero. Rio de Janeiro: INCA, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/colo-do-utero. Acesso em: 25 ago. 2025.

FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA (FEBRASGO). Tratado de Ginecologia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019.

MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil). Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas: Infecções Sexualmente Transmissíveis. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/protocolos-clinicos-e-diretrizes-terapeuticas-pcdt. Acesso em: 25 ago. 2025.