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Colesterol total acima de 200: entenda o que isso significa para sua saúde

Saiba o que significa ter colesterol total acima de 200, quais os riscos associados e quando é necessário buscar orientação médica.

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Você acaba de receber os resultados do seu exame de sangue e se deparou com um número que levanta uma sobrancelha: seu colesterol total está acima de 200 mg/dL. É natural surgir a preocupação e a pergunta: o que isso realmente significa para a sua saúde?

Neste artigo, vamos esclarecer o que é o colesterol, por que esse limite é importante e quais passos você pode tomar para gerenciar seus níveis e proteger seu coração. A informação é o primeiro passo para uma vida mais saudável e preventiva.

O que é o colesterol total e por que 200 mg/dL é um limite?

O colesterol é uma substância gordurosa essencial para o bom funcionamento do nosso organismo. Ele participa da produção de hormônios, vitamina D e dos ácidos biliares, que ajudam na digestão. O corpo humano produz todo o colesterol de que precisa, mas também o absorve dos alimentos que consumimos.

O termo "colesterol total" refere-se à soma de todos os tipos de colesterol presentes no sangue: o Colesterol de Lipoproteína de Baixa Densidade (LDL), o Colesterol de Lipoproteína de Alta Densidade (HDL) e uma fração dos triglicerídeos.

Como o colesterol é medido?

A medição do colesterol é feita por meio de um exame de sangue simples, conhecido como perfil lipídico ou lipidograma. Geralmente, é necessário um jejum de 9 a 12 horas antes da coleta para garantir a precisão dos resultados, especialmente para a análise dos triglicerídeos.

Colesterol "bom" (HDL) e "ruim" (LDL): qual a diferença?

É fundamental entender que nem todo colesterol é prejudicial. O LDL é conhecido como "colesterol ruim" porque, em excesso, ele pode se depositar nas paredes das artérias, formando placas que as estreitam e endurecem. Este processo é chamado de aterosclerose.

Já o HDL é o "colesterol bom", pois ajuda a remover o excesso de colesterol das artérias, transportando-o de volta ao fígado para ser eliminado. Manter os níveis de HDL altos é tão importante quanto manter o LDL baixo.

Quais os valores ideais de colesterol?

Os valores de referência podem variar ligeiramente dependendo do laboratório, mas as diretrizes gerais para adultos são as seguintes:

Tipo de Colesterol

Valores Ideais

Observações

 

Colesterol Total

Menor que 190 mg/dL

Valores acima de 200 mg/dL são considerados elevados.

Colesterol LDL ("ruim")

Menor que 130 mg/dL

Idealmente abaixo de 100 mg/dL para pessoas com risco cardiovascular.

Colesterol HDL ("bom")

Maior que 40 mg/dL (homens) / Maior que 50 mg/dL (mulheres)

Quanto mais alto, melhor.

Triglicerídeos

Menor que 150 mg/dL

Níveis elevados também aumentam o risco cardiovascular.

Colesterol alto tem sintomas?

Uma das maiores preocupações sobre o colesterol alto é que ele geralmente não apresenta sintomas. Por ser uma condição silenciosa, muitas pessoas só descobrem que seus níveis estão elevados durante um exame de rotina ou, pior, após sofrerem um evento cardiovascular grave, como um infarto ou AVC. Daí a importância dos exames preventivos regulares.

Esta característica silenciosa é especialmente preocupante em condições como a hipercolesterolemia familiar, uma condição genética que eleva significativamente o risco de doenças cardíacas. Estima-se que, nos Estados Unidos, cerca de 90% das pessoas com hipercolesterolemia familiar não recebam um diagnóstico, apesar de ser uma condição que aumenta consideravelmente o risco de problemas cardíacos. 

Por que meu colesterol total está acima de 200?

Diversos fatores podem contribuir para que o seu colesterol total ultrapasse o limite de 200 mg/dL. É uma condição multifatorial, o que significa que vários elementos podem estar agindo em conjunto.

Fatores de risco que elevam o colesterol

  • Dieta: Consumo excessivo de gorduras saturadas e trans (presentes em alimentos processados, frituras, carnes gordas) é um dos principais vilões.
  • Sedentarismo: A falta de atividade física regular contribui para a elevação do LDL e a redução do HDL.
  • Obesidade: O excesso de peso está diretamente ligado a níveis mais altos de colesterol ruim e triglicerídeos. Em indivíduos com hipercolesterolemia familiar, por exemplo, o aumento do IMC para níveis de obesidade associa-se a um acréscimo de cerca de 0,5 mmol/L no colesterol LDL e de aproximadamente 1,8 mmol/L nos triglicerídeos, impactando ainda mais a saúde cardiovascular.
  • Tabagismo: Fumar danifica as paredes dos vasos sanguíneos, facilitando o acúmulo de placas de colesterol, além de reduzir o HDL.
  • Diabetes: Pessoas com diabetes tendem a ter níveis mais elevados de LDL e triglicerídeos, e menores de HDL.
  • Hipertensão: A pressão alta, assim como o colesterol, é um fator de risco para doenças cardíacas.
  • Histórico familiar: A predisposição genética desempenha um papel importante. Se seus pais ou avós tiveram colesterol alto ou doenças cardíacas precoces, seu risco pode ser maior.

Colesterol e idade: há relação?

Sim, o risco de ter colesterol alto tende a aumentar com a idade. À medida que envelhecemos, o metabolismo do corpo muda, e a capacidade do fígado de remover o colesterol LDL do sangue pode diminuir. Em mulheres, os níveis de colesterol podem subir após a menopausa, devido à queda dos níveis de estrogênio.

Colesterol acima de 200 em mulheres: o que saber?

Nas mulheres, os níveis de colesterol tendem a ser mais baixos antes da menopausa, graças à proteção hormonal do estrogênio. No entanto, após a menopausa, com a diminuição do estrogênio, os níveis de colesterol LDL tendem a aumentar significativamente, colocando-as em maior risco de doenças cardiovasculares, similarmente aos homens. Por isso, a monitorização é crucial em todas as fases da vida.

Quais os perigos de ter colesterol total acima de 200?

O maior perigo do colesterol total elevado, especialmente quando acompanhado de altos níveis de LDL e baixos de HDL, é o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. A aterosclerose é o principal processo por trás dessas complicações.

A hipercolesterolemia familiar, por exemplo, se não tratada, é particularmente perigosa: um estudo aponta que 1 em cada 2 homens e 1 em cada 6 mulheres com essa condição podem desenvolver doença coronariana fatal antes dos 60 anos de idade. 

Doenças cardiovasculares e aterosclerose

A aterosclerose é o endurecimento e estreitamento das artérias causado pelo acúmulo de placas de gordura. Essas placas, compostas principalmente de colesterol, podem crescer ao longo do tempo, dificultando o fluxo sanguíneo para órgãos vitais como o coração e o cérebro. Este processo silencioso pode levar a condições graves.

Risco de AVC e infarto

Quando uma placa de colesterol se rompe, um coágulo pode se formar sobre ela. Se esse coágulo bloquear completamente uma artéria que irriga o coração, ocorre um infarto do miocárdio. Se o bloqueio acontece em uma artéria que irriga o cérebro, pode levar a um acidente vascular cerebral (AVC). Ambos são emergências médicas com risco de vida ou de sequelas permanentes.

Além dos riscos cardiovasculares, estudos recentes também sugerem que a hipercolesterolemia pode ter outras implicações para a saúde. Em homens, por exemplo, foi observada uma densidade mineral óssea significativamente mais baixa em comparação com indivíduos com níveis normais de colesterol, indicando um possível aumento no risco de osteoporose.

Colesterol total acima de 200: o que fazer para reduzir?

A boa notícia é que, na maioria dos casos, o colesterol total elevado pode ser controlado e reduzido com mudanças no estilo de vida. O acompanhamento médico é essencial para um plano personalizado.

Dieta para controlar o colesterol: o que comer e evitar?

A alimentação é um pilar fundamental no controle do colesterol. Priorize:

  • Alimentos ricos em fibras solúveis: Aveia, cevada, leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico), frutas como maçã e pera, e vegetais folhosos.
  • Gorduras saudáveis: Presentes em abacate, azeite de oliva extra virgem, oleaginosas (nozes, amêndoas), e peixes ricos em ômega-3 (salmão, sardinha, atum).
  • Alimentos integrais: Pães e massas integrais, arroz integral.

Evite:

  • Gorduras saturadas: Carnes vermelhas gordas, laticínios integrais, alimentos fritos.
  • Gorduras trans: Encontradas em alimentos industrializados, como biscoitos, margarinas e produtos de panificação.
  • Açúcares e carboidratos refinados em excesso: Contribuem para o aumento dos triglicerídeos.

A importância da atividade física

A prática regular de exercícios físicos, como caminhada, corrida, natação ou ciclismo, ajuda a aumentar o colesterol HDL (o bom) e a diminuir o colesterol LDL (o ruim) e os triglicerídeos. Busque, ao menos, 150 minutos de atividade aeróbica moderada por semana, sempre com orientação de um profissional de saúde.

Mude seu estilo de vida: controle de peso e estresse

Manter um peso saudável é crucial para o controle do colesterol. A perda de peso, mesmo que moderada, pode ter um impacto significativo nos seus níveis lipídicos. Além disso, o gerenciamento do estresse e uma boa qualidade de sono também são importantes, pois o estresse crônico pode influenciar negativamente o perfil lipídico.

O papel da medicação

Em alguns casos, especialmente quando as mudanças no estilo de vida não são suficientes ou quando o risco cardiovascular é muito alto, o médico pode prescrever medicamentos para baixar o colesterol. As estatinas são os medicamentos mais comuns para essa finalidade. É fundamental que qualquer tratamento medicamentoso seja sempre indicado e monitorado por um profissional de saúde, que avaliará a necessidade e a dose adequada para cada paciente. Para pacientes com hipercolesterolemia familiar, por exemplo, a meta de tratamento é reduzir o colesterol LDL para menos de 2,6 mmol/l ou obter uma redução de pelo menos 50% nos níveis de colesterol LDL.

Quando procurar um médico?

Se você tem mais de 20 anos, é importante realizar exames de colesterol a cada cinco anos, ou com maior frequência se houver fatores de risco (histórico familiar de doenças cardíacas precoces, diabetes, hipertensão, obesidade, tabagismo). Se seus resultados já indicam colesterol total acima de 200 mg/dL, ou se você tem dúvidas sobre sua saúde cardiovascular, procure um médico imediatamente. Um cardiologista ou clínico geral poderá avaliar seu caso, solicitar exames adicionais e indicar o melhor plano de tratamento.

Acompanhamento contínuo: a chave para uma vida saudável

Ter o colesterol total acima de 200 mg/dL é um sinal de alerta, mas não é uma sentença. Com as informações corretas e o apoio de profissionais de saúde, é totalmente possível gerenciar essa condição e viver uma vida plena e saudável. Lembre-se que a prevenção e o acompanhamento contínuo são seus maiores aliados na proteção da sua saúde cardiovascular.

[BOTÃO DE AGENDAR CONSULTA]

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista do Ministério da Saúde.

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