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Chances de cura do câncer de próstata: fatores e a importância do diagnóstico precoce

Com o avanço da medicina, as perspectivas para o câncer de próstata são cada vez mais otimistas, especialmente com a detecção em fases iniciais.

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Aquele momento de incerteza após um resultado de exame ou uma conversa médica sobre o câncer de próstata pode ser assustador. Uma das primeiras perguntas na mente de qualquer homem ou sua família é: "Será que tem cura?". É fundamental saber que, para o câncer de próstata, a perspectiva de cura é, na maioria dos casos, bastante positiva, especialmente quando a doença é identificada cedo.

É importante notar que o câncer de próstata é o tipo de câncer mais comum entre os homens. Infelizmente, estima-se que mais de 16.300 homens venham a óbito anualmente devido a essa doença. Isso ressalta a urgência de aprimorar o diagnóstico e desenvolver novas terapias para combater o câncer de próstata.

O câncer de próstata tem cura? Uma perspectiva otimista

Sim, o câncer de próstata tem cura e, em muitos casos, com altas taxas de sucesso. Dados de diversas instituições de saúde indicam que, quando diagnosticado na fase inicial – ou seja, restrito à próstata – as chances de cura podem chegar a 90% ou até 95%. 

Em estágios iniciais, a taxa de sobrevida em 5 anos pode ser superior a 99%, destacando a importância da detecção precoce. Essa estatística otimista reflete os avanços na detecção e nos métodos de tratamento disponíveis atualmente.

Por que o diagnóstico precoce é decisivo?

A chave para as elevadas chances de cura reside na detecção precoce. Quando o tumor é identificado em um estágio inicial, antes que se espalhe para outras partes do corpo, ele geralmente é pequeno e localizado. 

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado aumentam significativamente as chances de cura do câncer de próstata, pois permitem intervenções antes que a doença avance. Isso permite que os tratamentos sejam mais eficazes, e em alguns casos, menos invasivos, com menor impacto na qualidade de vida do paciente.

É importante ressaltar que o diagnóstico precoce não só melhora o prognóstico e os resultados, como também pode reduzir custos e possíveis danos aos pacientes. No entanto, o atraso no diagnóstico ainda é comum em diversas partes do mundo, principalmente em países de baixa e média renda, o que reforça a necessidade de conscientização e acesso aos exames.

É por isso que a conscientização e a realização de exames de rotina são tão importantes para a saúde masculina.

Quais fatores influenciam as chances de cura do câncer de próstata?

As chances de cura do câncer de próstata não dependem de um único fator, mas de uma combinação de elementos que os médicos avaliam para determinar o plano de tratamento mais adequado e o prognóstico. Compreender esses fatores é essencial para entender a jornada do tratamento.

Estágio da doença: Localizado, regional ou avançado?

O estágio da doença é o principal indicador do prognóstico. Tumores localizados, que estão restritos à próstata, apresentam as maiores chances de cura. 

Quando o câncer se dissemina para tecidos próximos ou gânglios linfáticos (estágio regional), as chances de cura diminuem, mas ainda são consideráveis. Já no estágio avançado, onde o câncer se espalhou para órgãos distantes (metástase), o foco do tratamento muda para o controle da doença e melhora da qualidade de vida, sendo a cura completa mais rara.

Grau de agressividade do tumor (escore de Gleason)

O escore de Gleason é um sistema de classificação que avalia a agressividade das células cancerígenas detectadas na biópsia. Um escore baixo (por exemplo, 6) indica um tumor menos agressivo e de crescimento lento, associado a um melhor prognóstico. 

Por outro lado, escores mais altos (por exemplo, 8, 9 ou 10) sugerem um tumor mais agressivo, que tende a crescer e se espalhar mais rapidamente, exigindo tratamentos mais intensivos.

Nível do PSA e outros biomarcadores

O Antígeno Prostático Específico (PSA) é uma proteína produzida pela próstata, e seus níveis no sangue podem indicar alterações na glândula, incluindo a presença de câncer. 

Níveis de PSA mais baixos geralmente estão associados a tumores menos extensos e com melhores perspectivas. Além do PSA, outros biomarcadores e exames de imagem complementares são utilizados para uma avaliação mais precisa da doença.

Para melhorar a precisão do diagnóstico precoce, testes de sangue e urina podem ser utilizados em conjunto com o exame de PSA. A combinação desses métodos auxilia na detecção mais assertiva do câncer de próstata, indo além do PSA isolado e otimizando a avaliação da doença.

Idade e saúde geral do paciente

A idade do paciente no momento do diagnóstico e sua condição geral de saúde (presença de outras doenças, como diabetes ou problemas cardíacos) também são fatores relevantes. Pacientes mais jovens e com boa saúde tendem a tolerar melhor os tratamentos e podem ter acesso a opções terapêuticas mais agressivas, o que impacta positivamente nas chances de cura.

Quais os tratamentos e como eles impactam a cura?

O tratamento do câncer de próstata é individualizado, considerando o estágio da doença, a agressividade do tumor, a idade e as condições de saúde do paciente. A escolha da terapia é fundamental para maximizar as chances de cura e preservar a qualidade de vida.

Opções terapêuticas para cada estágio

  • Cirurgia (prostatectomia radical): Consiste na remoção cirúrgica da próstata e, em alguns casos, dos gânglios linfáticos próximos. É uma das principais opções para o câncer localizado e oferece altas taxas de cura.
  • Radioterapia: Utiliza radiação para destruir as células cancerígenas. Pode ser externa (feixes de radiação direcionados à próstata) ou interna (braquiterapia, com sementes radioativas implantadas na próstata). É eficaz para câncer localizado ou regional.
  • Hormonioterapia: Reduz os níveis de hormônios masculinos (testosterona), que estimulam o crescimento do câncer de próstata. Utilizada em casos avançados, em conjunto com outros tratamentos ou quando a cirurgia/radioterapia não são indicadas.
  • Quimioterapia: Emprega medicamentos para destruir células cancerígenas em todo o corpo. Geralmente reservada para casos avançados ou que não respondem a outras terapias.

Vigilância ativa: Uma alternativa para casos de baixo risco

Para homens com câncer de próstata de muito baixo risco, ou seja, tumores pequenos e pouco agressivos, a vigilância ativa pode ser uma opção. 

Nesse cenário, o paciente é monitorado de perto com exames regulares (PSA, toque retal, biópsias) e o tratamento só é iniciado se houver sinais de progressão da doença. Essa abordagem evita tratamentos desnecessários e seus potenciais efeitos colaterais em casos que podem nunca se tornar clinicamente significativos.

Câncer de próstata avançado ou metastático tem cura?

Quando o câncer de próstata se espalha para outros órgãos (metástase), a cura completa se torna mais desafiadora. É importante notar que, embora o diagnóstico precoce aumente as chances de cura, a taxa de sobrevida em cinco anos diminui significativamente em pacientes com metástases. 

No entanto, é crucial entender que mesmo nesses estágios, a doença pode ser controlada por muitos anos. Os tratamentos disponíveis, como a hormonioterapia, quimioterapia e novas terapias-alvo, visam desacelerar o avanço do câncer, aliviar os sintomas e melhorar significativamente a qualidade e a expectativa de vida do paciente.

O objetivo principal, nestes casos, é transformar o câncer em uma doença crônica controlável, permitindo que o paciente mantenha uma vida ativa e com bem-estar.

E se houver recidiva: o câncer de próstata pode voltar a ter cura?

A recidiva (reaparecimento do câncer após o tratamento inicial) é uma preocupação legítima. No entanto, mesmo em casos de recidiva, a cura ainda é possível, dependendo do local e da extensão do retorno da doença. 

Se a recidiva for localizada (por exemplo, apenas na próstata ou em áreas próximas), tratamentos como radioterapia de resgate ou cirurgia podem ser eficazes em eliminar as células cancerígenas.

A detecção precoce da recidiva, através do acompanhamento rigoroso do PSA, é vital para aumentar as chances de sucesso do tratamento secundário.

Como aumentar as chances de cura e prevenir a doença?

A prevenção e a detecção precoce são as estratégias mais poderosas para combater o câncer de próstata e aumentar as chances de um desfecho positivo.

O papel dos exames preventivos (PSA e toque retal)

A realização regular dos exames de rastreamento é fundamental. A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que homens a partir dos 50 anos, ou 45 anos para aqueles com histórico familiar de câncer de próstata ou de etnia negra (considerados de maior risco), procurem um urologista anualmente. 

Os exames incluem o exame de sangue para dosagem do PSA e o toque retal. Juntos, eles fornecem informações valiosas para identificar a doença em seus estágios iniciais, quando as chances de cura são maiores.

Estilo de vida saudável e hábitos preventivos

Adotar um estilo de vida saudável pode reduzir o risco de desenvolver câncer de próstata e, de forma geral, contribuir para um prognóstico melhor caso a doença se manifeste. Algumas medidas importantes incluem:

  • Alimentação equilibrada: Rica em frutas, vegetais, grãos integrais e baixa em gorduras saturadas e carnes vermelhas processadas.
  • Atividade física regular: Manter-se ativo ajuda no controle do peso e na saúde geral.
  • Manutenção do peso saudável: A obesidade é um fator de risco para diversas doenças, incluindo alguns tipos de câncer.
  • Evitar tabagismo e consumo excessivo de álcool: Hábitos que comprovadamente aumentam o risco de câncer.

Qual a importância do acompanhamento médico contínuo?

O diagnóstico e tratamento do câncer de próstata exigem uma abordagem multidisciplinar e um acompanhamento médico contínuo. Desde o rastreamento preventivo até o pós-tratamento, o urologista é o profissional-chave. 

Ele é responsável por solicitar os exames, interpretar os resultados, definir o melhor plano terapêutico e monitorar o paciente para garantir a eficácia do tratamento e a detecção precoce de qualquer recidiva. O diálogo aberto com o médico e a adesão às recomendações são cruciais para o sucesso da jornada de cura.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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