Revisado em: 09/09/2025
Resuma este artigo com IA:
Uma ferida que não cicatriza ou um dente que amolece sem motivo aparente pode gerar grande preocupação. Saiba diferenciar os mitos.
Uma pequena ferida perto da gengiva que insiste em não cicatrizar. Ou talvez um dente que, de repente, parece um pouco frouxo, sem ter sofrido nenhum trauma. Essas situações podem gerar uma dúvida imediata e assustadora: será que é possível ter câncer no dente?
A preocupação é compreensível, mas é fundamental esclarecer os fatos para direcionar a atenção aos cuidados corretos. Entender os verdadeiros sinais de alerta é o primeiro passo para proteger sua saúde bucal e geral.
De forma direta, o câncer não se desenvolve na estrutura do dente em si, como no esmalte ou na dentina. Esses tecidos não possuem as células que sofrem as mutações que dão origem a tumores malignos. Portanto, a expressão "câncer no dente" é popular, mas tecnicamente incorreta.
O que ocorre é o desenvolvimento do câncer de boca ou câncer da cavidade oral. Esse tipo de tumor pode afetar qualquer uma das estruturas moles ou ósseas que circundam os dentes, como:
Quando um tumor cresce nessas áreas, ele pode afetar os dentes de forma secundária, causando dor, mobilidade ou até mesmo a perda dentária. Por isso, a sensação pode ser a de um problema "no dente", quando na verdade a origem está nos tecidos de suporte.
O tipo mais comum de câncer que afeta a boca é o carcinoma de células escamosas. Conhecer o estágio desse câncer é crucial para determinar o tratamento mais adequado.
O câncer de boca muitas vezes se manifesta de forma silenciosa em seus estágios iniciais. Isso ocorre porque as lesões que precedem o câncer, incluindo as que afetam a gengiva, frequentemente não causam dor ou outros sintomas claros. Por não apresentar sinais evidentes, muitas vezes é confundido com problemas mais simples.
Essa falta de sintomas no início leva a diagnósticos tardios, o que pode reduzir drasticamente as chances de sobrevivência.
Se detectado precocemente, a taxa de sucesso do tratamento pode ultrapassar 80%, mas, infelizmente, muitos casos são identificados apenas em fases avançadas. Por isso, a auto-observação e as visitas regulares ao dentista são essenciais, e é crucial ficar atento a qualquer mudança que persista por mais de duas semanas.
Os sintomas mais comuns que devem motivar uma avaliação profissional incluem:
Um tumor que cresce na gengiva ou no osso maxilar pode se manifestar por meio de sinais diretamente ligados à dentição. É fundamental procurar um dentista se você notar:
A maioria dos casos de câncer de boca está associada a fatores de risco bem estabelecidos. Conhecê-los é o principal caminho para a prevenção. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), os principais fatores são:
O diagnóstico do câncer de boca começa com um exame clínico detalhado feito por um cirurgião-dentista ou médico. Durante a consulta, o profissional examinará visualmente e por palpação toda a cavidade oral, incluindo lábios, bochechas, língua, gengivas e pescoço, em busca de qualquer anormalidade.
Se uma lesão suspeita for encontrada, o próximo passo é a biópsia. Nesse procedimento, um pequeno fragmento do tecido é removido e enviado para análise laboratorial (exame anatomopatológico), que confirmará ou descartará a presença de células cancerígenas.
Assim, a visita semestral ou anual ao dentista não serve apenas para tratar cáries e fazer limpezas. Ela é uma ferramenta poderosa para a detecção precoce do câncer de boca, especialmente porque muitas lesões que precedem a doença são assintomáticas e podem ser identificadas por esses profissionais. A detecção precoce é crucial para prevenir a progressão do câncer, quando as chances de cura são significativamente maiores.
O tratamento do câncer de boca depende de fatores como a localização do tumor, o estágio da doença e a saúde geral do paciente. Geralmente, envolve uma equipe multidisciplinar com cirurgião de cabeça e pescoço, oncologista clínico, radioterapeuta, dentista, fonoaudiólogo e nutricionista.
As principais modalidades de tratamento são:
Sim, a prevenção é a melhor estratégia. Adotar hábitos saudáveis reduz drasticamente o risco de desenvolver a doença. As principais medidas preventivas são:
Qualquer alteração na sua boca deve ser levada a sério. Não ignore um sinal por parecer pequeno ou inofensivo. A detecção precoce é a chave para um tratamento bem-sucedido e a preservação da sua qualidade de vida.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
KLONGNOI, B. et al. Histopathological and risk factor analyses of oral potentially malignant disorders and oral cancer in a proactive screening in northeastern Thailand. BMC Oral Health, dez. 2022. Disponível em: https://bmcoralhealth.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12903-022-02646-9. Acesso: 09 set. 2025.
LIU, H. et al. Current status, opportunities, and challenges of exosomes in oral cancer diagnosis and treatment. International Journal of Nanomedicine, [S. l.], p. 4023–4040, jun. 2022. Disponível em: https://www.dovepress.com/current-status-opportunities-and-challenges-of-exosomes-in-oral-cancer-peer-reviewed-fulltext-article-IJN. Acesso: 09 set. 2025.
SARASWAT, N. et al. Knowledge, attitudes and practices of general medical practitioners in developed countries regarding oral cancer: an integrative review. Family Practice, Apr. 2020. Disponível em: https://academic.oup.com/fampra/article/37/5/592/5816759. Acesso: 09 set. 2025.
SIQUARA DA ROCHA, L. D. O. et al. Exploring beyond common cell death pathways in oral cancer: a systematic review. Biology, Basel, fev. 2024. Disponível em: https://www.mdpi.com/2079-7737/13/2/103. Acesso: 09 set. 2025.
WARNAKULASURIYA, S.; KERR, A. R. Oral cancer screening: past, present, and future. Journal of Dental Research, maio 2021. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/00220345211014795. Acesso: 09 set. 2025.
POPULARES EM SAÚDE BUCAL
Os conteúdos mais buscados sobre Saúde bucal
Fumar depois de tirar o siso é um dos principais fatores de risco para complicações no pós-operatório, como a alveolite seca.
Leia maisSente dor ou um dente amolecido e teme ser algo grave? Entenda os sinais do câncer de boca e saiba quando procurar um médico. Continue lendo.
Leia maisTenha uma boa recuperação após tirar o siso: saiba quando retomar a mastigação e cuidados essenciais para evitar complicações.
Leia mais