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Câncer de pele no nariz: como identificar e agir

Como identificar os sinais do câncer de pele no nariz e por que o diagnóstico precoce faz toda a diferença.

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Uma feridinha que não cicatriza, uma mancha que muda de cor ou uma casquinha recorrente bem no dorso do nariz são sinais pequenos, mas que merecem atenção. O câncer de pele no nariz é mais comum do que parece, principalmente em pessoas com exposição solar frequente ao longo da vida. E como essa região é sempre visível, qualquer alteração pode ser percebida cedo, se estivermos atentos.

Por afetar o rosto, o diagnóstico muitas vezes vem acompanhado de preocupação estética, medo da cirurgia ou receio de uma cicatriz. Mas quanto antes a lesão for identificada, mais simples tende a ser o tratamento e melhores os resultados, inclusive do ponto de vista funcional e visual.

Neste conteúdo, você vai entender como identificar os primeiros sinais de câncer de pele no nariz, quais tipos são mais frequentes nessa região e quando procurar ajuda médica. Porque observar a própria pele também é uma forma de cuidado.

Você já parou para observar aquela pequena mancha ou ferida no nariz que insiste em não sumir? Em um país tropical como o Brasil, onde a exposição solar é constante, a saúde da nossa pele merece atenção redobrada. 

O nariz, uma das áreas mais expostas ao sol, é um local comum para o desenvolvimento de câncer de pele. Reconhecer os sinais precocemente é o primeiro passo para um diagnóstico e tratamento eficazes.

Por que o nariz é uma área de risco para o câncer de pele?

O nariz, por sua posição proeminente no rosto, está continuamente exposto à radiação ultravioleta (UV) do sol. Essa exposição crônica é o principal fator de risco para o desenvolvimento da maioria dos cânceres de pele. 

Diferentemente de outras partes do corpo que podem ser facilmente cobertas, o nariz raramente fica protegido, aumentando sua vulnerabilidade.

Além da exposição solar, fatores como histórico familiar de câncer de pele, pele clara, presença de muitas pintas e idade avançada também contribuem para o risco. Pessoas que já tiveram queimaduras solares severas na infância ou adolescência apresentam um risco ainda maior.

Quais os principais tipos de câncer de pele que afetam o nariz?

Os três tipos mais comuns de câncer de pele que podem surgir no nariz são o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma. Conhecer suas características é essencial para a identificação precoce.

O que é carcinoma basocelular?

O carcinoma basocelular (CBC) é o tipo mais frequente de câncer de pele, representando cerca de 80% dos casos. Geralmente, ele cresce lentamente e raramente se espalha para outras partes do corpo. No nariz, o CBC pode se manifestar de diversas formas:

  • Uma ferida que não cicatriza e pode sangrar facilmente.
  • Uma pápula perolada ou brilhante, que pode parecer uma pequena espinha ou caroço.
  • Uma lesão avermelhada, elevada e escamosa.
  • Uma área de pele com aspecto cicatricial, esbranquiçada ou amarelada.

É importante observar que, muitas vezes, o carcinoma basocelular pode ser confundido com outras lesões benignas da pele.

O que é carcinoma espinocelular?

O carcinoma espinocelular (CEC) é o segundo tipo mais comum de câncer de pele. Ele tem um potencial um pouco maior de se espalhar do que o basocelular, especialmente se não for tratado precocemente. No nariz, o CEC pode apresentar-se como:

  • Uma mancha avermelhada, escamosa e endurecida.
  • Uma ferida que não cicatriza e que pode ter crostas ou sangrar.
  • Um nódulo de crescimento rápido, frequentemente com uma depressão central.

Este tipo de câncer de pele está fortemente associado à exposição solar cumulativa ao longo da vida.

O que é melanoma?

Embora seja o tipo menos comum de câncer de pele, o melanoma é o mais agressivo devido ao seu alto potencial de metástase (espalhamento para outros órgãos). A identificação precoce é vital para o sucesso do tratamento. 

No nariz, o melanoma pode surgir como:

  • Uma pinta preta ou marrom com características incomuns.
  • Uma lesão nova ou existente que muda de tamanho, forma ou cor rapidamente.
  • Uma lesão com bordas irregulares, assimetria e múltiplas cores.

A regra ABCDE (Assimetria, Bordas irregulares, Cores variadas, Diâmetro e Evolução) é uma ferramenta crucial para ajudar a identificar lesões suspeitas de melanoma, mesmo no nariz.

Quais os sinais e sintomas do câncer de pele no nariz?

A observação atenta da sua pele, principalmente no nariz, pode ser decisiva. Preste atenção aos seguintes sinais e sintomas:

Feridas que não cicatrizam são um alerta importante

Uma ferida, espinha ou caroço no nariz que não melhora ou cicatriza dentro de quatro semanas é um sinal de alerta que exige atenção médica. Muitas vezes, essa lesão pode sangrar, formar crostas e depois reaparecer.

Manchas e pintas com mudanças: a regra ABCDE

A regra ABCDE é fundamental para monitorar pintas e manchas, mesmo no nariz:

  • Assimetria: Uma metade da lesão não é igual à outra.
  • Bordas irregulares: Contorno picotado ou borrado.
  • Cores variadas: Presença de diferentes tons de marrom, preto, azul, vermelho ou branco na mesma lesão.
  • Diâmetro: Geralmente, lesões maiores que 6 milímetros (o tamanho de uma borracha de lápis) são mais preocupantes.
  • Evolução: Qualquer mudança no tamanho, forma, cor ou elevação de uma pinta ou lesão existente. Também se a lesão começar a coçar ou sangrar.

Lesões que sangram ou coçam

Qualquer lesão no nariz que, sem motivo aparente, começa a sangrar ou coçar persistentemente deve ser avaliada por um médico. Embora nem todo sangramento ou coceira indique câncer, são sinais que justificam uma investigação.

Nódulos e caroços persistentes

Aparecimento de nódulos, caroços ou crescimentos na pele do nariz que são firmes ao toque, podem ser perolados, avermelhados ou da cor da pele, e que persistem por semanas ou meses, também são indicativos de que algo não está certo.

Como fazer o autoexame para identificar lesões suspeitas?

O autoexame regular da pele é uma prática simples e eficaz para detectar precocemente alterações. Dedique alguns minutos, uma vez por mês, para examinar todo o seu corpo, incluindo o nariz:

  1. Em frente a um espelho, examine seu rosto, incluindo o nariz, orelhas, lábios e couro cabeludo. Use um espelho de mão para áreas de difícil visualização.
  2. Observe a simetria do nariz e procure por qualquer mancha, pinta, ferida ou caroço que pareça diferente ou incomum.
  3. Preste atenção especial a qualquer lesão que se encaixe nos critérios da regra ABCDE ou que esteja crescendo, mudando de cor ou coçando/sangrando.
  4. Se você usa óculos, retire-os para examinar a área que fica coberta.

Peça a um familiar ou amigo para ajudar a examinar áreas de difícil acesso, como a nuca ou o couro cabeludo.

Quando procurar um médico especialista?

Não hesite em procurar um dermatologista ou um médico especialista se você notar qualquer um dos sinais mencionados. A detecção precoce é o fator mais importante para um tratamento bem-sucedido do câncer de pele.

Enquanto o autoexame é uma ferramenta valiosa, a avaliação por um dermatologista, que utiliza ferramentas como o dermatoscópio, é crucial. A dermatoscopia, quando combinada com a inspeção visual, demonstrou ser mais eficaz na detecção de cânceres de pele.

Por exemplo, em cada 1000 lesões suspeitas, ela pode identificar 24 carcinomas basocelulares (BCC) a mais do que o exame visual isolado, aumentando a chance de diagnóstico precoce (The Cochrane Database of Systematic Reviews).

Da mesma forma, a dermatoscopia auxilia na detecção de melanomas, encontrando 19 casos adicionais a cada 1000 lesões suspeitas comparada à inspeção visual isolada, o que ajuda a evitar diagnósticos perdidos (The Cochrane Database of Systematic Reviews).

O médico poderá realizar uma avaliação completa e, se necessário, solicitar exames adicionais.

Procure um médico se:

  • Uma ferida ou lesão no nariz não cicatrizar em quatro semanas.
  • Você identificar uma nova pinta ou mancha com características incomuns.
  • Uma pinta ou lesão existente no nariz mudar de tamanho, forma, cor ou começar a coçar, sangrar ou doer.
  • Houver qualquer área do nariz que pareça suspeita ou incomum para você.

O diagnóstico e tratamento do câncer de pele no nariz

Após a avaliação clínica, o médico poderá realizar uma biópsia da lesão suspeita. A biópsia consiste na remoção de uma pequena amostra de tecido para análise em laboratório, confirmando ou descartando a presença de células cancerígenas.

Além da biópsia, o diagnóstico pode ser auxiliado por tecnologias avançadas. A teledermatologia, por exemplo, que permite a avaliação à distância com imagens ampliadas, mostrou-se uma ferramenta eficaz para triagem inicial de câncer de pele maligno, com uma falha de identificação em menos de 7% dos casos, conforme estudos publicados no The Cochrane Database of Systematic Reviews. No entanto, é fundamental que essas ferramentas sejam complementadas pela expertise médica.

É importante notar que mesmo com o avanço tecnológico, a avaliação médica presencial continua sendo insubstituível. Por exemplo, sistemas de diagnóstico assistido por computador (Derm-CAD) podem apresentar uma taxa de 3% de falsos negativos para melanoma. 

Similarmente, a microscopia confocal de reflectância (RCM) pode não detectar 3% dos carcinomas basocelulares (BCC), mesmo quando presentes, segundo pesquisas. Isso reforça a importância da análise completa e precisa de lesões suspeitas por um dermatologista.

Se o diagnóstico de câncer de pele for confirmado, as opções de tratamento variam conforme o tipo, o estágio e a localização da lesão. A cirurgia é o tratamento mais comum, visando a remoção completa do tumor.

Em casos específicos, outras terapias como radioterapia, quimioterapia tópica ou terapia fotodinâmica podem ser indicadas. É fundamental seguir as orientações do seu médico para um plano de tratamento adequado.

É possível prevenir o câncer de pele no nariz?

A prevenção é a melhor forma de combater o câncer de pele. Adote as seguintes medidas de proteção solar:

  • Use protetor solar com fator de proteção solar (FPS) 30 ou superior diariamente, reaplicando a cada duas horas ou após suor excessivo e contato com água.
  • Procure a sombra, especialmente entre 10h e 16h, quando a radiação UV é mais intensa.
  • Use chapéus de aba larga e óculos de sol com proteção UV.
  • Evite câmaras de bronzeamento artificial.

Proteger o nariz e toda a pele é um investimento na sua saúde a longo prazo.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista do Ministério da Saúde.

Bibliografia

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