14/08/2025
Revisado em: 14/08/2025
Como identificar os sinais do câncer de pele no nariz e por que o diagnóstico precoce faz toda a diferença.
Uma feridinha que não cicatriza, uma mancha que muda de cor ou uma casquinha recorrente bem no dorso do nariz são sinais pequenos, mas que merecem atenção. O câncer de pele no nariz é mais comum do que parece, principalmente em pessoas com exposição solar frequente ao longo da vida. E como essa região é sempre visível, qualquer alteração pode ser percebida cedo, se estivermos atentos.
Por afetar o rosto, o diagnóstico muitas vezes vem acompanhado de preocupação estética, medo da cirurgia ou receio de uma cicatriz. Mas quanto antes a lesão for identificada, mais simples tende a ser o tratamento e melhores os resultados, inclusive do ponto de vista funcional e visual.
Neste conteúdo, você vai entender como identificar os primeiros sinais de câncer de pele no nariz, quais tipos são mais frequentes nessa região e quando procurar ajuda médica. Porque observar a própria pele também é uma forma de cuidado.
Você já parou para observar aquela pequena mancha ou ferida no nariz que insiste em não sumir? Em um país tropical como o Brasil, onde a exposição solar é constante, a saúde da nossa pele merece atenção redobrada.
O nariz, uma das áreas mais expostas ao sol, é um local comum para o desenvolvimento de câncer de pele. Reconhecer os sinais precocemente é o primeiro passo para um diagnóstico e tratamento eficazes.
O nariz, por sua posição proeminente no rosto, está continuamente exposto à radiação ultravioleta (UV) do sol. Essa exposição crônica é o principal fator de risco para o desenvolvimento da maioria dos cânceres de pele.
Diferentemente de outras partes do corpo que podem ser facilmente cobertas, o nariz raramente fica protegido, aumentando sua vulnerabilidade.
Além da exposição solar, fatores como histórico familiar de câncer de pele, pele clara, presença de muitas pintas e idade avançada também contribuem para o risco. Pessoas que já tiveram queimaduras solares severas na infância ou adolescência apresentam um risco ainda maior.
Os três tipos mais comuns de câncer de pele que podem surgir no nariz são o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma. Conhecer suas características é essencial para a identificação precoce.
O carcinoma basocelular (CBC) é o tipo mais frequente de câncer de pele, representando cerca de 80% dos casos. Geralmente, ele cresce lentamente e raramente se espalha para outras partes do corpo. No nariz, o CBC pode se manifestar de diversas formas:
É importante observar que, muitas vezes, o carcinoma basocelular pode ser confundido com outras lesões benignas da pele.
O carcinoma espinocelular (CEC) é o segundo tipo mais comum de câncer de pele. Ele tem um potencial um pouco maior de se espalhar do que o basocelular, especialmente se não for tratado precocemente. No nariz, o CEC pode apresentar-se como:
Este tipo de câncer de pele está fortemente associado à exposição solar cumulativa ao longo da vida.
Embora seja o tipo menos comum de câncer de pele, o melanoma é o mais agressivo devido ao seu alto potencial de metástase (espalhamento para outros órgãos). A identificação precoce é vital para o sucesso do tratamento.
No nariz, o melanoma pode surgir como:
A regra ABCDE (Assimetria, Bordas irregulares, Cores variadas, Diâmetro e Evolução) é uma ferramenta crucial para ajudar a identificar lesões suspeitas de melanoma, mesmo no nariz.
A observação atenta da sua pele, principalmente no nariz, pode ser decisiva. Preste atenção aos seguintes sinais e sintomas:
Uma ferida, espinha ou caroço no nariz que não melhora ou cicatriza dentro de quatro semanas é um sinal de alerta que exige atenção médica. Muitas vezes, essa lesão pode sangrar, formar crostas e depois reaparecer.
A regra ABCDE é fundamental para monitorar pintas e manchas, mesmo no nariz:
Qualquer lesão no nariz que, sem motivo aparente, começa a sangrar ou coçar persistentemente deve ser avaliada por um médico. Embora nem todo sangramento ou coceira indique câncer, são sinais que justificam uma investigação.
Aparecimento de nódulos, caroços ou crescimentos na pele do nariz que são firmes ao toque, podem ser perolados, avermelhados ou da cor da pele, e que persistem por semanas ou meses, também são indicativos de que algo não está certo.
O autoexame regular da pele é uma prática simples e eficaz para detectar precocemente alterações. Dedique alguns minutos, uma vez por mês, para examinar todo o seu corpo, incluindo o nariz:
Peça a um familiar ou amigo para ajudar a examinar áreas de difícil acesso, como a nuca ou o couro cabeludo.
Não hesite em procurar um dermatologista ou um médico especialista se você notar qualquer um dos sinais mencionados. A detecção precoce é o fator mais importante para um tratamento bem-sucedido do câncer de pele.
Enquanto o autoexame é uma ferramenta valiosa, a avaliação por um dermatologista, que utiliza ferramentas como o dermatoscópio, é crucial. A dermatoscopia, quando combinada com a inspeção visual, demonstrou ser mais eficaz na detecção de cânceres de pele.
Por exemplo, em cada 1000 lesões suspeitas, ela pode identificar 24 carcinomas basocelulares (BCC) a mais do que o exame visual isolado, aumentando a chance de diagnóstico precoce (The Cochrane Database of Systematic Reviews).
Da mesma forma, a dermatoscopia auxilia na detecção de melanomas, encontrando 19 casos adicionais a cada 1000 lesões suspeitas comparada à inspeção visual isolada, o que ajuda a evitar diagnósticos perdidos (The Cochrane Database of Systematic Reviews).
O médico poderá realizar uma avaliação completa e, se necessário, solicitar exames adicionais.
Procure um médico se:
Após a avaliação clínica, o médico poderá realizar uma biópsia da lesão suspeita. A biópsia consiste na remoção de uma pequena amostra de tecido para análise em laboratório, confirmando ou descartando a presença de células cancerígenas.
Além da biópsia, o diagnóstico pode ser auxiliado por tecnologias avançadas. A teledermatologia, por exemplo, que permite a avaliação à distância com imagens ampliadas, mostrou-se uma ferramenta eficaz para triagem inicial de câncer de pele maligno, com uma falha de identificação em menos de 7% dos casos, conforme estudos publicados no The Cochrane Database of Systematic Reviews. No entanto, é fundamental que essas ferramentas sejam complementadas pela expertise médica.
É importante notar que mesmo com o avanço tecnológico, a avaliação médica presencial continua sendo insubstituível. Por exemplo, sistemas de diagnóstico assistido por computador (Derm-CAD) podem apresentar uma taxa de 3% de falsos negativos para melanoma.
Similarmente, a microscopia confocal de reflectância (RCM) pode não detectar 3% dos carcinomas basocelulares (BCC), mesmo quando presentes, segundo pesquisas. Isso reforça a importância da análise completa e precisa de lesões suspeitas por um dermatologista.
Se o diagnóstico de câncer de pele for confirmado, as opções de tratamento variam conforme o tipo, o estágio e a localização da lesão. A cirurgia é o tratamento mais comum, visando a remoção completa do tumor.
Em casos específicos, outras terapias como radioterapia, quimioterapia tópica ou terapia fotodinâmica podem ser indicadas. É fundamental seguir as orientações do seu médico para um plano de tratamento adequado.
A prevenção é a melhor forma de combater o câncer de pele. Adote as seguintes medidas de proteção solar:
Proteger o nariz e toda a pele é um investimento na sua saúde a longo prazo.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista do Ministério da Saúde.
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