Qual o batimento cardíaco máximo para gestante? Conheça as recomendações

O coração acelera na gravidez por um bom motivo. Saiba como monitorar sua frequência e manter a segurança no exercício físico.

A prática de exercício físico na gravidez é extremamente benéfica, ajudando a prevenir doenças como diabetes gestacional e hipertensão. No entanto, o cuidado com a saúde do coração é fundamental.

Muitas futuras mamães se perguntam: "Qual é o meu limite de batimento cardíaco durante o treino?". A resposta não é um número simples, mas sim um conjunto de orientações médicas. Saiba mais a seguir e conheça as principais recomendações atuais para que você se exercite de forma segura e tranquila.

Afinal, existe um batimento cardíaco máximo para gestante?

Os especialistas entendem que o limite de segurança da frequência cardíaca varia muito de uma gestante para a outra, dependendo de fatores como condicionamento físico antes da gestação, idade e condições pré-existentes de saúde.

Entidades como o American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) e a Sociedade Brasileira de Cardiologia priorizam métodos de monitoramento cardíaco práticos e individualizados, como:

• Frequência cardíaca alvo (referência): embora não seja o único método, ainda pode ser usada como referência. 
• Em geral, recomenda-se que gestantes atinjam uma intensidade moderada, o que equivale a um percentual da frequência cardíaca máxima teórica (em geral, 50% a 70% da FC Máxima, dependendo do condicionamento).
• Teste da conversa (o mais usado): durante o exercício, a gestante deve conseguir conversar em frases curtas, mas não deve conseguir cantar. Se você estiver ofegante ou incapaz de falar, o esforço está muito alto;
• Escala de percepção de esforço (Escala de Borg): é um número que indica como você se sente. Para a maioria das gestantes, a intensidade ideal deve ser de "leve a moderada" (entre 12 e 14 em uma escala de 6 a 20).

Testes de esforço máximo (TE) para calcular o batimento máximo não são recomendados durante a gravidez. O foco é sempre na segurança e no acompanhamento do bebê.

Coração acelerado na gravidez: é normal a frequência cardíaca aumentar na gestação?

É normal que você sinta o coração mais acelerado, mesmo quando está em repouso. Isso acontece porque a gravidez é um grande esforço para o seu sistema circulatório.

Durante a gestação, ocorrem mudanças fisiológicas que exigem mais do coração para garantir que o bebê receba oxigênio e nutrientes suficientes:

• Aumento do volume de sangue: o corpo da gestante produz até 50% mais sangue para suprir o útero e a placenta. Para bombear esse volume extra, o coração precisa trabalhar mais rapidamente.
• Aumento da frequência em repouso: é comum que a frequência cardíaca em repouso (aquela que você mede sentada) suba de 70 bpm (média) para 80 a 100 bpm ao longo da gestação.
• Mudança na posição do coração: o útero em crescimento empurra o diafragma (músculo da respiração) para cima, o que desloca o coração e pode causar a sensação de palpitação.

Embora o aumento dos batimentos seja normal, você deve procurar o seu obstetra ou um cardiologista se o coração acelerado vier acompanhado de sintomas como falta de ar intensa, dor no peito, tontura forte ou desmaios.

Dicas para prevenir problemas cardíacos durante a gestação

O cuidado com o coração vai além do exercício. A sobrecarga cardíaca na gravidez pode ser agravada por fatores do dia a dia. Adotar hábitos saudáveis é a melhor forma de proteger sua saúde e a do seu bebê:

• Se você era sedentária, inicie a atividade física gradualmente, com exercícios leves (como caminhada leve ou hidroginástica) e com duração curta (15 a 30 minutos);
• Use o teste da conversa. Se não conseguir falar normalmente, diminua o ritmo;
• Evite exercícios em ambientes muito quentes ou úmidos, pois a temperatura corporal alta pode acelerar excessivamente o coração e desidratar.
• Beba água antes, durante e após o exercício para manter o volume sanguíneo adequado.
• Após o primeiro trimestre, evite exercícios feitos na posição deitada de costas (supina) por tempo prolongado, pois o útero pode comprimir a veia cava e reduzir o fluxo sanguíneo para o coração e o bebê.
• Controle o ganho de peso, pois o excesso coloca uma sobrecarga ainda maior no coração. Siga as orientações nutricionais do seu médico.
• Gerencie o estresse e a ansiedade, pois aumentam os níveis de hormônios como cortisol e adrenalina, que aceleram os batimentos. Pratique técnicas de relaxamento como ioga ou meditação.
• Reduza drasticamente o consumo de substâncias que elevam o ritmo cardíaco, como cafeína em excesso e, claro, álcool e tabaco.
• Principalmente se você tiver mais de 35 anos ou histórico familiar, peça ao seu obstetra para incluir uma avaliação com um cardiologista antes ou no início da gestação.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Referências

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA (SBC). Posicionamento sobre Exercícios Físicos na Gestação e no Pós-Parto – 2021. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 117, n. 4, p. 805-820, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abc/a/xt6df4vkWPZ9fjtX3rNpDHy/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: Out. 2025.

MINISTÉRIO DA SAUDE. Atividade física: prática durante a gravidez reduz complicações e melhora a saúde materno-infantil. Portal Gov.br, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/outubro/atividade-fisica-pratica-durante-a-gravidez-reduz-complicacoes-e-melhora-a-saude-materno-infantil. Acesso em: Out. 2025.

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CCRMED CLINICA DE CARDIOLOGIA E REABILITACAO. Gravidez e coração: seis dicas para prevenir problemas cardíacos. Disponível em: https://ccr.med.br/gravidez-e-coracao-seis-dicas-para-prevenir-problemas-cardiacos/. Acesso em: Out. 2025.

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