Revisado em: 28/11/2025
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Três vacinas seguras contra dengue estão aprovadas no Brasil

O Brasil apresenta um cenário epidemiológico desafiador em relação à dengue, um problemas de saúde pública recorrente. De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, o país registrou 866 mil casos da doença em 2025 e foram confirmadas 1.108 mortes em decorrência do problema.
Ainda assim, segundo o Ministério da Saúde, os casos registrados até outubro deste ano são 75% menores em comparação ao mesmo período de 2024. Em relação aos óbitos, houve uma redução de 72%. São Paulo é o estado brasileiro que lidera o número de registros e de óbitos.
Para continuar observando a queda desses números, é preciso que sejam tomadas medidas preventivas eficazes, como a vacinação. Atualmente, o país tem 2 vacinas disponíveis, e uma outra que foi aprovada pela Anvisa no mês de novembro.
A previsão é que a sua aplicação seja iniciada ainda em 2026, para a faixa etária entre 12 e 59 anos. A vacina da dengue é segura e deve ser administrada conforme as indicações específicas para cada tipo.
No Brasil, já existem três vacinas licenciadas contra a dengue. Uma delas é a chamada Degvaxia, imunizante tetravalente, capaz de proteger contra 4 tipos de dengue. Ela é administrada em 3 doses, com um intervalo de 6 meses entre elas.
O seu efeito começa a acontecer a partir da primeira dose, mas a sua eficácia só é total ao completar o esquema vacinal. Apenas quem já teve a doença pode tomar (soropositivos).
Já o outro imunizante, o Qdenga, pode ser administrado mesmo que o indivíduo não tenha sido acometido pela arbovirose (soronegativos). Ele também oferece proteção para os 4 tipos e é aplicado em duas doses com intervalo de 3 meses entre elas.
A mais recente conquista é a Butantan-DV, a primeira vacina contra a dengue em dose única no mundo. Ela foi desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o Ministério da Saúde e a empresa chinesa WuXi Biologics. Sendo portanto 100% nacional.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um parecer favorável em relação à segurança e eficácia da nova vacina na quarta-feira, 26 de novembro de 2025.
A Butantan-DV utiliza a tecnologia de vírus vivo atenuado, a mesma adotada nas outras vacinas. Isso significa dizer que o patógeno se encontra vivo, mas não tenha a capacidade de produzir a doença.
Ela se mostrou eficaz tanto em pessoas que tiveram contato com o vírus, quanto naquelas que não tiveram contato.
Cada paciente precisa de uma orientação específica. Agende sua consulta no Hospital da Rede Américas e receba uma avaliação individualizada sobre prevenção e vacinação contra a dengue.
A segurança das vacinas contra a dengue é atestada por um órgão regulador, a ANVISA, após a conclusão de estudos clínicos robustos compostos por 3 fases.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Anvisa, citadas pela Fiocruz, afirmam que a eficácia geral recomendada para uma vacina ser liberada pelas agências reguladoras do país é de 50%.
A Butantan-DV demonstrou ser extremamente segura e eficaz. Teve um índice muito pequeno de eventos adversos graves, e todos os pacientes se recuperaram totalmente. A eficácia geral da vacina foi de 74,7% contra a arbovirose do tipo sintomática na população de 12 a 59 anos.
Essa taxa representa a proporção de redução de casos comparando o grupo vacinado com o não vacinado. Ou seja, de 100 pessoas vacinadas, cerca de 70 ficam protegidas contra a doença. E o restante pode adoecer e apresentar sintomas leves.
Em relação às formas graves e com sinais de alarme, a imunização girou em torno de 89% a 91,6%. A vacina também foi capaz de evitar 100% das hospitalizações nos estudos clínicos.
A sua eficácia se manteve estável ao longo de mais de cinco anos de acompanhamento dos mais de 16 mil voluntários de 14 estados brasileiros. Sendo assim, é possível afirmar que a vacina da dengue é segura.
Assim como o imunizante brasileiro, a Qdenga e a Degvaxia são consideradas seguras, tendo sido aprovadas pela Anvisa. A aprovação das substâncias envolve um minucioso processo de análise de dados de segurança e eficácia.
As vacinas podem causar reações de leves a moderadas, que são esperadas e indicam que o sistema imunológico está respondendo à vacina.
Para a Butantan-DV, as reações mais comuns observadas nos estudos clínicos foram dor e vermelhidão no local da injeção, dor de cabeça, fadiga e dor muscular. Efeitos colaterais graves foram raros.
Para a Qdenga e a Dengvaxia, os eventos adversos mais relatados são a dor de cabeça, dor no corpo, dor no local da vacinação, mal-estar, fraqueza e dor muscular.
Na Qdenga, a intensidade dos sintomas é de leve a moderada e tem duração de até três dias. Começam nas primeiras 72 horas e são mais comuns de serem observados na administração da primeira dose.
Pode ocorrer também febre de início tardio, 30 dias após a vacinação. As reações graves são bastante raras. Os efeitos adversos das vacinas são passageiros e menos graves do que os sintomas da própria doença.
A vacina da dengue é segura e quem pode tomá-la depende do tipo de vacina. A Butantan-DV foi aprovada para pessoas entre 12 e 59 anos. Já a Qdenga foi autorizada para ser aplicada na faixa etária de 4 a 60 anos.
A Dengvaxia é recomendada para indivíduos de 9 a 45 anos que já tenham sido infectados por vírus. A infecção prévia precisa ser confirmada por um teste relatado no histórico médico do paciente.
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim) afirma que a vacina contra a dengue é contraindicada para gestantes e mulheres que estão amamentando.
A injeção também não deve ser feita em pessoas que vivem com o vírus HIV, naquelas que apresentam alergia a algum componente do produto ou que tenha o sistema imunológico deficiente.
A aprovação da vacina Butantan-DV de dose única e da Qdenga e Dengvaxia já em uso, mostram o enfrentamento dessa arbovirose no Brasil. As evidências científicas, atestadas pela Anvisa, reforçam que a vacina da dengue é segura e comprovam os benefícios de proteção ofertados pelas substâncias.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
INSTITUTO PENSAR SUSTENTÁVEL – ITPS. Doses, eficácia e reações: as dúvidas sobre as vacinas contra dengue disponíveis no Brasil. Disponível em: https://www.itps.org.br/comunicacao/lupa-doses-eficacia-e-reacoes-as-duvidas-sobre-as-vacinas-contra-dengue-disponiveis-no-brasil. Acesso em: 27 nov. 2025.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES – SBIm. Vacina contra a dengue. Disponível em: https://familia.sbim.org.br/component/content/article?id=128:vacina-dengue. Acesso em: 27 nov. 2025.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES – SBIm. Perguntas e respostas – Qdenga. 2023. Disponível em: https://sbim.org.br/images/files/notas-tecnicas/perguntas-respostas-qdenga-230714-v2.pdf. Acesso em: 27 nov. 2025.
FIOTEC – FIOCRUZ. Entenda como é medida a eficácia de uma vacina. Disponível em: https://www.fiotec.fiocruz.br/noticias/outros/7353-entenda-como-e-medida-a-eficacia-de-uma-vacina. Acesso em: 27 nov. 2025.
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AGÊNCIA GOV SP. Vacina da dengue do Instituto Butantan, primeira do mundo em dose única, é aprovada pela Anvisa. 2025. Disponível em: https://www.agenciasp.sp.gov.br/vacina-da-dengue-do-instituto-butantan-primeira-do-mundo-em-dose-unica-e-aprovada-pela-anvisa/. Acesso em: 27 nov. 2025.
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