A mulher pode menstruar estando grávida? Entenda quando buscar ajuda médica

Embora seja um relato frequente apresentado por mulheres grávidas, os sangramentos devem ser investigados por um médico.

Você já ficou com aquela dúvida em querer saber se a mulher pode menstruar estando grávida? É um questionamento comum, ainda mais se você estiver com atraso ou pensando em engravidar.
Quando a mulher engravida, o ciclo menstrual não pode acontecer. Durante esse período, o endométrio, que é aquela camada interna do útero, se descama e é eliminado pelo sangue menstrual.
O endométrio já foi transformado para sustentar o embrião e formar a placenta, de modo que ele não é mais eliminado mensalmente, como ocorre com a menstruação. Essa é uma explicação anatômica básica sobre o funcionamento do corpo da mulher e que é frequentemente confirmada nos manuais de ginecologia e obstetrícia.
O que acontece é que algumas mulheres têm sangramentos vaginais durante a gravidez, principalmente no primeiro trimestre da gestação. Esses sangramentos podem fazê-las confundirem esse episódio com a menstruação esperada. Esse tipo de sangramento não é menstrual, mas algo que ocorre por outras razões ligadas à implantação do embrião, alterações cervicais ou pequenas rupturas vasculares.
Por exemplo: estudos (2022) mostram que o sangramento vaginal no início da gravidez é uma queixa comum que atinge de 16% a 25% das mulheres que relataram o ocorrido. Se você está grávida e vê algo de sangue, é importante não ignorar.

Por que acontece esse sangramento na gravidez e quando pode parecer menstruação

Algumas causas comuns estão associadas ao sangramento na gestação, que pode ser confundido com a menstruação.
O sangramento de implantação acontece nos primeiros dias após a fecundação, quando o embrião está se fixando ao endométrio. Ele é um sangramento mais leve e breve.
Ainda durante a gravidez, há uma ruptura de vasos cervicais. O colo do útero sofre alterações para acomodar o bebê. As relações sexuais ou exames ginecológicos podem provocar sangramentos leves durante esse período.
Outras situações são quando existem hematomas subcoriônicos, que é quando há um acúmulo de sangue entre o córion (membrana que tem como função principal proteger o embrião) e o endométrio, sendo algo bastante comum no primeiro trimestre. Esses hematomas podem causar manchas ou sangramentos.

Quando o sangramento pode ser preocupante durante a gestação?

Em alguns casos, o sangramento durante a gestação pode indicar uma ameaça de aborto ou perda gestacional. Estima-se que mais de 50% dos casos de sangramento precoce podem evoluir para o aborto (Bhatti, 2022).
Em estágios mais avançados da gestação, os sangramentos podem indicar condições como placenta prévia, descolamento prematuro da placenta ou trabalho de parto prematuro. Em todos esses casos, é imprescindível o acompanhamento médico.
Ainda que você não possa “menstruar” quando está grávida, o sangramento pode ocorrer por várias razões e simular uma menstruação, principalmente quando o fluxo coincide com o dia esperado do ciclo menstrual.

Dados e contexto clínico sobre o sangramento durante a gravidez

Um estudo retrospectivo (2025) apontou que até 74% das mulheres grávidas relataram alguma forma de sangramento vaginal e que a maioria relatou que o episódio aconteceu no primeiro trimestre de gestação.
Já o estudo conduzido por pesquisadores do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia de Punjab, na Índia, mostrou que em casos de sangramento no primeiro trimestre, aproximadamente metade das mulheres (52%) com sangramento inicial evoluíram para o aborto.
Das outras que conseguiram ultrapassar as 20 semanas de gestação, 48% das mulheres relataram terem tido partos prematuros e 51% tiveram parto a termo, quando o bebê ultrapassa a 37ª semana.
Os dados mostram que o sangramento não é uma situação rara, mas também não deve ser tratado com descuido. Ele é considerado um sinal de alerta obstétrico e não um sinal de menstruação normal.
Atualmente, há estudos (2025) que querem entender a relação das características menstruais prévias ao risco de complicações obstétricas. Por exemplo: traços como sangramentos fora do padrão antes da gestação (como os sangramentos uterinos anormais) estão sendo estudados como indicadores de risco gestacional.

Como reconhecer que o sangramento pode ser grave

Nem todo sangramento é sinal de algo grave, muitos casos são benignos. Mas há situações em que você deve buscar ajuda médica urgente:

• Sangramento abundante (como uma menstruação forte, com coágulos);
• Dor intensa ou cólicas persistentes;
• Tonturas, fraqueza ou desmaios;
• Sangramento que piora com o tempo, em vez de melhorar;
• Acompanhado de secreção com cheiro forte, febre ou outros sintomas de infecção;
• Em fases mais avançadas (segundo ou terceiro trimestre), sangramento, dores e contrações fortes.

Se você está tentando engravidar ou já está grávida e percebeu um sangramento, consulte seu obstetra com urgência.
O médico pode solicitar exames no primeiro trimestre de gravidez, como ultrassonografia transvaginal, dosagem de hormônios (por exemplo, hCG), avaliação do colo uterino e monitoramento do sangramento para definir o que está acontecendo.

O que fazer se você estiver com sangramentos durante a gestação

Aqui vão algumas orientações que você pode aplicar se estiver com sangramento durante a gestação, mas sempre junto ao seu médico.

• Evite esforços físicos e tente repousar quando você perceber o sangramento leve.
• Evite relações sexuais até que o médico libere.
• Mantenha-se hidratada de maneira adequada.
• Anote a data, a quantidade, a cor do sangue e os sintomas associados, principalmente se você tiver dores, tonturas ou secreções.
• Compareça aos atendimentos de pré-natal para o acompanhamento detalhado da gestação.

Procure atendimento urgente se os sinais forem de alarme, como os citados anteriormente.
É importante entender que o sangramento pode assustar, mas nem sempre significa perda de gestação. Muitas mulheres com sangramento inicial mantêm gestações bem-sucedidas com acompanhamento adequado.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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