Revisado em: 07/10/2025
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Sentir mais vontade de fazer xixi e a presença de um hormônio específico (HCG) são as principais mudanças. Descubra os sinais normais e o que pode indicar um problema sério.
A gestação transforma o corpo da mulher, e o sistema urinário é um dos primeiros a se adaptar. Seus rins, responsáveis por filtrar o sangue, precisam lidar com um volume de líquido muito maior no seu corpo, aumentando o trabalho de filtração em cerca de 30% a 50%.
É por isso que a urina se torna um indicador tão importante do que está acontecendo internamente. Entender o que é normal (e o que não é) pode fazer toda a diferença na sua gestação.
As alterações na urina durante a gravidez são causadas por uma combinação de fatores:
A mudança mais importante e que confirma a gravidez é a presença do hormônio Gonadotrofina Coriônica Humana (hCG). O hCG é popularmente conhecido como o "hormônio da gravidez". Ele é produzido pelo tecido que dará origem à placenta logo após o embrião se fixar no útero.
O corpo elimina esse hormônio pela urina, e o teste de gravidez de farmácia funciona exclusivamente detectando a sua presença. Quanto mais dias de atraso menstrual, maior a concentração e mais fácil o teste detecta.
Esse é um dos sinais que muitas mulheres tentam identificar para saber se estão grávidas, embora possa significar outras questões de saúde.
Você pode notar que precisa ir ao banheiro com muito mais frequência. Isso tem duas causas principais ao longo da gestação.
No início (1º trimestre), a causa é principalmente hormonal e circulatória. O aumento do volume de sangue no corpo faz os rins produzirem mais urina. Além disso, a progesterona também relaxa a musculatura da bexiga, fazendo-a sentir-se cheia mais rapidamente.
No final (3º trimestre): a causa é física (mecânica). O útero cresce e fica pesado, comprimindo a bexiga e diminuindo o espaço para armazenar urina. Isso faz você sentir uma necessidade urgente e frequente de esvaziá-la.
É muito comum confundir a frequência urinária normal da gravidez com os sinais de uma Infecção do Trato Urinário (ITU). A diferença crucial está na presença de dor e ardência.
Na gravidez, a micção frequente NÃO é acompanhada de dor ou ardência. Se você sentir qualquer um dos sintomas abaixo, é um sinal de que algo pode estar errado, possivelmente uma Infecção Urinária (SESA-PR, Protocolo PMSP):
Esses sinais de alerta são essenciais, pois as Infecções do Trato Urinário são a complicação infecciosa mais comum na gestação. Por causa das mudanças hormonais e anatômicas (como a dilatação dos ureteres), uma infecção que começa na bexiga pode subir rapidamente para os rins, causando a Pielonefrite.
O tratamento imediato é vital para evitar complicações graves como o parto prematuro.
O acompanhamento do pré-natal com exames de urina é vital, pois algumas complicações graves não apresentam sintomas visíveis no início.
A presença de proteína na urina (chamada Proteinúria) em grandes quantidades, especialmente depois da 20ª semana e acompanhada de pressão alta, pode indicar Pré-Eclâmpsia. A Pré-Eclâmpsia é uma síndrome grave que exige monitoramento rigoroso e está associada a riscos para a saúde da mãe e do bebê (FEBRASGO).
Esta é a alteração mais traiçoeira. É quando há um grande número de bactérias na urina, mas a gestante não sente nenhum sintoma (sem dor ou ardência).
Nas diretrizes de saúde pública (FIOCRUZ), o rastreamento (busca ativa) dessa condição é obrigatório, pois, se não for tratada, ela evolui para uma Infecção Urinária completa (Cistite ou Pielonefrite), elevando o risco de parto prematuro.
A Infecção Urinária é a complicação mais frequente na gestação. Por isso, as diretrizes clínicas (FEBRASGO) recomendam a coleta de exame de urina em todas as gestantes.
Procure o médico IMEDIATAMENTE se você notar:
Se o seu teste de gravidez deu positivo, agende a primeira consulta de pré-natal o mais rápido possível para iniciar os exames de rotina, garantindo a sua principal defesa contra complicações silenciosas.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
ALTA DIAGNÓSTICOS. Beta HCG quantitativo: O que é, Como é feito e Quando fazer. [S.l.]: Alta Diagnósticos. Disponível em: https://altadiagnosticos.com.br/saude/exame-bhcg-quantitativo/. Acesso em: 6 out. 2025.
FEBRASGO. Infecções do trato urinário durante a gravidez. São Paulo: FEBRASGO, 2021. (Protocolo FEBRASGO Obstetrícia, n. 43/ Comissão Nacional Especializada em Gestação de Alto Risco). Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/fluxopdf/assets/pdf/Infeccao-urinaria.pdf. Acesso em: 6 out. 2025.
PORTAL DE BOAS PRÁTICAS. Principais Questões sobre Infecção Urinária na Gestação. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), 02 jan. 2020. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-mulher/principais-questoes-sobre-infeccao-urinaria-na-gestacao/. Acesso em: 6 out. 2025.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. Protocolo de Infecções do Trato Urinário (ITU) na Gestação. São Paulo: Secretaria Municipal da Saúde, 2021. (Documento baseado em diretrizes nacionais). Disponível em: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/Protocolo_Infeccoes_Trato_Urinario_PMSP_2021.pdf. Acesso em: 6 out. 2025.
SESA-PR. Infecção Urinária e Gestação. Paraná: Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA-PR). (Documento com base em dados da FEBRASGO). Disponível em: https://www.saude.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/documento/2020-04/infeccao_urinaria.pdf. Acesso em: 6 out. 2025.
TENA. Incontinência urinária na gravidez: sintomas e soluções. [S.l.]: TENA, 21 fev. 2025. Disponível em: https://www.tena.com.br/blog/post/incontinencia-urinaria-na-gravidez-sintomas-e-solucoes/. Acesso em: 6 out. 2025.
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